Léo Pereira prevê Flamengo vencedor e aborda atritos de 2023: "Não pode ter time só de santo"

9/12/2023 04:09

Léo Pereira prevê Flamengo vencedor e aborda atritos de 2023: "Não pode ter time só de santo"

Léo Pereira prevê Flamengo vencedor e aborda atritos de 2023: Não pode ter time só de santo

O Flamengo terminou o ano sem taças e frustrou não apenas a torcida. Léo Pereira, campeão de praticamente tudo com a camisa rubro-negra, encerrou a temporada em que mais atuou desde a profissionalização estranhando a ausência de títulos. Isso vai mudar em 2024, ele garante .

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Aos 48 min do 2º tempo - gol de cabeça de Léo Pereira do Flamengo contra o Corinthians

- Com certeza vai ser um time vencedor, não posso esperar outra coisa. A gente já deu indícios de que vai ser um time muito consistente. Acho que temos tudo para fazer um ano bom, sólido e com certeza disputando títulos e vencendo - afirmou Léo, que atuou 53 vezes e marcou quatro gols.

Um dos responsáveis pelo otimismo de Léo Pereira é Tite. O zagueiro tem certeza que a conexão entre grupo e treinador foi imediata. A transparência do gaúcho de 62 anos e de seus auxiliares causou impacto.

- É um técnico rodado e renomado. Técnico de seleção brasileira. Está encaixando muito bem com o nosso dia a dia, é um cara muito inteligente e passa com clareza o que ele quer. Ele abraçou o grupo, o grupo o abraçou, e acho que vai dar certo.

- Ele deixa tudo muito exemplificado o que ele quer, os auxiliares dele também têm muita transparência no que eles querem. Foi muito importante ele chegar antes e ter esse começo de trabalho. Ano que vem já iniciar com ele é muito importante para o grupo, a gente só tem a ganhar.
Léo Pereira, zagueiro do Flamengo, em entrevista ao ge — Foto: Fred Gomes

Léo Pereira, zagueiro do Flamengo, em entrevista ao ge — Foto: Fred Gomes

Se o futuro é promissor aos olhos de Léo Pereira, o passado recente foi traumático. Durante a gestão de Jorge Sampaoli, além das decepções esportivas, houve soco de preparador físico em Pedro, briga entre Gerson e Varela e um ambiente nada tranquilo.

- A gente sabe que são assuntos delicados em que o estresse te faz tomar uma atitude sem pensar. Acho que foi o que aconteceu nesses casos de agressão e de falta de respeito. Mas ali dentro a gente tentar deixar o clima mais leve. Tem que levar na esportiva porque temos mais a ganhar do que focar somente no que aconteceu de ruim. Faz parte.

- Futebol é isso, não pode ter um time só de santo também. Futebol é competição, todo mundo quer ganhar, ninguém quer perder. Quando a gente vê que o estresse está passando do limites, tem que ter uma cobrança mais excessiva no momento, mas a gente tenta lidar com isso da melhor maneira possível.

Apesar de o ano do Flamengo ter sido ruim, Léo, de 27 anos, tem o que comemorar no aspecto individual. Fez uma temporada consistente, com boas atuações e consolidou-se como titular absoluto. Ficou orgulhoso de ter conseguido seu recorde de partidas num ano desde que se profissionalizou, mas não quis jogar confete sobre si. Insiste que seria melhor conquistar títulos.

- Acho que foram 53 jogos durante a temporada, número bem expressivo, em que o atleta tem que ter muito cuidado dentro e fora de campo porque o calendário brasileiro é muito desgastante. A partir do momento que tem rodízio de treinadores, a gente tem que se adaptar a um novo trabalho. Esse foi um ponto negativo no ano. A gente tentou dar o nosso máximo. Fico feliz pelos jogos, mas claro que trocaria muitos jogos por títulos. A gente está ali para vencer. Agora é pensar no ano que vem. A gente tem um técnico e muita fé que esse trabalho vai dar muito certo.

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Como fica marcado o 2023 de Léo Pereira?

