O impasse entre o Flamengo e a Libra, a nova liga de clubes, continua a gerar polêmica e acusações de ambas as partes. Em recente entrevista ao UOL, Luiz Eduardo Baptista, mais conhecido como Bap, presidente do Flamengo, criticou severamente os líderes do bloco, especialmente a presidente do Palmeiras, Leila Pereira.
Bap destacou que o Flamengo tem se sentido excluído das discussões a respeito da Libra e que, após meses tentando chegar a um acordo, decidiu buscar a Justiça para resolver a situação. O Flamengo obteve uma liminar que bloqueou a quantia de R$ 77 milhões destinada pela televisão até que uma definição sobre a divisão das receitas de pay-per-view seja alcançada.
“Nós tentamos isso durante oito meses. Eu realmente acredito que eles só começaram a prestar atenção nas reivindicações do Flamengo após a entrada na Justiça. Algumas questões estão tão claras a favor do Flamengo que, se fosse lido o contrato, isso se tornaria evidente,” ponderou Bap.
O dirigente ainda rebatou críticas de que o Flamengo se recusou a integrar o Comitê de Integração da Liga Forte. Ele afirmou que a exclusão do clube foi uma decisão dos demais integrantes. “O Flamengo solicitou participar do comitê, mas Palmeiras e São Paulo votaram contra. Essa narrativa de egoísmo é falsa,” concluiu.
Bap também questionou a imparcialidade da Libra, alegando que a entidade favorece clubes como o Palmeiras, e reforçando que o advogado André Siva, que atua como mediador, tem uma longa relação profissional com o Palmeiras. “Se eu pudesse retroceder no tempo, não teria concordado com a formação da Libra. Ela está tendenciosamente favorável ao Palmeiras,” disse.
Além disso, o presidente do Flamengo comentou sobre seu relacionamento com Leila Pereira. “A relação com ela era muito boa até este ano. Mas parece que para estar em bons termos, é preciso concordar com tudo que ela diz. Isso é uma declaração infantil,” afirmou Bap, enfatizando que o Flamengo nunca cogitou abandonar a Libra e sempre defendeu uma liga que beneficiaria todos os clubes.
A Libra, que visa a venda de direitos de transmissão de diversos clubes do Brasileirão, é composta por Palmeiras, Bragantino, São Paulo, Santos, Atlético-MG, Bahia, Grêmio, Vitória, Remo, Paysandu, Volta Redonda, ABC e Guarani, além do Flamengo. A desavença ocorre porque o Flamengo impediu, via decisão judicial, o repasse de R$ 77 milhões a todos os clubes da Libra.
A briga gira em torno da interpretação de critérios de audiência, que o Flamengo considera incompletos. O clube alega que a distribuição das receitas não segue um padrão justo e que algumas diretrizes previstas no estatuto não foram respeitadas. Até o momento, não houve um consenso sobre a regulamentação dos critérios, apesar de tentativas de diálogo.




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