A mesma estrela que Reinaldo teve no começo da carreira no Flamengo, quando tinha acabado de subir da base e foi campeão três vezes em cima do Vasco no tri estadual de 1999 a 2001, o ex-atacante vem mostrando agora em seu início como treinador. Desde 2020 trabalhando no profissional, o técnico já levantou três troféus. Todos no comando do novato Maricá, que vai ser o estreante do Campeonato Carioca que começa daqui a uma semana. - Eu até falei com minha esposa, são quatro anos de carreira e graças a Deus três títulos importantes. A Taça Santos Dumont, que é como se fosse uma Taça Guanabara da Série A2; o Campeonato Carioca da Série A2, que nos deu o acesso para a Primeira Divisão, e a Copa Rio, onde a gente já conseguiu pegar equipes da Série A como Portuguesa, Volta Redonda, e fomos campeões contra o Olaria. Foi um ano muito mágico. Nós montamos um grupo de atletas em cima da minha ideia de jogo, um grupo muito comprometido, os caras com fome de buscar seu espaço. Eu sempre falo para eles que sou muito grato porque eles são os protagonistas de tudo isso que aconteceu em 2024. Fundado em 2017, o Maricá alcança a elite do futebol carioca depois de só oito anos.
O time que terminou 2024 com apenas uma derrota em 25 jogos oficiais (mais 13 vitórias e 11 empates) vai tentar surpreender mesmo após perder o seu artilheiro Pablo Thomaz para o Botafogo-SP. Para repor, o clube contratou 11 reforços, incluindo quatro estrangeiros: o zagueiro uruguaio Felipe Carvalho; os atacantes equatorianos Kevin Mercado e Johan Mina, e o centroavante argentino Mathias Roskopf.
Aos 45 anos, Reinaldo volta ao Carioca agora como técnico e já se prepara emocionalmente para enfrentar o clube que o revelou e reencontrar a torcida rubro-negra em um Maracanã lotado. A partida contra o Flamengo será no dia 22 de fevereiro, às 16h30 (de Brasília), pela última rodada da Taça Guanabara.
Reinaldo tem um nome da nova geração como espelho: Filipe Luís. O ex-atacante rasgou elogios ao ex-lateral e o considera uma referência para ex-jogadores que desejam seguir carreira como técnicos. - O Filipe Luís para mim já é um dos grandes treinadores do Brasil. É um treinador novo também, que está iniciando uma carreira. E eu vejo ele hoje, principalmente para nós que somos atletas... Porque não adianta querer ser treinador somente por ter jogado, de forma empírica. Pode acontecer? Pode, mas é muito difícil. Então, o Filipe Luís vem sendo uma referência. Treinador de boas ideias, muito estratégico, um cara muito estudioso.
Veja a entrevista completa com Reinaldo:
Da onde veio ideia de ser treinador? Sempre quis ou foi algo recente? - Eu sempre quis ser treinador porque na minha carreira sempre trabalhei com grandes treinadores. Nos elencos que eu trabalhava, sempre era considerado um dos líderes, algumas vezes de capitão, outras de segundo capitão. Como foi com Oswaldo de Oliveira no São Paulo, como segundo capitão com o Rogério Ceni. Então aquilo ali foi me moldando. Eu sempre fui apaixonado por um modelo, por tática, treinamento...
Por exemplo, aquele Flamengo de 2001, a gente tinha uma forma de jogar e eu fazia o quarto homem de meio de campo para deixar o Pet e o Edílson mais frescos para atacar. O Zagallo tinha esse entendimento, sabia que eles eram os craques do time.
"Então aquele momento eu defino como o mais importante da minha carreira porque a partir dali eu me firmei como titular no Flamengo, me firmei no futebol brasileiro. E pude seguir uma carreira, graças a Deus, vitoriosa."
Pensa em treinar o Flamengo um dia? - Não tenha dúvida. Todo treinador sonha em treinar clube gigante. Flamengo é um deles. Isso faz parte da vida de treinador. Sei que tem muita coisa para acontecer, muita coisa para rolar, muito aprendizado, mas eu estou cada vez mais me preparando, me qualificando. Estou só com quatro anos de carreira, mas com quatro anos já começar ganhando é importante, independentemente da divisão é importante levantar taça. Esse é um projeto meu de carreira. Sei que está muito distante ainda, mas tenho certeza que vou conseguir realizar meu sonho, como realizei como atleta, de jogar em grades clubes. E como treinador vou conseguir trabalhar em clubes de Série A, clubes gigantes, de camisa pesada. Trabalhar muito, estudar muito, aprender muito, mas a minha hora vai chegar.
Qual a sua melhor lembrança do Flamengo? - O momento que mais me marcou foi o primeiro gol da final contra o Vasco, no bicampeonato de 2000. No segundo jogo da final, que foi 2 a 1 (veja no vídeo acima). A gente estava perdendo, se não me engano o Vasco fez um gol com o Viola, e para mim foi a bola que mudou a minha vida.
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