5/3/2014 16:16
Fechando o carnaval, bloco do Fla toma as ruas de Marechal Deodoro
Há 12 anos, o Nação Rubro-Negra desfila pelas históricas ruas da cidade de Alagoas na quarta-feira de cinzas e conta com a participação de foliões de vários clubes
A histórica cidade de Marechal Deodoro, em Alagoas, ganhou nessa quarta-feira de cinzas tons vermelho e preto. Isso porque milhares de rubro-negros tomaram as ruas da pacata cidade para festejar o último dia de carnaval. Entre sorrisos, serpentinas e cabelos coloridos, os foliões percorriam as ladeiras de Marechal exaltando o amor ao Fla. Embalados pela fanfarra de Santa Cecília, o hino do Flamengo foi entoado em voz alta por quase todos. O som contagiante dos logo chamou a atenção dos moradores das casas por onde o bloco passava.
A alegria dos foliões podia ser sentida de longe. Era como se o carnaval estivesse apenas começando. O sol que brilhava no início da manhã, logo deu lugar a um céu nublado, e nem mesmo a chuva forte arrancou dos rubro-negros o sorriso e a vontade de desfilar com as cores do Fla. Maria Rita, de apenas 14 anos, fez questão de mandar o seu recado.
- Quem é Flamengo de verdade não tem medo de chuva. É Flamengo até embaixo d'água - disse a garota, que carregava uma bandeira do clube e desfilava sob chuva.
O bloco Nação Rubro-Negra já existe há 12 anos. Tradição na cidade, reúne a cada ano mais adeptos.O criador, Eglenes Santos, explica como surgiu a ideia de formar o bloco.
- Durante o período de carnaval minha casa sempre ficou cheia de gente, mas aí chegava a quarta-feira de cinzas e todo mundo ia embora. Foi aí que tive essa ideia. Sou flamenguista e foi a forma que encontrei de prestigiar o meu time do coração. No primeiro ano fiz 150 camisas, e o negócio pegou. Nos últimos anos ultrapassou 1.500 pessoas.
E para quem pensa que a festa foi restrita aos flamenguistas, se engana. A reportagem do GloboEsporte encontrou no meio da folia torcedores tricolor, alvinegro e até cruzmaltino. Seu Batista, músico, de 60 anos, é o baterista da Fanfarra de Santa Cecília. Vascaíno de coração, ele é peça cativa na festividade. Ele conta que é bem recebido pelos flamenguistas e garante que rivalidade só dentro de campo.
- É uma tradição antiga [festa rubro-negra]. E mesmo sendo vascaíno para mim é uma satisfação poder tocar nesse bloco. As pessoas sabem que sou vascaíno, mas todo mundo me recebe bem aqui. Na verdade é uma festa, todo mundo vem participar, brincar e se divertir. A rivalidade fica só dentro de campo (risos).
E seu Batista não era o único "penetra" na festa rubro-negra. A família de Yolanda Hellem se dividia em corintiana, vascaína e tricolor. Flamenguista, a estudante disse que nessas horas o Fla recebe todo o apoio das torcidas adversárias.
- É divertido. Há seis anos participo dessa festa, mas tem muitos torcedores que não são flamenguistas e vêm para prestigiar. Meu marido é corintiano, meu tio torce para o Fluminense, meu primo ali é vascaíno (risos). O importante é reunir todos para apoiar o bloco do Mengão.
Cida Queirós é a porta bandeira do bloco. Participa da festa desde o início. A alagoana revela ser vascaína, mas diz que aderiu ao bloco por causa das filhas, que segundo ela, são flamenguistas doentes.
- Eu sou vascaína, mas eu resolvi aceitar o convite do Edglenes porque minhas filhas são doentes pelo Flamengo, então me sinto honrada de ser a porta-bandeira desse bloco maravilhoso que reúne tanta gente todos os anos. Para mim é uma satisfação - contou.
1087 visitas - Fonte: Globoesporte
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