O advogado Delmiro Goveia, que entrou na Justiça comum a favor da Portuguesa para tenta ajudar o clube a recuperar os quatro pontos perdidos em julgamento no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), disse nesta sexta-feira que outras ações deverão ser protocoladas contra a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e o STJD.
- Conselheiros e torcedores da Portuguesa já me ligaram pedindo o modelo da petição que ingressei na Justiça, inclusive já disponibilizei em uma rede social para que eles possam fazer o mesmo, uma vez que quanto mais ações tiverem contra a CBF e o STJD mais legítimo serão os interesses da Portuguesa. O torcedor não precisa ir à capital ou ao Rio de Janeiro, ele pode ajuizar essa ação na sua comarca mesmo, no fórum local - explica.

Ex-presidente do União Mogi e torcedor do Santos, Goveia se diz também um simpatizante da Lusa e apaixonado pelo futebol. Como advogado, foi movido a entrar com a ação por uma "questão da legalidade, do amor a profissão", mas não ingressou a favor do Flamengo porque vê um complô da CBF para favorecer os times cariocas.

- Eu não entrei defendendo o Flamengo porque eu entendo que a CBF deve ser mudada do Rio de Janeiro. Entendo, neste caso, que quem está sendo penalizada é a Portuguesa, porque ali existe um complô, uma cariocada, a favor dos clubes do Rio de Janeiro. Então, eu já vi que a única prejudicada nesse sentido está sendo a Lusa e não os demais.

Mesmo assim, Goveia comentou da possível situação que sua ação pode acarretar e acredita que o Flamengo também tentará recuperar os pontos perdidos no julgamento do STJD.

- Se a Portuguesa recuperar os quatro pontos ela volta para Série A, ficando pendente que se o Flamengo não modificar a decisão, ficando ele rebaixado. Mas eu acredito que o Flamengo também deva procurar os seus direitos até na justiça comum, e, consequentemente, o rebaixado seria o Fluminense, prevalecendo assim o resultado de campo e não no tapetão.

O advogado já defendeu o União Mogi, que atualmente disputa a quarta divisão do campeonato paulista, e outros clubes da região em diversas ocasiões na Justiça Desportiva e já foi presidente do Tribunal de Justiça Desportiva da Liga de Futebol de Mogi das Cruzes. Mesmo acostumado com os trâmites dos tribunais, Goveia se sente indignado com a situação.
- Eu fiquei indignado, assim como muitos torcedores também ficaram, com a postura da CBF e do STJD, razão pela qual, resolvi entrar, visando reestabelecer a legalidade.
Segundo o advogado, em razão do recesso do Judiciário, provavelmente a ação será analisada na próxima segunda-feira. Confiante, ele não vê risco nenhum de a Portuguesa ser punida pela Fifa pelo fato de o caso ter chegado à Justiça comum.
- Quem está entrando na Justiça comum é um torcedor, e não a entidade esportiva, no caso a Portuguesa. A Fifa vai ser obrigada a aceitar qualquer decisão da Justiça comum e aí é um problema da CBF se entender com a Fifa e não da Portuguesa - concluiu.