10 anos do tri da Copa do Brasil: o título que pavimentou o caminho da reestruturação do Flamengo

28/11/2023 14:41

10 anos do tri da Copa do Brasil: o título que pavimentou o caminho da reestruturação do Flamengo

10 anos do tri da Copa do Brasil: o título que pavimentou o caminho da reestruturação do Flamengo

Há 10 anos, o hoje tetracampeão Flamengo já tinha duas Copas do Brasil no currículo, portanto não era um título inédito. Tampouco estava em longo jejum de taças nacionais, pois havia ganhado o Campeonato Brasileiro de 2009. Mas a conquista daquele 27 de novembro de 2013 simbolizou muito para o clube e a torcida.

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Em dia de festa, Flamengo é o primeiro clube a conquistar um título no novo Maracanã

Para os rubro-negros que a vivenciaram, a campanha do time que entrou como o "patinho feio" e desbancou os favoritos, com direito a vitórias emocionantes nos últimos minutos e uma surpreendente goleada, tem lugar cativo na memória. E para o clube, que havia acabado de passar por uma eleição e estava no primeiro ano de mandato do grupo político que iniciou o processo de reestruturação, o título pavimentou o caminho para a mudança de patamar do Flamengo .

- Quando o presidente foi eleito, ele fez um discurso em relação a isso, que a ideia era pagar primeiro as dívidas, ter um orçamento de futebol bem curto, um ou outro jogador de mais peso, mas a grande maioria ia ser um investimento mais brando em relação aos outros clubes, que não esperava grandes coisas nesse primeiro ano porque o investimento ia ser muito pouco. A preocupação que passava era sanar o clube para depois crescer, a ideia era essa. Pensei comigo: "Esse negócio de ficar sem ganhar não vai dar certo". Quem é Flamengo sabe disso. Ficar só tomando porrada, porrada, vão invadir o Ninho, aquelas coisas que torcida faz para pressionar - lembrou Jayme de Almeida, que começou o ano como auxiliar técnico do clube e virou o treinador do título de 2013:

Jayme de Almeida e Bandeira de Mello em 2013 — Foto: Alexandre Vidal / Fla Imagem

Jayme de Almeida e Bandeira de Mello em 2013 — Foto: Alexandre Vidal / Fla Imagem

- Mas não falei nada para o Bandeira (de Mello, presidente). Eles eram torcedores, não conheciam ainda o dia a dia de um Flamengo , que é muito difícil. O Flamengo era muito criticado, comprava jogador sem dinheiro. Não sei como fazia. Então, essa nova mentalidade tinha um preço, e o preço era ter um time inferior para poder lá na frente, como está agora, fazer um grande clube, um investimento alto, se transformar no que o Flamengo se transformou hoje.

Capitão do time na época, Léo Moura lembrou que não teve nenhuma reunião da diretoria com o elenco para explicar a reformulação. Mas a decisão do Flamengo de abrir mão de Ibson e Vagner Love, dois de seus principais jogadores, por questões financeiras, era um recado claro para todos:

10 anos: Léo Moura relembra conquista da Copa do Brasil em 2013 contra o Athletico

- Diretamente não teve conversa. A gente sabia que ia ter uma reformulação. Ia precisar mudar alguma coisa no Flamengo para que lá na frente o clube começasse a colher, como acontece nos dias de hoje. A gente sabia que o Flamengo ia precisar segurar a onda naquele ano para ter o poder de trazer grandes nomes. (...) A direção teve coragem em fazer essa escolha. Foi uma coragem acertada que deu certo. Se não desse certo, ia cair nas costas do presidente - contou o ex-lateral, que brincou:

- Eu peguei a época das vacas magras. Foram 10 anos sofridos, mas anos que ganhamos muito (duas Copas do Brasil, um Brasileiro e cinco Cariocas). O Flamengo sempre foi acostumado a ganhar, a estar nas finais. Tinha dificuldade na parte financeira, mas a gente resolvia dentro de campo. A gente queria ganhar, vestia a camisa com o amor, por mais que tivesse problema fora de campo.

Léo Moura fala sobre processo de reestruturação do Flamengo

O Flamengo em 2013 tinha na presidência Eduardo Bandeira de Mello, e o atual presidente, Rodolfo Landim, era o vice de planejamento na época (as chapas romperam em 2015). Segundo Bandeira, o projeto de reestruturação do clube seria feito mesmo sem conquistas em campo, mas ele admitiu que o título ajudou no processo:

- A conquista da Copa do Brasil foi maravilhosa e certamente ficará na minha memória para sempre. Mas a decisão de reestruturar o clube ainda que a custa de muito sacrifício já estava tomada e o processo seguiu normalmente. Sempre tivemos o apoio da torcida, mas é claro que a Copa do Brasil serviu para tornar nosso sacrifício menos doloroso.

Bandeira de Mello com o quadro de presente da CBF pelo título da Copa do Brasil 2013 — Foto: Vicente Seda

Bandeira de Mello com o quadro de presente da CBF pelo título da Copa do Brasil 2013 — Foto: Vicente Seda

Um exemplo de que a realidade do Flamengo era muito diferente da atual, um dos grandes nomes do título foi o volante Elias, que estava emprestado pelo Sporting, de Portugal, e tinha os seus direitos econômicos avaliados em € 8 milhões de euros (R$ 24,3 milhões na cotação em 2013). Muito se falou na época que o dinheiro que o clube ganharia naquela final da Copa do Brasil (bilheteria e premiação) seria usado para ficar com o jogador, mas nem assim foi possível. O atleta se valorizou, e a diretoria, sem tanta "bala na agulha", decidiu não fazer loucuras do ponto de vista financeiro:

- A manutenção do Elias não dependia apenas de nós. Acabou que o desempenho excepcional do atleta fez com que ele ficasse muito valorizado, o que acabou inviabilizando sua permanência no Flamengo . E não poderíamos sacrificar nossa política de responsabilidade - alegou Bandeira.