- Foi um ano difícil, um ano em que tivemos altos e baixos. Acho que a gente não esperava ter um ano sem títulos. A gente está acostumado a sempre estar vencendo, mas acho que fica marcado para mim pela minha segunda temporada como titular do Flamengo . Com certeza foi um ano importante nesse quesito pra mim.

O que foi fundamental para se consolidar?

- Eu vinha de um ano muito bom em 2022. Terminei a temporada toda jogando. Logo que começou o ano, consegui fazer bons jogos. Tive uma sequência muito boa, acredito que esse tenha sido o diferencial. Tive muitas conversas com o técnico que chegou (Vítor Pereira), e a gente alinhou algumas coisas. Eu sou um cara que tento ajudar ao máximo o grupo, em campo ou fora. Para mim, foi muito importante ter a confiança de todos os treinadores que chegaram.

Desejo de ficar muitos anos no Flamengo

- Fico feliz porque jogar no Flamengo a gente sabe que é muito complicado, eu tive um início muito difícil aqui. Agora estar indo para o segundo ano terminando como titular é muito importante. Eu pretendo jogar muitos anos ainda no Flamengo e, se Deus quiser, como titular.

O que faltou em 2023?

- Futebol é muito detalhe, a gente se preparou e deu o melhor em todos os jogos. Às vezes, você vacila num detalhezinho e está jogando contra jogadores muito qualificados. A gente pecou nesses detalhes, as outras equipes foram felizes e conseguiram nos vencer.

"Detalhe" a favor em 2022

- No ano passado, as nossas conquistas também foram em detalhes. A Libertadores foi 1 a 0, e a gente sofreu contra o Athletico. Com um a menos, a equipe deles chegou no final do jogo, num momento bem tenso. É jogo de detalhe, é um quebra-cabeça, um jogo de xadrez onde quem errar, o outro tem que estar preparado para matar o jogo.

- Contra o Corinthians também, a gente jogando em casa, 1 a 0, a torcida fazendo um fervo no Maracanã, e a gente tomou o empate. Graças a Deus, vencemos nos pênaltis, mas futebol é isso: muito detalhe. Quem estiver preparado para aproveitar melhor esses detalhes vai conseguir ganhar. Acho que esse foi um ponto crucial.

O que deu certo e o que deu errado em 2023?

- Acho que a gente teve um ano difícil principalmente nas chegadas de um técnico novo. Cada técnico que chega, a gente tem uma adaptação ao trabalho até pegar o que o técnico quer. Isso é complicado. Com o Tite foi um pouco mais fácil pela clareza que ele passa no trabalho dele, mas com Vítor e Sampaoli foi um pouco difícil.

- Agora, indo para o lado bom, depois que a gente teve sequência de vitórias acho que o grupo ficou fortalecido, e a confiança vem. Só a vitória não é suficiente, o Flamengo tem que estar disputando título e vencendo.

tite, flamengo, atlético-mg — Foto: Alexandre Loureiro/AGIF

tite, flamengo, atlético-mg — Foto: Alexandre Loureiro/AGIF

Acerto defensivo promovido por Tite

- Acredito que nas equipes que o Tite comandou a fase defensiva sempre foi muito importante. A gente vê todos os trabalhos dele com uma defesa muita sólida. A gente vem mostrando isso. Não só ele, mas todo o staff dele. Se a gente defender bem, a gente está muito próximo de vencer. A gente tem o melhor ataque da América do Sul com certeza.

- É um técnico rodado e renomado. Técnico de seleção brasileira. Está encaixando muito bem com o nosso dia a dia, é um cara muito inteligente e passa com clareza o que ele quer. Ele abraçou o grupo, o grupo o abraçou, e acho que vai dar certo.

Relacionamento com Tite

- Muito importante essa troca de energia e a resenha do dia a dia porque a gente passa a maioria do nosso tempo nos clubes do que com a própria família. Então é muito importante você ter diálogo e essa troca para se sentir bem no dia a dia.

Qual foi o seu melhor momento no ano?

