O 'cheinho' Escalada dos tempos de Botafogo e o 'fininho' do Emelec (Foto: Globoesporte.com)

Na delegação de 22 jogadores do Emelec, do Equador, que desembarcou no Rio de Janeiro na segunda-feira para o duelo com o Flamengo pela Libertadores, um passou despercebido pelos cariocas. O visual de Luis Miguel Escalada já não é mais o mesmo de seis anos atrás, quando chegou à cidade com oito quilos acima do peso para reforçar o Botafogo e ganhou o apelido de "El Gordo" dos torcedores rivais, numa época em que gordinhos como Walter ainda não faziam sucesso no país. Promessa do futebol argentino e revelado pelo Boca Juniors, o jogador, então com 21 anos, havia sido emprestado pela equatoriana LDU por uma temporada, mas o compromisso não durou mais do que três meses. Depois de passar por um recondicionamento físico e demorar um mês para estrear, disputou apenas três jogos (nenhum como titular), marcou um gol anulado de forma duvidosa e foi dispensado.

O Escalada que volta ao Brasil está mudado. Naturalizou-se equatoriano, está mais experiente e parece ter deixado de lado os problemas com a balança. Agora em forma, ele reencontrou General Severiano, sede do Botafogo, justamente o local escolhido pelo Emelec para realizar seus treinamentos no Rio. Político, o jogador garantiu guardar boas recordações do clube, mas nas palavras deixou transparecer uma certa mágoa por ter sido pouco aproveitado na época pelo time comandado por Cuca.

- Recordo de ter passado um tempo aqui em 2008, talvez não foi como eu esperava, mas tenho boas recordações, fico contente em voltar aqui. Naquele ano não cheguei bem, e o treinador estava com uma equipe armada. Isso complicou um pouco para poder entrar entre os onze. Depois surgiu a possibilidade de sair, optei por isso porque queria jogar, era jovem. Preferi sair para jogar do que amargar a reserva - admitiu

METAS E FLA E BOTA NA MIRA


Depois de deixar o Botafogo, Escalada passou por Gimnasia y Esgrima e Newell´s Old Boys da Argentina, Real Salt Lake dos Estados Unidos, Deportivo Cuenca e Manta do Equador, Sporting Cristal do Peru e Deportivo Táchira da Venezuela até retornar este ano ao Emelec. "El Toro", como é chamado pelos argentinos e equatorianos, assinou em janeiro contrato de dois anos com o clube pelo qual foi vice-campeão e artilheiro do Campeonato Equatoriano em 2006, com 29 gols. Nesta sua segunda passagem pela equipe de Guayaquil, ainda não conquistou a condição de titular. Disputou só duas partidas: na estreia, entrou aplaudido no segundo tempo da vitória por 3 a 0 sobre o Deportivo Cuenca, e na segunda chance começou jogando e fez um dos gols no triunfo por 2 a 1 sobre a Universidad Católica do Equador.

E neste retorno ao Brasil, o atacante tem como meta pessoal provar o valor que não conseguiu há seis anos. A primeira oportunidade será nesta quarta-feira, quando deve ficar como opção no banco contra o Flamengo, adversário que não teve chance de enfrentar quando defendeu o Alvinegro. Ele disse já ter estudado o Rubro-Negro, mostrou-se preocupado com a pressão da torcida, elogiou Hernane Brocador - que está sendo negociado com o futebol chinês e pode não jogar -, mas apostou no bom momento vivido pelo Emelec, invicto há cinco meses, para surpreender o adversário no Maracanã.

- Vai ser complicado, eles têm uma torcida muito grande. Vimos um pouco do campeonato aqui. É um time difícil, que tem o atacante Hernane que é perigoso, mas podemos fazer um bom jogo e conseguir os três pontos que viemos buscar.

Confiante na classificação do Emelec à fase final da Libertadores, o atacante afirmou que deseja reencontrar o Botafogo na fase mata-mata da competição.

- Seria bom para mim, para mostrar que não tive oportunidade de jogar, mas que estou muito bem - encerrou.

Flamengo e Emelec se enfrentam nesta quarta-feira, às 22h (de Brasília), no Maracanã, pela segunda rodada do Grupo 7 da Libertadores. Além de precisarem se classificar, a equipe equatoriana dependeria da pontuação final da fase de grupos do torneio para saber suas chances de cruzar o caminho do Botafogo, que está na Chave 2. A definição das chaveamento a partir das oitavas de final da competição coloca frente a frente o time com maior número de pontos contra o de menor, e assim sucessivamente