Se valer o que está escrito, o erro de ter escalado André Santos no festivo jogo contra o Cruzeiro custará o prejuízo de mais de R$ 4 milhões ao Flamengo. O contrato com a Adidas prevê queda na receita de 10% do patrocínio por causa da colocação — R$ 3,5 milhões. E soma-se a isso que, ao cair da 11ª para a 16ª posição, a CBF reduzirá a cota rubro-negra de R$ 600 mil para R$ 100 mil — R$ 1 milhão por ponto perdido no Superior Tribunal de Justiça Desportiva.

A atual diretoria crê que a vaga na Copa Libertadores impeça a Adidas de fazer valer a cláusula do contrato. Estrategicamente, o clube entende que o bom relacionamento com a nova fornecedora não será abalado e vê outros avanços na parceria, freando a possibilidade de um desconto no orçamento do ano que vem. Entre as novas ações com o patrocinador, está a cessão do espaço do museu do clube, na sede da Gávea, para a Adidas montar uma exposição até agosto de 2014.

— Isto tudo está sendo tirado do contexto. Não existe esta possibilidade — afirmou o vice de marketing Luiz Eduardo Baptista.

Contudo, no termo assinado com a Adidas, o ítem 13.2 do contrato prevê o desconto. E segundo o ex-vice geral do Flamengo, Hélio Ferraz, que participou da elaboração da minuta, há realmente uma possibilidade de perda financeira prevista, sem que nenhuma cláusula posterior anule essa em razão da classificação para a Libertadores.

— Existe uma disposição expressa que prevê a multa, mas a ideia dessa cláusula era caso não haja exposição da Adidas em uma competição internacional. Só que não há outra cláusula anulando isso. Vão ter que gastar saliva — acredita o ex-dirigente.

No tapetão, a conta rubro-negra só aumenta. O parecer do advogado Marcos Motta e a presença do ex-diretor da Fifa Paolo Lombardi no julgamento custaram R$ 150 mil. E olha que o departamento jurídico se posicionou: o risco da escalação era calculado.