11/12/2012 20:16
Futuro vice de futebol sugere que patrocinadora pode contratar craque
Wallim Vasconcellos diz que Fla ainda vai conversar com a Adidas, porém cogita a hipótese de empresa ajudar com reforços: 'Temos de ser criativos'
Já em processo mais sólido de transição oito dias após a vitória na urnas, Eduardo Bandeira de Mello e o time de executivos que compôs a Chapa Azul no pleito presidencial do Flamengo começam a arregaçar as mangas para tomar ciência e analisar os contratos em vigor ou em negociação. Na pauta de prioridades, aparece a apreciação da proposta da Adidas, que agora está sob os cuidados do novo vice de marketing rubro-negro e presidente da Sky, Luís Eduardo Baptista, o Bap. Ele afirmou que pretende rever pontos do contrato e falou que gostaria de acrescentar cláusulas de reajustes, enquanto o novo vice de futebol, Wallim Vasconcellos, acenou com o desejo de ver um possível acerto entre clube e a nova fornecedora acarretar a contratação de um grande craque patrocinado.
- A gente não sentou com a Adidas ainda. Temos de definir essa questão. Eventualmente, eles podem trazer alguém, quem sabe? Seria um sonho nosso a Adidas patrocinar e trazer também um craque. Não queremos fazer nada semelhante ao Fluminense com a Unimed, mas para certos jogadores temos de pensar. Por exemplo, o Neymar no Santos. Há meia dúzia de empresas que exploram a imagem dele e praticamente pagam o salário. Então temos de ser criativos da mesma maneira - disse Wallim.
Luís Eduardo Baptista, por outro lado, deu a entender que ainda há muitos detalhes a serem negociados com a Adidas, entre eles a possível inclusão de cláusulas de reajuste dos valores durante os dez anos previstos de contrato.
- A versão do contrato que eu vi não trata disso (reajuste). Eu sugeri que houvesse uma cláusula dessa. Mas não adianta eu sugerir e a outra parte não concordar. A gente tem que se encontrar com eles para discutir os pontos principais. Não tem muito mistério. Você tem que sentar com o contrato e discutir detalhes.
Bap garantiu que o encontro com os representantes da Adidas não demorará e ressaltou que pretende conversar também com outros interessados.
- Vamos nos reunir muito rapidamente. Qualquer grande marca que pensa em se associar ao Flamengo merece a nossa gratidão e o nosso respeito. A gente não tem em relação à Adidas uma postura arrogante, exigente ou demandante. A gente acha que tem que ter cláusulas que permitam que o Flamengo consiga ser realmente grande. Tem que ser bom para os dois. Vamos conversar com eles, como vamos conversar com mais gente. Sendo o Flamengo, não faria nem sentido você conversar com só uma parte. É como qualquer um de nós faz negócios. Você não aceita a primeira versão de um contrato que te mandam. Eu sei que as pessoas tentam ler nas entrelinhas, acham que tem bola nas costas, mas não tem. É natural do processo - disse Bap.
O dirigente procurou não entrar no clima de urgência que cerca a assinatura com a Adidas desde que a proposta foi apresentada.
- Dez anos é como um casamento. Ontem à noite foi maravilhoso, então vou casar amanhã? Você vai ficar dez anos junto? É melhor você pensar um pouco. Temos que pensar um pouco nas implicações.
A Adidas ofereceu ao Flamengo um contrato de R$ 350 milhões por dez anos. Os valores da empresa alemã são divididos entre cota de R$ 27 milhões, mais R$ 8 milhões de material esportivo. A Adidas também assumiria a conclusão do museu do clube, que começou a ser construído pela Olympikus, mas está parado por causa da crise na relação entre o clube a a atual fornecedora. Para o término da obra, são necessários cerca de R$ 3 milhões.
Luís Eduardo Baptista esclareceu ainda a questão do rodízio de espaço para os patrocinadores, eliminando a figura de um patrocinador master, modelo levantado pelo executivo da EBX Flávio Godinho em uma das coletivas da Chapa Azul durante a campanha que terminou com vitória nas urnas no dia 3 de dezembro. Para Bap, o modelo de rodízio, em princípio, é melhor para o clube pois pode trazer mais dinheiro, mas ele não descarta um acordo com um patrocinador master para ficar durante todo o ano com a marca estampada no peito da camisa, desde que o valor esteja de acordo com as pretensões do clube.
Ao contrário do que fez a diretoria de Patricia Amorim quando firmou parceria com a Traffic para a contratação de Ronaldinho Gaúcho em 2011 (quando a empresa não conseguiu atingir os valores estipulados e o clube ficou sem patrocinador master), Bap afirmou que não há um teto mínimo para os novos patrocinadores.
- Eu gosto muito da ideia de rodizío. Se alguém chegar e disser que paga para ser privilegiado... Ainda acho que a ideia do rodízio é uma boa ideia para todo mundo e para o Flamengo. Acho que fazendo dessa forma você consegue mais dinheiro do que você tendo um master e dois menores. Mas isso é o que eu acho. De repente eu vou negociar com o cara e ele não quer pagar. Por isso que estamos conversando com mais do que três possíveis patrocinadores.
2506 visitas - Fonte: Globo Esporte
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