- Eu achei até que ia ser artilheiro do time no ano (risos) - fez quatro gols entre abril e junho - , o Pedro vai me matar. Foi um período importante, consegui fazer alguns gols, e a gente conseguiu vencer também. Às vezes é importante fazer um golzinho para ajudar o time. Contra o Corinthians, eu tive a infelicidade de me machucar e a felicidade de poder ir para o ataque e fazer o gol da vitória (veja no vídeo que abre a matéria) . Foi um jogo que ficou marcado na minha carreira, e eu fiquei muito feliz pelos três pontos. Foi importante para mim e para o time inteiro.

Teve alguma taça perdida que doeu mais?

- Acho que todas têm sabor especial, mas acredito que o jogo com o São Paulo na Copa do Brasil foi uma derrota dolorida porque a equipe jogou melhor. Isso os dados e números mostram, mas futebol não é só dados e números. Você tem que concretizar as oportunidades em gols e fechar a casinha. Doeu bastante porque a gente jogou melhor e merecia ter vencido. E foi um pouquinho mais recente.

Léo Pereira lamenta vice do Flamengo na Copa do Brasil no gramado do Morumbi — Foto: Fred Gomes / ge

Léo Pereira lamenta vice do Flamengo na Copa do Brasil no gramado do Morumbi — Foto: Fred Gomes / ge

A queda na semifinal do Mundial não foi um grande baque também?

- Era um objetivo nosso jogar a final contra o Real Madrid. Poderia ficar falando do juiz, que foi horrível naquele jogo conosco. Frustrou. Acho que foi injusto nas decisões de campo, questão de vermelho, de pênalti. A partir do momento que a gente perde um jogador fica mais vulnerável. Muitas pessoas que entendem de futebol sabem que não era para cartão no lance do Gerson. Fiquei muito frustrado e muito triste por não chegar na final. Era um sonho de todos nós, mas saímos por um erro que a gente não consegue controlar. O juiz tomou a atitude, e a gente não tinha o que fazer. Corremos atrás, mas não conseguimos. Foi uma frustração muito grande.

O período com o Sampaoli, sem muito diálogo e diante daquele clima, te fez pensar que o Flamengo estava saindo do trilho?

- Cada técnico tem o seu perfil, a gente respeitava muito o Sampaoli, assim como os outros técnicos. Ele era uma pessoa que preferia ficar mais na dele. Para alguns jogadores, é importante essa troca de diálogo e energia. Para outros nem tanto. Acho que temos de estar focados em vencer. Tem resenha, você vai na casa de um amigo ou de outro, mas é você estar dentro de campo e dar o melhor pelo time.
Acho que ninguém precisa ser amigo de ninguém, o técnico não está ali para agradar ninguém. Essa é a minha opinião. A partir do momento que a gente entra em campo você esquece tudo que está fora. Esquece diálogo. Está ali para representar toda uma nação e vencer.

O que sofreram mais com Vítor Pereira e Sampaoli?

- Acho que foi mais a mudança de sistema e a forma de jogador. Com o Dorival era de uma maneira, com o Vítor eram três zagueiros. Estávamos acostumados com dois zagueiros. O Everton Ribeiro e o Cebolinha fazendo alas. Isso foi bem difícil, depois a gente se adaptou.

- De repente chega o Sampaoli com sistema de jogo em que a gente ficava com a bola o tempo inteiro, num jogo mais de risco e imposição. É muito complicado você mudar várias vezes de técnico e o time estar voando. Tem contexto, treinamento e adaptação. Esses pontos foram difíceis para nós.

Palmeiras como exemplo

- O próprio Palmeiras, que foi campeão, vem de um trabalho de anos com o Abel. Acho que é muito importante não só para o time e para o técnico também de ter uma sequência de trabalho. Mas a gente sabe como é o Flamengo . Vira e mexe troca de técnicos, é uma cobrança muito grande. A gente se cobra, os técnicos se cobram. Flamengo é isso: tem que estar vencendo, disputando títulos, e a gente espera que esse ano de 2024 seja positivo.

O episódio da agressão no vestiário da vitória do Flamengo sobre o Atlético-MG afetou demais a sequência do time no ano? Teve influência na queda do time, que ostentava invencibilidade de 11 jogos?

- Foi um momento bem delicado, um momento difícil. A gente tinha que lidar da melhor maneira para não afetar o ambiente. A gente ficou triste pela ocasião. Com certeza a gente estava com o Pedro. Agressão nunca é positivo, independentemente da ocasião.

