Com o Flamengo de volta à fase mata-mata do Campeonato Brasileiro Feminino, Djeni realizou mais um sonho com a equipe carioca. Flamenguista desde criança, a meia quer brigar pela taça e cobra a CBF por melhores condições ao futebol de mulheres. A camisa 8 chegou ao Rubro-Negro em 2024, ano em que o time ficou na nona colocação na primeira fase e não conseguiu a vaga para o mata-mata do Brasileirão. Destaque da equipe, Djeni conversou com o ge e comemorou o retorno. – Ficamos felizes com o primeiro objetivo concluído, queremos chegar mais longe. Quando usamos a camisa do Flamengo, isso se torna uma obrigação para nós, a classificação. Sabemos na nossa responsabilidade, temos que colocar o clube no lugar mais alto possível – contou.

O Flamengo é uma das equipes que vêm investindo no futebol feminino nos últimos anos aqui no Brasil e é o único time fora do estado de São Paulo que já conquistou o Brasileirão Feminino, em 2016. Com o boom da modalidade desde 2019, após a Copa do Mundo na França, Djeni entende que ainda faltam algumas coisas para a modalidade e pede à CBF que caminhe ao lado dos clubes para melhores condições gerais. – Os times estão investindo cada vez mais, porque querem elevar o futebol feminino, tornar uma potência também. Acho que a CBF precisa evoluir junto com o campeonato, na questão de se interessar por patrocinadores, premiações. Não podemos ter um Campeonato Paulista maior que nosso campeonato. A Federação Paulista não pode ser maior que nossa Confederação – ressaltou. – A CBF tem que ter esse cuidado, cuidar do calendário e soltar as datas antes. Precisa se preocupar mesmo com a modalidade. Às vezes, não sabemos quando vamos jogar, começo do ano ficou uma luta para saber. Como o clube se planeja para fazer a pré-temporada? O futebol feminino se profissionalizou muito, não é mais o coitadinho. Esse puxão de orelha é para CBF andar junto com a modalidade.

Djeni se destacou no futebol feminino nos últimos anos, principalmente no Internacional, time que atuou de 2020 a 2023. O resultado em campo é fruto de uma história antiga. A jogadora leva consigo a família como grande aliada para buscar o seu melhor na modalidade e crescer cada vez mais. – Tenho minha cabeça muito firme. Não venho de família rica, sei o quanto meus pais batalharam por isso. Sou muito grata todos os dias pela oportunidade de poder fazer o que amo, de ter um salário para isso e tento mostrar dentro de campo. – Não vou jogar até os 50 anos, tenho que aproveitar ao máximo. Tenho essa mentalidade de onde vim e o que quero buscar, o que quero construir através do futebol. Nós, mulheres, temos sempre que provar nosso talento, matar um leão por dia, é isso que carrego para minha vida – contou.

Na primeira fase, Flamengo e Palmeiras se enfrentaram em um jogo movimentado e com muitos gols, terminando 5 a 2 para a equipe alviverde. Na reta final da primeira fase, o time carioca teve uma mudança no seu comando técnico com Rosana Augusto assumindo. O Flamengo respondeu positivamente conseguindo uma sequência de vitórias e garantindo a classificação. – A chegada da Rô fez com que déssemos uma mudada de chave dentro de campo, a postura da nossa equipe passou a ser outra. Cada treinador tem sua metodologia, mas nós entendemos a dela muito bem, assimilou. Agora, com uma ex-jogadora no comando da equipe, Djeni acredita que o Flamengo consegue ter um ponto positivo para a fase mata-mata do Campeonato Brasileiro Feminino. – Por ter sido ex-atleta, a leitura de fora dela é muito boa. A Rô tem esse sentimento de jogadora, acho que isso é um diferencial muito grande, ela sabe o que dá e o que não daria para fazer. Isso agrega muito à equipe – opinou.

O confronto entre Flamengo e Palmeiras acontece neste domingo, às 10h30 (horário de Brasília), com transmissão do sportv e tv globo . Djeni sabe que a partida será difícil e equilibrada, mas tem confiança na equipe. Além de jogadora, o equipe carioca contará com uma torcedora no gramado. A camisa 8, agora, já está mais acostumada em vestir a camisa do Flamengo, seu time do coração. – Sempre fui flamenguista, e isso me causou uma certa ansiedade no último jogo ano passado. Agora, consigo controlar isso. Tinha aquela questão de ser o primeiro, queremos derrubar essas coisas. Tudo está mais natural.