Após a chegada de um fax, na última segunda, com uma proposta de R$ 11,2 milhões (3,5 milhões de euros) do Shangai Shenhua, da China, por Hernane, o Flamengo decidiu que venderia seu centroavante titular. O desfecho da negociação, no entanto, não é tão simples como alguns dirigentes rubro-negros imaginavam.

A falta de garantias bancárias e pagamento dos chineses, somada a dúvida de Hernane e parte da cúpula do clube da Gávea sobre uma transferência imediata para a China, mantêm o Brocador no Rubro-negro. Pelo menos para o jogo desta quarta, contra o Emelec, e para os próximos dias.

"Somos transparentes e sempre vamos esclarecer o que se passa, falar a verdade. Recebemos uma proposta na noite de terça-feira, analisamos e conversamos com o jogador e seu representante. Os números são bons, mas temos nossas dúvidas. O Hernane pensa em ficar, jogar uma Libertadores, se firmar ainda mais no Flamengo e até sonhar com uma seleção", explicou o vice presidente de futebol do clube, Wallim Vasconcellos.

"Por outro lado, temos que analisar a viabilidade. Os chineses falaram no valor de três milhões e meio de euros, mas depois não procuraram mais. Eles queriam o jogador logo, nós falamos que não. Queremos o dinheiro ou a garantia de um grande banco para poder liberar. Temos que nos resguardar. Não vamos acreditar em qualquer proposta. Em janeiro, os árabes [Al Jazira] também falaram em um valor enorme [R$ 19 milhões], mas não registraram a proposta. E está cada vez mais motivado para entrar em campo hoje [quarta]. Até agora, não apareceu nada. E o Hernane segue como nosso jogador", concluiu o dirigente.

A negociação é conduzia pelo diretor geral do clube, Fred Luz, e pelo executivo da área financeira, Paulo Dutra. Os dois, ao lado do executivo do futebol, Paulo Pelaipe, são os grandes entusiastas da venda de Hernane. Já o jogador, ao lado de Wallim Vasconcellos, mantém a calma e não tem pressa por uma possível negociação, o que tem freado as conversas.