A investigação de manipulação em cima do atacante Bruno Henrique, do Flamengo, revelou alguns dos valores apostados em um cartão do atleta na partida entre o Rubro-Negro e o Santos, em 1º de novembro do ano passado, pelo Campeonato Brasileiro 2023. De acordo com informações reportadas inicialmente pelo GE e confirmadas pela ESPN, três apostas foram identificadas como muito suspeitas, envolvendo familiares e amigos do jogador. São elas: Aposta de R$ 3.050 para ganhar R$ 9.150 (lucro de R$ 6.100) Aposta de R$ 2.300 para ganhar R$ 7.000 (lucro de R$ 4.700) Aposta de R$ 1.500 para ganhar R$ 4.550 (lucro de R$ 3.050) Como as investigações ainda estão em curso, há possibilidade de mais apostas suspeitas serem detectadas pelas autoridades, com os valores totais subindo bastante.
O relatório do caso também mostra que três casas de apostas perceberam movimentações incomuns em bets envolvendo cartão amarelo para Bruno Henrique, e uma delas inclusive passou a impedir novas apostas do gênero. No momento em que as bets foram feitas, a odd para o jogador levar uma advertência era de 3,10 - ou seja, para cada R$ 1 investido, o pagamento era de R$ 3,10. Além de Bruno Henrique, diversos apostadores e familiares do atacante também são investigados. São eles: Wander Nunes Pinto Junior Ludymilla Araújo Lima Poliana Ester Nunes Cardoso Elias Baddan Henrique Mosquete do Nascimento Andryl Sales Nascimento dos Reis Douglas Ribeiro Pina Barcelos Max Evangelista Amorim.
Entenda o caso Bruno Henrique Em nota oficial (leia completa abaixo), o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e a Polícia Federal informaram que deflagraram operação nesta terça-feira (5) para investigar cartões levados pelo atleta em partida contra o Santos, pelo Brasileirão 2023, em 1º de novembro do ano passado (veja os lances no vídeo acima). Ao todo, mais de 50 policiais federais e seis promotores de Justiça do Gaeco-DF cumpriram 12 mandados de busca e apreensão, expedidos pela Justiça do Distrito Federal, nas cidades do Rio de Janeiro (incluindo o CT Ninho do Urubu, do Flamengo), Belo Horizonte, Vespasiano, Lagoa Santa e Ribeirão das Neves.
Em comunicado (leia completo abaixo), o Flamengo disse que "tomou conhecimento do caso" e afirmou que "dará total suporte ao atleta Bruno Henrique", que "desfruta da nossa confiança e, como qualquer pessoa, goza de presunção de inocência". O clube rubro-negro também apontou que "uma investigação no âmbito desportivo" feita pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) sobre o tema "foi arquivada" e salientou que o camisa 27 segue treinando normalmente com a equipe. Ele inclusive viajará para o jogo contra o Cruzeiro, nesta quarta-feira (6), em Belo Horizonte. Após ser citado pelo Fla, o STJD também se manifestou sobre o tema e explicou o arquivamento da investigação.
O grupo de promotores também destacou que a operação teve início a partir de comunicação feita pela Unidade de Integridade da Confederação Brasileira de Futebol, que apontou suspeitas de manipulação do mercado de cartões na partida do Campeonato Brasileiro. Durante a partida, o jogador de fato recebeu um cartão, e os alvos da operação incluem o atleta e os apostadores. Este é um caso em que, em tese, pode haver crime contra a incerteza do resultado esportivo, enquadrado na Lei Geral do Esporte, com pena de dois a seis anos de reclusão.
O Flamengo, por sua vez, esclareceu que uma investigação no âmbito desportivo, perante o STJD, foi arquivada, mas ressaltou que aguardará o desenrolar da investigação atual. O atleta segue exercendo suas atividades profissionais normalmente e viajará com a delegação para os próximos jogos conforme programado.
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