Enfim, no quarto jogo consecutivo o esquema implantado por Dorival Júnior no Flamengo parece ter dado certo. Três homens no meio de campo, três atacantes no frente. O segundo gol na vitória sobre o Vasco parece ter sido a síntese do que pretende o treinador. Bola roubada no meio por Ibson, que lançou Rafinha. O atacante esticou na direita para Elias, que cruzou para Nixon, no meio da área. A movimentação deixou a zaga vascaína confusa e encheu de esperança a torcida rubro-negra. Dorival preferiu conter a empolgação. Mesmo após elogiar a partida, classificá-la como um espetáculo digno do Clássico dos Milhões, o treinador entende que o time ainda deve oscilar neste início de temporada.

"Futebol é insistência, repetição. O segundo gol foi uma jogada pedida ao Nixon ao longo do tempo. Felizmente ele fez o movimento correto e acabou saindo. Mas ainda não deu certo. Ainda não temos a equipe ideal, temos a equipe em formação. Ela irá oscilar. Fatalmente isso vai acontecer com o Flamengo, mas trabalhamos para que essa situação não aconteça", afirmou Dorival Júnior.

A espera do treinador faz sentido. Nomes como Gabriel e Carlos Eduardo, dois reforços que chegaram com grande expectativa, nem mesmo treinaram com bola ao lado do restante do grupo. Ambos aprimoram a forma física e a tendência é que passem aos treinos tático e técnico já na próxima semana. Novo dono da camisa 10, Carlos Eduardo está em alta com o técnico, que já pensa como utilizá-lo.

Em entrevista antes do clássico contra o Vasco, Dorival revelou que vê Carlos Eduardo provavelmente como um dos pontas da equipe e, talvez, no lado direito. O treinador citou o exemplo do holandês Robben, do Bayern de Munique, para um possível posicionamento do meia-atacante rubro-negro. A ideia seria de aproveitar Carlos Eduardo na vaga de Rafinha, com a possibilidade de cortar a jogada para dentro e buscar a finalização. Um pouco do que é feito, também, por Wellington Nem no Fluminene.

"Ele (Carlos Eduardo) jogou na Alemanha nessa função do lado direito que o Rafinha vem fazendo hoje. No sentido do gol, como joga aquele rapaz da Holanda, o Robben. Ele jogou muito assim na Alemanha. No Grêmio ele jogou no lado esquerdo, com atacante mais fixo e dois homens chegando por trás", analisou Dorival Júnior.

A bela atuação de Rafinha contra o Vasco, porém, pode deixar ainda mais dúvidas nas cabeça do treinador. Aos poucos, Dorival monta o Flamengo para 2013, cada vez mais definido no 4-3-3. Mas a atuação da garotada já provoca sarna para se coçar.