- A gente podia falar que (a queda do Flamengo e a derrota para o Olimpia) foi por causa do acontecido, mas a partir do momento em que se entra em campo a gente entra para dar o melhor. A gente pecou em detalhes, e o Olimpia foi melhor. Depois a gente teve uma sequência negativa, mas acho que não dá para sair apontando dedo e usar um fato isolado. Todo atleta entra em campo para vencer.

Saídas, chegadas e esperança de um ano melhor

- Acho que todo grupo passa por reformulação. No Flamengo o tempo inteiro a gente está contratando. Quem chegar vai somar, quem for embora vamos sentir falta. Todos os jogadores que estão ali são muito qualificados. Rodrigo e Filipe (Luís) são top, jogadores de seleção brasileira. Filipe já estava no finalzinho, mas é um craque, jogava de terno. Rodrigo sofreu com lesões, mas é um cara muito de grupo. A gente o amava mesmo, mas tenho certeza que a reposição vai ser à altura.

- A gente espera se fortalecer ainda mais no ano que vem. De 2022 para 2023 perdemos peças importantes, como João (Gomes) e Rodinei, que fizeram diferença. Quem chegar vai chegar bem, como fizeram Cebolinha e o Araújo (Luiz) nesse ano, nos ajudaram bastante.

Como explicar a derrota para o Galo, que tirou o Flamengo da briga pelo título?

- A gente foi surpreendido no começo dos dois tempos. O começo de jogo sempre tem uma adrenalina a mais, e eles foram cruciais. Tiveram duas oportunidades no começo dos dois tempos. Depois que está 2 a 0 contra um time como o Galo é difícil de reverter. O goleiro deles foi um dos melhores da partida, até tentei de cabeça fazer dois golzinhos, mas ele estava muito inspirado. Era o dia deles, acredito que deu tudo certo para eles e tudo errado para nós. A gente tinha esperança de chegar no Palmeiras, mas infelizmente a gente perdeu e não deu.

O que quer para 2024?

- Títulos. É o que queremos e vamos atrás de títulos.

Tem algum título que você queira mais do que os outros para 2024?

- O principal título da América do Sul é a Libertadores, é a obsessão de todo o time. Mas acredito que o Brasileiro, por ser um campeonato de pontos corridos e mais extenso, é uma competição que eu particularmente gostaria de vencer de novo. É um campeonato importante não só para nós, mas acho que a torcida deseja muito esse título, mas acho que esse é o título que eu gostaria de buscar, além da Libertadores, é claro.

Você disse que quer ficar muitos anos no Flamengo e ganhar mais títulos, mas os árabes tentaram te levar recentemente. Propostas mais vantajosas financeiramente não te balançam?

- Pretendo ser ídolo do Flamengo , jogar muitos anos aqui. Me identifico demais com o clube, maior clube da América do Sul, maior torcida, mas os árabes estão vindo fortes (risos). Os caras estão com a grana lá, mas é claro que a gente vê esse lado financeiro. Tenho minha toda a minha família por trás, tenho os meus filhos, mas estou focado somente no Flamengo . Quero conquistar muito mais títulos e ser ídolo do clube.

Como Tite lhe impactou mais?

- É um treinador de um calibre muito grande, técnico de Seleção. Sabemos que onde ele chega é para ganhar títulos. Sempre admirei muito os trabalhos dele na parte defensiva. Todo o staff dele tem uma atenção especial à defesa. Para nós, é muito importante. Ficamos muito felizes não só por essa atenção a mais para a fase decisiva. A partir do momento que está todo mundo entendendo o que ele quer, isso só eleva o nosso nível para que possamos vencer e não tomar gol.

Pelo recorde de jogos numa temporada e boas atuações, 2023 foi o melhor ano da sua carreira individualmente?

- Não, não. A partir do momento que a gente não ganha títulos, não tem como você qualificar como um ano positivo. Fui titular, mas acho que o ano de 2022 foi o melhor ano da minha carreira. Tiro o ano de 2023 como um de muito aprendizado. Tivemos muitas coisas boas que a gente pode tirar de lição.

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