Em 1912 surgia uma rivalidade que tinha começado um ano antes. O Fluminense viu o Flamengo “roubar nove titulares do elenco tricolor para jogar com o rubro negro no campeonato carioca. A tradição do Fluminense era maior. Pesou. Mas perder nove jogadores para um só time não é fácil. Por ser o primeiro clube carioca profissional, o Fluminense era conhecido com o pai do futebol carioca e naquele ano o Flamengo era o filho ingrato. Os torcedores tricolores alegavam que um time de regatas não sabia nada nos gramados, que o lugar deles era na lagoa. Enquanto o Flamengo vinha com uma invencibilidade de todo o campeonato e favorito.

Um jogo onde o vestiário contava muito. O psicológico dos jogadores do Flamengo com um clima de já ganhou, mas com toda humildade e do Fluminense que tinha de enfrentar 9 companheiros ouvindo de populares que quem tinha ficado no clube era “o resto.
No primeiro minuto de jogo o Fluminense abriu o placar. O primeiro gol do Fla-Flu foi de Edward Calvert. O jogo continuou eletrizante. Três minutos após o gol do Fluminense, o Flamengo empatou com Arnaldo. O primeiro tempo terminou em 1-1. Naquele momento o Fluminense descobriu que poderia sim vencer o favoritíssimo Flamengo. E logo na volta, aos 12 minutos do segundo tempo James Calvert colocou o tricolor na frente mais uma vez. A surpresa tinha surgido. Poucos acreditavam naquele placar. A tradição pesava. Mas o zagueiro Pindaro empatou o jogo, aos 25 minutos. O atacante Bartô marcou o último gol da partida. O Fluminense venceu por 3-2.
O jogo teve 800 telespectadores.
Os irmãos Mario Filho e Nelson Rodrigues descreveram o grande clássico em frases:
“O Fla-Flu não tem começo. O Fla-Flu não tem fim. O Fla-Flu começou quarenta minutos antes do nada. E aí então as multidões despertaram.” – Nelson Rodrigues
“Criador de Multidões – Mario Filho