6/1/2014 11:53
Jayme se diz pronto para o desafio de manter Flamengo no topo, mas alerta contra oba-oba na Libertadores: ‘Não podemos relaxar nunca’
Para quem foi das lágrimas de tristeza às de alegria em tão pouco tempo, é impossível esquecer o ano que passou. Sem comparar os sentimentos, o técnico Jayme de Almeida reconhece que viveu de tudo em 2013. Em entrevista exclusiva, ele se emocionou ao lembrar da morte da irmã Lenira, vítima de câncer há quase um ano, reconheceu que será mais cobrado em 2014, mas não tem medo do que está por vir. Sua maior preocupação é manter o Flamengo forte e determinado para conquistar a Libertadores.
Você fez algum pedido especial na virada do ano?
Eu só agradeci por tudo que aconteceu e pedi saúde para mim, para a minha família e força para seguir trabalhando. Tendo saúde e disposição, tudo anda melhor.
Geralmente as pessoas do futebol pedem um título.
Nunca vou pedir um título para Deus. A gente tem que trabalhar, e aí Ele ajuda. Título não cai do céu só com pedido, não (risos).
Você viveu de tudo em 2013...
O ano começou muito ruim com a morte da minha irmã (no dia 17 de janeiro). E foi um golpe muito duro, porque a gente era muito ligado. (Nesse momento, Jayme para de falar, visivelmente emocionado). Foi um ano de sofrimento, de um aprendizado enorme e de alegria no final também. Não preciso pedir nada, é só agradecer mesmo.
Foi o ano mais especial da sua vida?
Com certeza foi o ano mais estranho. Não esperava que em três meses tantas coisas bacanas e importantes fossem acontecer.
A responsabilidade agora será maior. Isso te assusta?
Quando você faz um trabalho e dá certo, as coisas vão ficando mais difíceis, porque a expectativa cresce. Você passa a ter que fazer igual ou melhor. E tem a questão da torcida, que não tinha esperança de nada e agora tem uma Libertadores. Sei bem como é. A cobrança é grande, mas não me assusta.
Você esperou que a vida fosse mudar tão repentinamente?
Foram três meses que mudaram tudo em termos de trabalho. Não é só a questão de vencer, ganhar um título. É o reconhecimento do meu modo de ser. As pessoas falando comigo por onde eu ando, torcedores de outros times dizendo que torciam para eu ter sucesso porque gostam de mim, porque achavam que eu passava uma coisa boa. Isso tudo é um prêmio maior do que um título.
Como você analisa o grupo do Flamengo na Libertadores?
O grupo não é difícil, mas é desgastante pelas viagens. E tem a questão da altitude justamente na estreia (contra o León, no México).
Como será o planejamento?
A decisão será do preparador físico, dos médicos e do fisiologista. Eles estão entre os melhores do Brasil e sabem como agir. A verdade é que são vários pensamentos sobre o que é melhor, mas não há uma fórmula ideal. Quando se viaja muito antes e ganha o jogo, dizem que deu certo. Se não ganha, dizem que o melhor era ter ido mais perto da partida. Mas vamos chegar bem para a estreia.
Como evitar a euforia que toma conta do clube sempre que se disputa a Libertadores?
Internamente, tenho que manter os pés no chão e passar isso para todos. O Flamengo tem um pouco desse clima de oba-oba quando entra em uma competição tão esperada, porque a torcida se empolga. Mas é preciso pensar com calma, cabeça fria para conduzir esse processo e trabalhar ainda mais para melhorar.
É difícil manter o que deu certo no ano passado?
Temos que manter o espírito da Copa do Brasil, jogando da mesma forma em casa e fora. Sem relaxar nunca. É seguir esse pensamento, com a mesma seriedade, porque nada vem por acaso.
A contratação de poucos reforços preocupa?
O ideal é termos tudo resolvido o quanto antes. Mas a diretoria está correndo atrás. Não podemos fazer loucuras. A cobrança vai ser maior, mas é preciso pensar bem, porque estamos no caminho certo.
Depois de tantas coisas boas, você está preparado para um possível insucesso?
A vida é assim, né? São bons e maus momentos. E eu procuro atravessar tudo com serenidade mesmo, sem desespero, sem mudar o que acho certo ou errado. Tento me manter sempre assim nas horas boas e nas ruins. Não sou mais garoto para me iludir com sucesso. É legal treinar o Flamengo, ter o carinho das pessoas, o reconhecimento? Claro que é. Seria ridículo eu dizer que não mudou nada. Mas quem não pode mudar sou eu. Estou pronto para tudo.
718 visitas - Fonte: Extra
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