Jayme de Almeida já começou a trabalhar para dar sequência ao sucesso que experimentou em cerca de três meses no comando técnico do Flamengo, que culminou em título da Copa do Brasil de 2013 e classificação para a Libertadores deste ano. O comandante rubro-negro reconhece que a expectativa e as cobranças sobre as suas decisões serão maiores, mas diz estar preparado para tal transformação. Jayme se preocupa em frear a euforia exagerada da torcida, que costuma atingir jogadores e diretoria.

Em entrevista ao jornal Extra, o técnico analisa as mudanças a sua vida teve após deixar o cargo de auxiliar e aceitar substituir Mano Menezes no Flamengo. Ele ressalta que a torcida conseguiu ter esperança no time com a campanha vitoriosa na Copa do Brasil.

O título e a presença na Libertadores-2014, por outro lado, fazem os torcedores criarem maior expectativa por voos mais altos do time. "Quando você faz um trabalho e dá certo, as coisas vão ficando mais difíceis, porque a expectativa cresce. Você passa a ter que fazer igual ou melhor. E tem a questão da torcida, que não tinha esperança de nada e agora tem uma Libertadores. Sei bem como é. A cobrança é grande, mas não me assusta", contemporiza Jayme.

Se as vitórias vierem, a torcida pode se empolgar e tirar a concentração de diretoria e elenco. É tudo que o treinador planeja evitar nesta temporada. "Internamente, tenho que manter os pés no chão e passar isso para todos. O Flamengo tem um pouco desse clima de oba-oba quando entra em uma competição tão esperada, porque a torcida se empolga. Mas é preciso pensar com calma, cabeça fria para conduzir esse processo e trabalhar ainda mais para melhorar", reforça.

Já adaptado ao trabalho como técnico do Flamengo, Jayme de Almeida resume as mudanças que viveu após a promoção recebida em 2013. "Não é só a questão de vencer, ganhar um título. É o reconhecimento do meu modo de ser. As pessoas falando comigo por onde eu ando, torcedores de outros times dizendo que torciam para eu ter sucesso porque gostam de mim, porque achavam que eu passava uma coisa boa. Isso tudo é um prêmio maior do que um título", completa.

Na Libertadores, o Rubro-negro caiu no grupo 7, onde irá enfrentar o mexicano León, o equatoriano Emelec e a equipe boliviana do Bolívar. "O grupo não é difícil, mas é desgastante pelas viagens. E tem a questão da altitude justamente na estreia (contra o León)", encerrou Jayme em declarações ao jornal.