25/2/2014 10:24
Achei! Titular na Champions, Leandro Salino lamenta poucas chances no Fla
Integrante do pacote do Ipatinga que chegou à Gávea em 2006, ex-volante é lateral direito do grego Olympiacos, que enfrenta o Manchester United nesta terça-feira
Volante não despontou no Flamengo em 2006(Foto: Alexandre Cassiano / O Globo)
Se você for torcedor do Flamengo, dificilmente não se lembrará da “Ipatinguização” rubro-negra após a Copa do Brasil de 2006. Mas talvez poucos se recordem dos jogadores contratados ao clube mineiro após a surpreendente chegada às semifinais daquela competição. Afinal, o único que se firmou no cenário nacional foi o técnico Ney Franco. Mas você se lembra do volante Leandro Salino? Se não, não tem problema. Ele não teve passagem das mais retumbantes pela Gávea e acabou dispensado. Mas hoje, aos 28 anos, Salino vive realidade bem diferente.
Após cinco anos em Portugal, chegou ao Olympiacos, da Grécia. Há oito meses no clube, ele disputará, provavelmente como titular, as oitavas de final da Liga dos Campeões contra o gigante Manchester United. A ansiedade pela chegada do confronto já era grande três semanas antes, quando a entrevista foi realizada - o jogo de ida será nesta terça-feira, às 16h45m (de Brasília), no estádio Georgios Karaiskakis, em Pireu, com transmissão em Tempo Real do GloboEsporte.com.
- A cidade toda está nesse clima. O pessoal só pensa nesse jogo. Será complicadíssimo. Tem que ter uma concentração diferenciada. Vamos jogar em casa, e a torcida é muito fanática. Já joguei contra eles pelo Braga e vi que dão muito espaço. Precisamos atuar como fizemos contra o Benfica e o PSG (pela fase de grupos). Nós estamos tranquilos, temos muitos jogadores experientes. Sabemos que já foi histórico passar da fase de grupos - reconheceu ele, que vive a expectativa de levar o clube grego às quartas de final da Champions pela segunda vez na história. A única vez foi na temporada 1998/99, quando caiu para o Juventus.
Quando lembra da migração de jogadores do Ipatinga para o Rubro-Negro carioca, Leandro lamenta não ter tido muitas oportunidades.
- Acho que poderia ter tido mais chance. O Flamengo tinha muito jogadores bons e experientes no meio-campo. Lá tinham muitos que eu já conhecia: Léo Medeiros, Jaílton, Paulinho, Irineu... Escalar todo mundo junto não ia pegar bem. Iam falar que era panelinha.
ADAPTAÇÃO À VIDA E AO FUTEBOL GREGO
Na Grécia, Leandro Salino vem jogando na lateral direita, o que já não chega a ser improviso, pois foi utilizado no setor quando esteve no Braga e nas categorias base do Cruzeiro. Independentemente da posição que ocupa em campo, ele enxerga semelhanças entre o futebol grego e o brasileiro, tanto no estilo de jogo, quanto nas arquibancadas.
- O futebol europeu é mais rápido e agressivo. Na Grécia há menos contato do que em Portugal. Aqui é mais cadenciado, assim como no Brasil. Eles priorizam a posse de bola, pois há muitos espanhóis e argentinos, que gostam muito de tocar a bola. Os times pequenos são muito difíceis de enfrentar, pois jogam com o estádio cheio. O torcedor grego é muito fanático. A torcida do Olympiacos é muito parecida com a de Flamengo, Corinthians, Atlético-MG. Eles apoiam muito.
Salino desembarcou em julho de 2013 em solo heleno, ao lado da mulher, depois do fim de seu contrato com o Braga. Ele já havia sido sondado pelo Olympiacos na janela de transferências anterior. Fora dos gramados, a adaptação à nova cultura foi rápida. No novo clube, como único brasileiro do elenco, Leandro fez amizade com hermanos e portugueses. Entendem-se tão bem, que rola até batucada.
- A cidade é muito tranquila, ótima para se viver. O clima é bom, e o clube tem muita estrutura. Contei muito com a ajuda do Paulo Machado (meia), que é português, um grande amigo. Mas aqui eles falam inglês, dá para se virar bem. No clube fica até mais fácil de lidar, porque tem muitos espanhóis, argentinos (sete deles, no elenco atual). Além do Paulo, tem o Saviola, o Roberto (Jiménez, goleiro), o Pelé, português que jogou no Porto e no Inter de Milão... A gente puxa o pagode e bota todo mundo para dançar. Eu me dou muito bem com os gregos também. Nosso grupo é muito bom.
