Com uma proposta de R$ 19 milhões do Al Jazira em mãos, Hernane ainda não sabe se ficará no Flamengo ou tomará o rumo do endinheirado futebol dos Emirados Árabes. No entanto, apesar da vontade de clube e torcida, um fator deixa o atacante cada vez mais longe da Gávea: o salário inferior ao de outros jogadores de ataque.

Ainda que não fale no assunto, Hernane não esconde a insatisfação de ter vencimentos abaixo dos que são pagos a jogadores contratados recentemente para o setor ofensivo. E mesmo diante de uma proposta milionária, o camisa 9 se sente desvalorizado.

Em 2013, o Brocador teve que aceitar o reserva Marcelo Moreno ganhar R$ 300 mil por mês, enquanto o artilheiro do time na temporada tinha salário de R$ 150 mil. Para esta temporada, uma situação semelhante ocorre com a chegada de Alecsandro: o ex-atacante do Atlético-MG receberá cerca de R$ 260 mil mensais.

E nem mesmo a oferta do Al Jazira mudou a relação salarial entre Flamengo e Hernane. O clube fez uma contraproposta que nem sequer alcança o valor a ser pago ao recém-contratado Alecsandro. O fato incomodou o Brocador e pode selar o adeus do atacante ao time rubro-negro.

Além da desvalorização no time que ajudou a conquistar a Copa do Brasil em 2013, Hernane tem uma promessa de receber aproximadamente R$ 350 mil por mês no Al Jazira, fato que deixa o artilheiro cada vez mais "balançado".

Após chegar ao Flamengo no meio do ano de 2012 como uma aposta, Hernane assinou um primeiro contrato com vencimentos de R$ 50 mil. Em 2013, na assinatura do novo vínculo, teve um aumento de 200%, passando aos atuais R$ 150 mil por mês. Ao que tudo indica um novo salário não deverá ser estabelecido, já que o atacante se aproxima cada vez mais da saída.

Discussão interna
Outro impasse envolvendo o futuro de Hernane se dá entre comissão técnica e diretoria. Enquanto membros do departamento de futebol tentam reverter a situação que se encaminha para um adeus do Brocador, parte da cúpula do clube defende que o Brocador tem que ser negociado o quanto antes.

Para pessoas próximas ao presidente Eduardo Bandeira de Mello, o Flamengo dificilmente teria uma nova oportunidade de arrecadação milionária – Rubro-negro ficaria com R$ 9,5 milhões – em cima do jogador.

Ainda assim, o clube estuda uma última cartada de comprar os outros 50% dos direitos econômicos, que pertencem a um grupo de investidores e ao empresário Paulo Pitombeira, para não perder um dos grandes destaques da última temporada. A ideia, porém, não tem muito apoio nos bastidores.