Diante do adiantamento das cotas dos direitos de transmissão de tv para os próximos anos, possíveis novos patrocínios tomaram uma dimensão ainda maior no Flamengo. Nas mãos, o clube tem a proposta para trocar de fornecedor de material esportivo e assinar com a Adidas. O contrato redigido já chegou às mãos da nova gestão. Futuro vice-presidente de marketing do clube, Luiz Eduardo Baptista, o Bap, entende a pressa da fornecedora em ter um acordo e discutir os termos para entrar em cena já em 2013. Mas, ao mesmo tempo, pede calma. As negociações provavelmente voltarão à mesa com a empresa alemã. Na outra ponta, a Olympikus, atual fornecedora, aceitou estender o prazo que inicialmente iria até o dia 10 de dezembro. Agora a nova data para o Flamengo pagar os R$ 3 milhões e formalizar a rescisão é 21 de dezembro.

"Cada um tem os seus problemas. Nós temos uma data próxima, no dia 21, em que devemos ter uma definição com um fornecedor. Eu entendo a pressa da Adidas. Mas é complicado ter definição do que você vai ter na camisa ou quem vai vesti-la daqui a seis meses. Não coloco no papel o que não sei se vou cumprir", disse Bap.

A oferta da Adidas chega a R$ 380 milhões por dez anos de acordo. O montante, porém, não é apenas em espécie. Contabilizados no valor estão também, por exemplo, o fornecimento de material esportivo. A empresa pretende assinar logo o acordo para ter tempo hábil de fabricar todos os uniformes e apresentá-los já no início da temporada de 2013. Mesmo com o pouco tempo restante, Luiz Eduardo Baptista faz jogo duro e externou a preocupação com a duração do contrato, considerada longa.

"Os contratos devem estar aliados ao planejamento estratégico do clube. Dez anos você tem de pensar. Alguém lembra o que estava fazendo há dez anos? Não havia Google, smartphone, redes sociais. A revolução digital aconteceu nesse período. Tem de sentar e negociar", afirmou Luiz Eduardo Baptista.

Uma das alternativas é constar no contrato uma cláusula de renegociação de valores, equiparando-os ao mercado vigente, em cinco anos. Bap gosta da ideia e pensa em propor isso na nova negociação com a Adidas, o que deve ocorrer nos próximos dias.

"Tem de haver cláusulas boas para os dois lados. Vou conversar com eles como posso conversar com outras empresas também", arrematou o vice de marketing da nova gestão.


Patrocinadores para a camisa

Talvez um dos pontos mais criticados durante a gestão de Patricia Amorim, a ausência de um patrocinador master na camisa também foi abordada por Luiz Eduardo Baptista. No dia da eleição presidencial, o agora vice de futebol, Walim Vasconcelllos, afirmou que o clube tinha dois patrocinadores para a camisa muito próximos do acerto. Bap confirmou ofertas, mas garantiu que conversa com um número maior de empresas interessadas em estampar suas marcas no clube.

"Temos várias conversas encaminhadas. Estou há 40 dias conversando sobre isso. Mas é como um jogo de futebol. Algumas estão aos 39 minutos do segundo tempo, outras aos 15 minutos do primeiro tempo. Às vezes você sai atrás e vira o jogo ou está na frente e perde", disse Bap, um tanto quanto enigmático.

A ideia de ter três marcas em revezamento na camisa do time de futebol agrada ao futuro dirigente. As cotas seriam iguais, possivelmente de R$ 15 milhões, e a cada quatro meses haveria uma troca do local estampado: camisa, calção e mangas. A tendência é que os acordos futuros sejam costurados desta maneira, a não ser que o termo da negociação seja modificado.

"Para termos três bons patrocinadores precisamos conversar com um número ainda maior. Gosto da ideia do rodízio, mas se chegar alguém e quiser pagar muito mais por um espaço privilegiado, fica difícil não aceitar", opinou Luiz Eduardo Baptista.