12/2/2014 14:02
Gérson é expulso no único León x Fla, em 62, mas torcida chia e craque volta
Situação parecida aconteceu com Pelé 1968, em jogo do Santos na Colômbia. Canhotinha de Ouro fez o gol único da vitória rubro-negra há 52 anos, no México
Além de 1.283 gols e o título de Atleta do Século, Pelé tem em seu currículo o feito de ter "anulado" uma expulsão (saiba mais clicando aqui). Mas isso não é exclusividade do Rei. Gérson, o Canhotinha de Ouro e um dos maiores jogadores de todos os tempos, viveu situação parecida no único jogo disputado entre Flamengo e León, no dia 4 de fevereiro de 1962, na cidade mexicana que empresta seu nome ao principal clube local.
O amistoso em León terminou em 1 a 0 para os rubro-negros, gol de Gérson. No fim do jogo, o craque foi expulso. Só esqueceram de combinar com a torcida local, que protestou muito e "suspendeu" a punição. Quem recorda a história é o próprio Canhotinha de Ouro.
- Lembro desse jogo, foi 1 a 0 e eu fiz um gol no primeiro tempo. Quase no final do jogo, eu fui expulso. Aí a torcida começou a gritar para que eu não saísse, se não me falha a memória, e tive que voltar para o jogo. Eu me desentendi com um cara, aí a torcida começou a gritar um monte de coisa e tive que voltar. Ficou tudo certo - descreve o ídolo, que atualmente tem 73 anos.
O jogo entre Flamengo e León fazia parte de uma excursão rubro-negra, algo corriqueiro nos anos 60. A viagem ainda é fresca na memória de Gérson, que adiciona outros detalhes.
- Normalmente a gente jogava na América Central (na Costa Rica, empatou por 1 a 1 com o Saprissa e venceu por 3 a 1 o Herediano), depois seguia para o México e jogava em Guadalajara (onde disputou um pentagonal), Tampico, Morelia... - conta.
Conhecido pela genialidade e por um inigualável potencial para fazer lançamentos de longa distância, Gérson chegava contra o León ao seu quarto gol em apenas sete jogos em 1962. Apesar de meio-campo, marcou 86 em 153 partidas (segundo a Flapédia, centro de memória virtual oficial do Flamengo) - média de 0,56 por jogo, capaz de fazer inveja a muito atacante. Para se ter uma noção, Hernane Brocador, com 43 gols em 77 compromissos, tem média de 0,55. O Canhotinha de Ouro explica por que era artilheiro.
- Naquela época, se jogava no 4-2-4. O meio-de-campo tinha que saber várias coisas, chutar de fora da área. Naquela época, éramos treinados pelo Fleitas Solich. Ele gostava que o meio-campo chegasse próximo à área. Eu, inclusive, batia faltas e pênaltis. De vez em quando eu me salientava como artilheiro, mas meu negócio não era esse, meu negócio era organizar para os homens de frente.
Ao aludir ao gosto ofensivo de Solich, Gérson lembrou uma situação curiosa: o técnico paraguaio havia sido demitido durante a excursão, e Flávio Costa, novo comandante, ainda estava chegando ao México. Resultado: Jadir, quarto zagueiro daquele time, ficou responsável pela armação.
- Quando estávamos chegando a Guadalajara, disseram ao Fleitas que ele não era mais o treinador. O Flávio ainda estava chegando, e quem tomou conta do time foi o Jadir, quarto zagueiro.
Já de olho no jogo desta quarta-feira, ele, apesar de considerá-lo complicado, acredita em vitória rubro-negra:
- Vai ser 2 a 1 para o Flamengo.
APOSTA NOS CANHOTOS
O otimismo do craque não se restringe ao duelo em León, já que está animado com a chegada de dois reforços. Também canhotos, os meias Lucas Mugni e Everton têm muito potencial, segundo a visão do Canhotinha de Ouro.
- (Mugni) é muito bom jogador, mas tanto ele quanto o Everton precisam de tempo. Os dois são muito bons e daqui a pouco vão ser titulares do Flamengo. Podem jogar com o Elano sem problema, o Elano joga um pouco mais pelo lado direito, pela meia. Tem que ter bons jogadores, tá certo? Jogadores que saibam passar do meio-campo.
NO EMBALO DA GALERA
Comentarista da Rádio Transamérica, Gérson foi notícia na goleada por 4 a 0 do Botafogo sobre o Deportivo Quito, na semana passada. Empolgado com a torcida e o jogo, tirou a camisa e a rodou juntamente com os botafoguenses. Perguntado se repetiria em um jogo do Flamengo, clube que o revelou para o futebol, não titubeou, apesar do coração tricolor e da enorme identificação com o Botafogo.
- Claro, sem problema nenhum. Gosto do Botafogo e do Fluminense, torço pelos dois, mas isso não me impede de fazer com o Flamengo nessa empolgação toda. Quero ver time do Rio bem, principalmente na Libertadores. Sou a favor do bom futebol e de estádios lotados. Quando enche o estádio, é uma alegria enorme. E se tiver que fazer, a gente faz (tirar e rodar a camisa para comemorar um gol do Flamengo).
O CASO DE PELÉ
Em 17 de julho de 1968, o Santos enfrentou a seleção olímpica da Colômbia, em Bogotá. O árbitro Guillermo Velásquez, segundo os jogadores do Peixe, validou gol irregular a favor dos donos da casa. A decisão provocou revolta nos santistas, que partiram para cima de Velásquez. Na confusão, o juiz optou por expulsar o Rei do Futebol. A torcida local se revoltou e cobrou a volta de Pelé. Resultado: Velásquez é quem foi "expulso". Temendo represálias, deixou o gramado e foi substituído pelo auxiliar Omar Delgado Piedrahita. Pelé voltou, e o Santos venceu por 4 a 2.
892 visitas - Fonte: Globo Esporte
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