12/2/2014 07:56
Ídolo de Fla e León, Tita revive paixões do início ao fim da carreira
Coadjuvante de luxo ao ser revelado no Rubro-Negro de Zico, ex-jogador foi protagonista no México e divide sua torcida para confronto da Libertadores
Milton Queiroz da Paixão. O nome assim, sem o apelido junto, pode passar despercebido para muitos no Brasil, até mesmo para torcedores de Flamengo, Grêmio e Vasco – onde jogou -, mas não no México. Não em León. Mais do que isso, na cidade, é sinônimo de futebol brasileiro. Multicampeão nos gramados brasileiros, Tita é ídolo na terra onde o Fla estreará na Libertadores nesta quarta-feira. Idolaço, como o próprio definiu. Coadjuvante de luxo na geração mais vitoriosa da história rubro-negra, o ex-meia-atacante viveu anos de protagonismo nos "Esmeraldas" e até hoje é assediado por onde passa.
Quis o destino que León e Flamengo caíssem no mesmo grupo na Taça Libertadores da América de 2014. Nesta quarta, às 22h (de Brasília), as duas equipes onde Tita mais jogou dão o pontapé inicial para competição, mas dificilmente algum dos 22 jogadores que estarão em campo será mais assediado do que ele no Nou Camp. Convidado de honra, vai ser homenageado por uma história de 167 partidas, 86 gols e um título nacional.
- Depois da Copa de 90, tive o convite para vir para o futebol mexicano. O León tinha subido recentemente para a primeira divisão e logo na segunda temporada saímos campeões nacionais depois de 36 anos. Então, a torcida aqui tem um carinho, respeito e amor impressionantes comigo. Agora, tenho a oportunidade de ver os clubes onde nasci e terminei a carreira jogando em um torneio tão importante.
A relação de Tita com León é grande. Mesmo 17 anos após deixar o clube, ainda mantém uma casa na cidade e as visitas são constantes. Entre 2010 e 2011, teve uma passagem como treinador, e já marcou o retorno assim que viu a definição dos grupos da edição atual da Libertadores.
- Quando vi no sorteio que o León estava no grupo do Flamengo, já programei minha viagem. Há quase um ano não vinha aqui. Aproveitei para estar presente, ver esse jogo, acompanhar. É uma grande satisfação. Até porque, ninguém no Brasil sabia da história que eu tinha feito no México. Vai ser legal ver os dois times onde mais joguei. No Flamengo, por quase 15 anos, e o León, onde estive nos meus últimos sete anos de carreira.
Para se ter uma ideia da idolatria dos leoneses por Tita, há um muro com pinturas em sua homenagem na principal avenida da cidade - honraria que só o ex-goleiro Antonio Carbajal, que disputou cinco Copas do Mundo pelo país, também tem. E lá está, além do apelido, o nome: Milton Queiroz da Paixão. Tanto carinho faz com que o ex-jogador fique dividido, ao ponto de encontrar uma solução esperta para agradar rubro-negros e "esmeraldas":
- Não tenho preferência. Para mim, tomara que os dois sigam vivos na segunda fase da Libertadores. Aqui, vou torcer pelo León e em 9 de abril pelo Flamengo, no Maracanã. Me livro de problemas (risos).
LEÓN: MARCAÇÃO, MOBILIDADE, POSSE DE BOLA E PRESSÃO
Durante a passagem como treinador, Tita comandou boa parte do time que subiu para Primeira Divisão no ano seguinte e foi campeão nacional em sequência. Com conhecimento de causa, analisou o rival do Flamengo e previu dificuldade.
- O Flamengo vai encontrar um adversário bem complicado, que não vai sair de cima. É muita marcação, mobilidade, posse de bola, pressão. A torcida ajuda muito. Vão ser 30 mil torcedores e a cidade vive futebol 24 horas. As duas equipes não chegam no melhor momento, mas Libertadores, estreia, é outra coisa. Tenho certeza que vamos ver um grande jogo.
Por outro lado, o estilo de jogo do León "casa" com o dos rubro-negros, que aposta bastante na velocidade de Paulinho, Everton e em saídas pelas laterais. Desta maneira, o Pumas fez 2 a 1 no último sábado com um Nou Camp lotado, pelo torneio local, em estratégia que pode servir de exemplo para Jayme de Almeida.
- O Flamengo vai precisar dessa velocidade. O Pumas no último jogo ficou 70 minutos na defesa e matou o jogo em três contra-ataques. Não podemos esquecer também que são 2.200 metros de altura (1.815m, de acordo com informação oficial). Então, vai gemer. É muita pressão no campo de ataque e no segundo tempo dá uma cansada.
Se Flamengo e León entram em campo por uma boa largada na Libertadores, um torcedor estará no Nou Camp seguro de que voltará para casa com o sorriso no rosto: Tita. Ou Milton Queiroz da Paixão, como gostam de falar os mexicanos.
770 visitas - Fonte: GE
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