Luiz Eduardo Baptista, conhecido como BAP, é o atual presidente do Flamengo e recentemente conduziu uma reunião no Conselho Deliberativo do clube, onde abordou a polêmica situação relacionada à Libra, que atualmente enfrenta questões legais. Durante a apresentação, feita por Marcelo Campos Pinto, representante do Flamengo na Libra, BAP fez intervenções importantes e deixou claro que, apesar das dificuldades, o clube não pretende romper o contrato com a entidade, que é válido até 31 de dezembro de 2029.

“Zero chance (de pedir a desfiliação da Libra). Vamos conviver com esse contrato até 31 de dezembro de 2029 e eles vão conviver com o Flamengo também até essa data”, afirmou o presidente, mostrando firmeza em sua posição. Após mais de uma hora de explanação, BAP utilizou o microfone para enviar um “último recado” aos conselheiros, onde enfatizou que não irá arcar com custos para outros clubes e fez comparações que refletiram sua visão direta sobre a situação.

Ele criticou a ideia de que o Flamengo deveria financiar outros clubes, mencionando que “se para se ter uma liga no Brasil, o Flamengo vai ter que pagar para os outros e virar uma SAF, não vai ter liga no Brasil”. A visão de BAP é clara: a criação de uma liga de futebol deve beneficiar a todos, permitindo que o "bolo" financeiro cresça, e não simplesmente redistribuir recursos de forma injusta.

O presidente também enfatizou que qualquer decisão envolvendo o dinheiro do Flamengo deve ter a aprovação dos associados, ressaltando a responsabilidade que tem como líder do clube: “O dinheiro do Flamengo são dos senhores, dos associados, então até isso, no Flamengo, para o bem ou para o mal, eu tenho que ter uma autorização dos senhores”.

Atualmente, a Libra, composta por vários clubes, busca a comercialização coletiva dos direitos de transmissão da TV, mas enfrenta desafios desde que o Flamengo conseguiu uma liminar que impede o repasse de R$ 77 milhões, valor que deveria ser dividido entre os clubes. A insatisfação do Flamengo se dá pela fórmula de divisão que considera injusta, o que intensificou as tensões entre os clubes e o próprio bloco.

A divisão dos direitos de transmissão na Libra é composta por três partes: 40% são divididos igualmente entre os clubes, 30% baseia-se no desempenho no campeonato, e 30% está atrelado à audiência medida. Essa complexa estrutura gerou discórdias, ainda mais acentuadas após Leila Pereira, presidente do Palmeiras, ter feito críticas ao Flamengo, criando um clima de rivalidade.

A relação entre a Libra e o Flamengo continua tensa, com trocas de notas oficiais que indicam um prolongamento das disputas nos tribunais. A expectativa é que essa situação permaneça em instabilidade, enquanto um acordo pacífico parece cada vez mais improvável nos próximos meses.