O atacante Rafinha experimentou uma sensação diferente ao deixar o Engenhão na noite da última quinta-feira. Autor de um golaço e com participação nos outros três tentos na vitória sobre o Vasco por 4 a 2, o jovem de 19 anos e apenas 1,60 metro foi ovacionado por torcida, exaltado por comissão técnica e companheiros e se tornou o novo xodó do Flamengo.

Mas a vida do jogador nem sempre foi de felicidade. Cedido ao rubro-negro pelo CFZ, clube de Zico, Rafinha foi pivô de uma intensa discussão nos bastidores da Gávea. Dirigentes da antiga gestão questionavam a maneira como o ídolo levava jogadores de seu time para a Gávea.

De quebra, o jovem atacante chegou a ser renegado por treinadores antigos em razão de questões técnicas e, principalmente, pelo seu pequeno porte antes de se tornar o símbolo da campanha no Campeonato Carioca até o momento.

"Muitos acharam que eu não chegaria aqui. Estou tentando mostrar o meu valor. E eu quero fazer muito mais pelo Flamengo", desabafou após o clássico, em um discurso que já havia sido adotado na partida contra o Volta Redonda, no último fim de semana, quando também foi um dos destaques.

E não foi apenas a voz firme ao falar sobre o assunto e o golaço da última quinta-feira que fizeram de Rafinha uma unanimidade no clube. O discurso humilde ao comentar sua ascensão e a história de vida do menino que saiu do Maranhão ainda muito novo e não vê o pai há mais de 10 anos cativou companheiros e comissão técnica.

"O Rafinha é um garoto que merece tudo de bom. Tem potencial e vai mostrar. E a humildade dele é uma coisa muito bacana. Ele merece tudo isso", comentou Cleber Santana.