Longe do irmão gêmeo Léo Salino, volante que atua pelo Araxá-MG, Leandro diz que sente saudade e, sempre que possível, o convida para passar férias na Grécia. O desejo de atuar juntos é uma das metas do lateral.
- Falo com ele todos os dias, por mensagem ou telefone, e o acompanho no Campeonato Mineiro. Temos um relacionamento muito bom. Nunca jogamos juntos no profissional. Jogamos contra quando eu estava no América-MG. Mas sonho em jogar com meu irmão. Não sei quando, mas um dia a gente ainda joga junto.
IPATINGA, FLAMENGO E BRAGA
Saudoso do irmão, Salino também recorda com carinho de sua passagem pelo Ipatinga e da boa relação com o técnico Ney Franco. Em 2005 e 2006, respectivamente, eles fizeram parte do time campeão mineiro em cima do Cruzeiro e da surpreendente campanha na Copa do Brasil, caindo apenas nas semifinais para o Flamengo (que seria campeão), depois de deixar grandes como Botafogo e Santos pelo caminho.
- Eu devo muito ao Ney. Foi ele me levou para o Ipatinga. Fomos campeões mineiros e depois fomos para o Flamengo. É um ótimo treinador. Sempre peço para meu empresário mandar um abraço para ele, pois é uma pessoa que gosto muito, assim como o Emerson Ávila (ex-técnico do Ipatinga), que tenho uma admiração enorme.
Para Salino, atuar no Flamengo foi um saldo positivo.
- Eu joguei Libertadores, semifinal de Carioca, mas não fiz tantos jogos. Hoje tenho outra cabeça, antes eu era muito novo. As coisas não correram tão bem quanto a gente esperava. Mas o Flamengo foi uma experiência de vida, aprendi muito com Juan, Renato, Juninho Paulista.
Sem criar fortes laços com o Flamengo, Salino se divide quanto aos clubes mais marcantes da carreira: Ipatinga e Braga.
- Aprendi a gostar muito do Braga. Foram três anos maravilhosos lá. O Ipatinga foi meu primeiro clube profissional, fomos campeões mineiros, vices da Série B, chegamos à semifinal da Copa do Brasil. Fui campeão nos dois. Deixa 50% para cada um (risos) - explicou o atleta, que levantou a Taça da Liga Portuguesa na temporada 2012/13.
Infância vascaína E Fome de TÍTULOS
Os planos para a sequência da carreira passam por títulos e mais um período no velho continente. Outros centros também o atraem.
- Estou bem aqui na Europa. Quero ser campeão aqui no Olympiacos. Na Liga Grega, estamos 20 pontos na frente do PAOK, que é o segundo (74 a 54). Almejo chegar a uma final de campeonato europeu, ir mais à frente na atual Champions League. Quero estar nos grandes palcos europeus. Itália e Espanha são países que eu gostaria de jogar.
Leandro, no entanto, não descarta voltar ao futebol brasileiro em breve. Quando esteve no Braga, foi procurado por Vasco e Palmeiras, mas nada de concreto. O Cruz-Maltino, aliás, era seu time de infância - o que, ironicamente, pode ter contribuído para a falta de sorte no maior rival. Num eventual retorno, ele diz que gostaria novamente de atuar em um time de massa.
- Minha família é vascaína. Eu torcia muito quando era criança. Mas também tenho muita vontade de jogar no Atlético-MG, no Corinthians. Gosto de clubes de torcida grande e vibrante.
2850 visitas - Fonte: GE
VEJA TAMBÉM
- CHANCE DE TRAZER CRAQUE! Flamengo tem oportunidade única para finalizar contratação de Firmino
- SUPEROU O REAL! Flamengo supera Real Madrid e conquista superávit incrível no futebol mundial.
- Líder do Flamengo e titular na Seleção após superar problema GRAVE, meia dá a volta por cima.
Instale o app do Flamengo para Android, receba notícias e converse com outros flamenguistas no Fórum!
Mais notícias do Flamengo
Notícias de contratações do Flamengo
Notícias mais lidas
Comentários do Facebook -