A Justiça do Rio de Janeiro declarou a absolvição de todos os réus envolvidos no trágico caso da morte de dez adolescentes da base do Flamengo, que ocorreu em fevereiro de 2019, no Centro de Treinamento Ninho do Urubu. O juiz Tiago Fernandes de Barros, responsável pela decisão na 36ª Vara Criminal, considerou que as provas apresentadas eram insuficientes e que existiam "dúvidas incontornáveis" sobre a origem do incêndio, além da falta de evidências concretas que pudessem ligar a conduta de cada réu à tragédia.
Segundo a sentença, as deficiências estruturais na rede elétrica foram consideradas como fatores determinantes para a ignição e a propagação do incêndio, afastando a responsabilidade individual dos réus. O magistrado criticou a denúncia do Ministério Público, classificando-a como genérica e mencionou que os laudos periciais continham hipóteses técnicas que não foram comprovadas e careciam de validação empírica, deixando em aberto outras causas alternativas plausíveis.
As vítimas do incêndio eram todos adolescentes com idades entre 14 e 16 anos, e três pessoas ficaram feridas. Ao todo, onze indivíduos enfrentaram acusações, sendo que sete receberam absolvição nesta decisão, enquanto quatro já haviam sido isentos de qualquer condenação anteriormente. O fogo iniciou no alojamento destinado aos jogadores das categorias de base do clube, conforme indicação da perícia realizada pela Polícia Civil, que revelou que o incêndio foi causado por um defeito no ar-condicionado e pela inflamabilidade dos materiais presentes nas paredes dos contêineres onde os jovens se alojavam.
Em relação às famílias afetadas pela tragédia, o Flamengo já havia estabelecido acordos compensatórios com todos os parentes das vítimas. Ao total, 26 famílias foram contempladas com esses acordos, sendo a mais recente a da família do goleiro Christian Esmério, que foi oficializada em fevereiro deste ano.




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