Depois da partida contra o Internacional, no Pacaembu, com a realização de mais um protesto do Bom Senso FC, o zagueiro Paulo André falou que os próximos passos do movimento serão definidos nesta semana, mas que uma greve só vai acontecer se não houver diálogo. O jogador do Corinthians disse que haverá uma proposta comum com os clubes a ser apresentada em nome da CBF.

Neste sábado, os atletas se manifestaram antes do início das partidas. A rodada foi ameaçada de não acontecer por causa dos salários atrasados no Náutico, porém, a diretoria chegou a um acordo com o elenco e a paralisação foi cancelada.

"Ah, não sei. Deve ter reunião essa semana e aí o pessoal decide em conjunto. As coisas estão caminhando bem. É bom ver que os torcedores estão apoiando. Se nossos objetivos forem alcançados será bom para eles também", afirmou o defensor.

"Tive uma reunião com o Vilson (Ribeiro de Andrade, presidente do Coritiba e chefe da comissão de clubes formada pela CBF) essa semana. A gente combinou de juntar as comissões, ou seja, os atletas e os clubes, para chegar em um documento final. Segundo ele (Vilson), esse documento vai valer pela CBF e por todos os clubes. A gente só precisa confirmar essa informação para aí, sim, negociar e confirmar. Deixar claro que uma coisa são os clubes, outra coisa são os atletas. E a CBF não é mera mediadora, não. Ela está aqui para tomar decisão e zelar pelo futebol. É isso que a gente espera dela e ela tem se omitido", completou.

Apesar da situação no Náutico ter sido resolvida - a diretoria se comprometeu a pagar os atrasados no dia 9 de dezembro - o zagueiro do Corinthians fez questão de lembrar que o enário não é apenas do clube pernambucano.

"É importante dizer que isso não acontece só no Náutico. A gente sabe de outros clubes que estão devendo salário e direito de imagem. A gente protestou contra e se mobilizou porque eles procuraram a gente e porque eles tornaram a questão pública", explicou Paulo André.

"O Bom Senso não está aqui para fiscalizar ou cobrar. Se houver regulamentação, uma melhor fiscalização por parte da CBF e das federações, se houver condições para que os clubes parcelem suas dívidas, vai ser um marco zero, que é o Fair Play Financeiro, proposto pelo Bom Senso, e aí sim terá punição esportiva e para o dirigente. Aí, sim, valerá cobrar", terminou.