A 1ª Vara Cível da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, emitiu uma sentença que julgou improcedente a ação promovida pelo Flamengo contra a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e o São Paulo, na qual o clube rubro-negro buscava ser reconhecido como campeão da Taça das Bolinhas. A decisão, que foi inicialmente divulgada pelo GE e confirmada pelo LANCE!, enfatizou que o caso, segundo o juiz Arthur Eduardo Magalhães Ferreira, é “antigo” e já possui uma resolução definitiva, portanto, não está sujeito a nova avaliação.
Dessa forma, o Sport permanece como o legítimo campeão brasileiro de 1987, conforme a decisão que já transitou em julgado, e o São Paulo continua sendo o detentor da Taça das Bolinhas, uma vez que foi o primeiro clube a atender aos critérios estabelecidos para recebê-la. O juiz fez questão de ressaltar a firmeza da decisão, afirmando que, apesar dos torcedores do Flamengo insistirem que o clube deveria ser considerado campeão, a jurisprudência estabelece, sem margem para dúvidas, que o campeão é o Sport Clube do Recife.
A decisão do juiz também destacou que a defesa do título pelo São Paulo é baseada em decisões judiciais que reconheceram o Sport como o único campeão legítimo do Campeonato Brasileiro de 1987. O Flamengo foi acusado de abusar do direito de ação, insistindo em reivindicações anteriores que já haviam sido julgadas, o que resultou em sua condenação ao pagamento de custas processuais e honorários advocatícios, fixados em R$ 20 mil, tanto para a CBF quanto para o próprio clube.
No julgamento, o juiz Arthur Ferreira pontuou que a disputa em questão é apenas mais uma tentativa do Flamengo de reverter a decisão que já ratificou a primazia do Regulamento de 1975, que instituiu os critérios para a entrega da Taça das Bolinhas. Segundo ele, não há como as regras dos campeonatos de 2006, 2007 e 2008 impactarem a titularidade da Taça das Bolinhas, que é regida por regulamento anterior, sem incompatibilidades que invalidem as normas estabelecidas.
A origem da Taça das Bolinhas remonta à década de 1970, quando a Caixa Econômica Federal, em parceria com a CBD (Confederação Brasileira de Desportos), criou um troféu para o clube que conquistasse o tricampeonato nacional consecutivo ou o pentacampeonato alternado. Contudo, as controvérsias em torno do título da Copa União em 1987 impediram que o troféu tivesse um proprietário reconhecido até então.
Com a conquista do Campeonato Brasileiro pelo Flamengo em 2009, a CBF reconheceu o clube como pentacampeão nacional, reafirmando que o título de 1987 pertencia ao Sport. Consequentemente, o São Paulo, que conquistou cinco campeonatos brasileiros (1977, 1986, 1991, 2006 e 2007) antes do Flamengo, recebeu a Taça das Bolinhas em 14 de fevereiro de 2011.
A entrega da taça ao São Paulo foi entendida pelo Flamengo como uma retaliação da CBF devido à postura do clube em não apoiar o candidato indicado pela instituição para a presidência do Clube dos 13. A polêmica se intensificou ainda mais quando, em 21 de fevereiro de 2011, a CBF passou a reconhecer o Flamengo como campeão de 1987, apenas para que, no dia seguinte, a justiça determinasse que o São Paulo devolvesse a taça, decisão que o clube paulista decidiu revogar.
Mais recentemente, em maio de 2024, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou, por unanimidade, a posição do Sport como único campeão brasileiro de 1987, negando recurso do Flamengo e reforçando que o reconhecimento do título já havia transitado em julgado. Assim, a Taça das Bolinhas permanece com o São Paulo, consolidando a decisão judicial que afastou outras reivindicações sobre o tema.




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