Com uma situação financeira nada confortável devido a dívidas, penhoras e adiantamentos de cotas de tv, a nova gestão do Flamengo terá de tirar coelhos da cartola para formar uma equipe forte em 2013. Mas o grupo encabeçado por Eduardo Bandeira de Mello parece estar ciente de tais dificuldades. Talvez por isso tenha dado aval para a presidente Patricia Amorim pedir o adiantamento de R$ 27 milhões de cotas dos direitos de transmissão de tv. A solução será, mesmo, utilizar a criatividade para buscar verbas e manter a engrenagem a pleno vapor.

"Temos uma série de ações que vão ser tomadas, mas não só de uma vez. Temos o contrato com a Adidas e recursos que vão entrar mais à frente. Independentemente disso, temos de montar uma equipe campeã. Temos de ser criativos. A torcida não quer esperar. Ela quer craques e ídolos para entrar em campo", disse o vice-presidente de futebol, Wallim Vasconcellos.

O plano de que a Adidas possa ajudar na contratação de um craque também passa pelas ideias da nova gestão rubro-negra. O objetivo, no entanto, é buscar ações de marketing que possam gerar recursos e, consequentemente, reforços para o time de futebol. Wallim chegou a citar a parceria entre Unimed e Fluminense como exemplo de uma empresa que banca grandes jogadores. Mas garante que na Gávea o modelo seria diferente.

"Se quiser trazer uma grande estrela, você pode trazer através de uma empresa que pague o jogador. A gente não quer fazer nada semelhante a Fluminense e Unimed. Mas certos jogadores como o Neymar, por exemplo: várias empresas pagam o salário dele", explicou Wallim Vasconcellos.

Presidente eleito, Eduardo Bandeira de Mello endossou o discurso de seu vice-presidente de futebol. O líder do grupo reconheceu que a situação financeira está longe de ser boa, mas garantiu trabalho e, de novo, repetiu a palavra criatividade para explicar os meios com que pretendem formar um Flamengo competitivo na próxima temporada.

"A situação não é boa. Se fosse boa, não teria necessidade de se antecipar verbas. Mas temos de reverter com criatividade. Vamos ter de ter princípios de austeridade. Em um clube que tem 30 milhões de torcedores não vai haver problema para sanear as finanças", finalizou Eduardo Bandeira de Mello.