A Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês) acatou o recurso de Gabigol, do Cruzeiro , contra a União Federal do Brasil e a Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD) nesta sexta-feira (4). Assim, a suspensão de dois anos que o jogador havia recebido por adulteração em exame antidoping foi anulada. O atacante havia sido condenado em março de 2024 , quando ainda atuava pelo Flamengo . O caso aconteceu em 8 de abril de 2023. Por conta disso, a suspensão era válida até abril deste ano -- ele conseguiu atuar no período por meio de um efeito suspensivo conquistado no fim de abril de 2024. O então camisa 10 do Flamengo havia sido acusado de dificultar a realização de um exame antidoping.

Um dos relatos da denúncia dizia que o jogador demorou para realizar o processo e não cumpriu as instruções dos oficiais. De acordo com os responsáveis pela realização do exame, Gabigol não se dirigiu aos profissionais antes do treino e, depois da atividade, ignorou os agentes e foi almoçar, tratando a equipe com desrespeito e não seguindo o procedimento indicado. Em seguida, teria pegado o vaso de coleta sem avisar nenhum dos oficiais e se irritado ao ver que foi acompanhado por um dos responsáveis pelo exame até o banheiro. Em seguida, teria entregado o coletor aberto, contrariando a orientação.

O tribunal, em decisão divulgada nesta sexta, entendeu que "embora o comportamento de Gabriel Barbosa tenha sido totalmente não cooperativo, não pode ser considerado como 'adulteração' segundo o Código Mundial Antidoping e não atinge o limite de uma ADRV (violação da regra antidoping)". A violação se daria, ainda de acordo com o tribunal, se os agentes tivessem notificado Gabigol devidamente ou adotado uma abordagem mais robusta, informando que não tolerariam atrasos no comparecimento à estação de controle antidoping ou qualquer tipo de comportamento obstrutivo. O decisão de anulação aconteceu após julgamento que contou com uma audiência presencial no Rio de Janeiro, em 3 e 4 de abril deste ano, acompanhada por Gabigol.