Jayme de Almeida se emociona com título da Copa do Brasil pelo Flamengo

Jayme de Almeida foi o treinador rubro-negro até maio de 2014, quando foi demitido. No ano seguinte, retornou ao clube novamente como auxiliar técnico, cargo que exerceu até março de 2018. Mesmo fora do Flamengo há cinco anos, ele se sente parte da reestruturação com aquela Copa do Brasil:

- Esse título com certeza deu um respaldo, um alicerce, para que eles completassem o trabalho. Com certeza. Isso aí acalmou todo mundo. E no ano seguinte, lógico que com um peso menor, ainda fomos campeões cariocas, então deu uma boa segurada e mais tranquilidade para eles fazerem o que tinha que ser feito. Depois, quando começou a contratar, quando as coisas começaram a mudar, vi que aí era um caminho sem volta. Não pensei que fosse ser tão rápido, mas tinha certeza que ia dar um salto de qualidade muito grande. É muito legal. Não estou agora (no clube), mas eu participei dessa caminhada e tentei ajudar nesse caminho todo. Fico muito feliz de ter, de certa maneira, contribuído.

Veja como foi a campanha:

Flamengo x Remo

Hernane marca três gols, Flamengo vence o Remo e se classifica na Copa do Brasil

Em crise na época, o Flamengo estreou naquela Copa do Brasil contra o Remo no Mangueirão e venceu por 1 a 0 com gol do atacante Rafinha (lembra dele?), mas faltou um gol para eliminar a necessidade do jogo da volta. No Raulino de Oliveira, em Volta Redonda, o time já jogou melhor e fez 3 a 0 com o primeiro hat-trick de Hernane Brocador com o manto rubro-negro.

Flamengo x Campinense

Em jogo movimentado, Flamengo vence Campinense e avança na Copa do Brasil

Na segunda fase, o Flamengo do técnico Jorginho pegou o Campinense-PB e venceu de virada por 2 a 1 no Estádio Amigão, com dois gols de falta de Renato Abreu. Na partida de volta no Estádio Municipal de Juiz de Fora, o time passou aperto, mas ganhou de novo pelo mesmo placar, com um gol contra de Roberto Dias e um a favor de Elias na reta final.

Flamengo x ASA

Flamengo retorna à Volta Redonda, vence o ASA-AL e avança na Copa do Brasil

Na terceira fase, o Flamengo já estava sob comando de Mano Menezes e enfrentou o ASA de Arapiraca no Estádio Coaracy da Mata, onde venceu por 2 a 0 e abriu boa vantagem. Com Carlos Eduardo, grande contratação, barrado, coube ao atacante Nixon (lembra dele?) virar herói com um gol e uma assistência para Marcelo Moreno. No segundo jogo, no Raulino de Oliveira, novo triunfo, dessa vez por 2 a 1, com gols de Elias e outro de Marcelo Moreno.

Flamengo x Cruzeiro

Com gol de Elias nos últimos minutos, Flamengo vence Cruzeiro e avança na Copa do Brasil

O sorteio das oitavas de final colocou no caminho rubro-negro o Cruzeiro, considerado o melhor time do Brasil na época. E o Flamengo perdeu o primeiro jogo no Mineirão por 2 a 1, mas o gol no segundo tempo do contestado Carlos Eduardo manteve um fio de esperança. E no Maracanã, Elias, que era dúvida até momentos antes da partida por conta de dores na coxa, fez o gol da vitória por 1 a 0 e da classificação nos minutos finais (na época o gol fora de casa ainda era critério de desempate).

Flamengo x Botafogo

Hernane dá show, Flamengo elimina o Botafogo e vai à semifinal

Já sob o comando de Jayme de Almeida, após Mano Menezes pedir demissão, o Flamengo pegou nas quartas de final o Botafogo, que tinha Seedorf e vivia grande fase, em dois clássicos no Maracanã. No primeiro, muito equilíbrio e empate em 1 a 1, com gol de André Santos para o Rubro-Negro. Mas o segundo é que é inesquecível para a torcida: uma sonora goleada de 4 a 0, com mais um hat-trick de Hernane Brocador e um gol de Léo Moura.

Flamengo x Goiás

Flamengo vence Goiás, se classifica para a final e atletas deitam e rolam no Maracanã

A semifinal foi contra o Goiás que já havia deixado dois cariocas pelo caminho: eliminou Fluminense e Vasco nas fases anteriores. No primeiro jogo, no Serra Dourada, vitória rubro-negra por 2 a 1, com gol de grande atuação do atacante Paulinho (lembra dele?) e outro do zagueiro Chicão. No Maracanã, o Esmeraldino saiu na frente, mas o Flamengo virou com show de Elias, que marcou um e deu a assistência para Hernane Brocador fazer o outro e provocar o atacante Walter "deitando e rolando".

Flamengo x Athletico-PR

Em dia de festa da torcida, Flamengo vence o Atlético-PR e conquista a Copa do Brasil

O adversário na final era o Athletico-PR, que tinha superado outras grandes clubes como Palmeiras, Internacional e Grêmio para chegar à decisão. No primeiro jogo, no Estádio Durival Britto, o Flamengo saiu perdendo, mas arrancou um empate em 1 a 1 com uma bomba do volante Amaral (lembra dele?). E no Maracanã, foi uma partida tensa em que o 0 a 0 persistiu até os minutos finais, quando Elias e Hernane Brocador fizeram 2 a 0 e garantiram o título.

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