O Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol (STJD) agendou para esta quinta-feira, 30 de outubro, às 10h, o julgamento do atacante Bruno Henrique, do Flamengo. Ele apresentou um recurso após ser suspenso por 12 jogos do Campeonato Brasileiro e multado em 60 mil reais, em decorrência de um suposto envolvimento na manipulação de apostas, investigação iniciada pela Polícia Federal em agosto de 2023.

No último dia 4 de setembro, Bruno recebeu a penalidade em questão. Em novembro do ano passado, ele e outros indivíduos foram alvo de busca e apreensão, e o indiciamento ocorreu em abril deste ano. Caso o recurso não seja aceito, a partida que ocorrerá nesta quarta-feira, 29, contra o Racing, pela semifinal da Libertadores, pode ser a última do jogador na temporada. Isso porque restam apenas nove rodadas no Campeonato Brasileiro, e se o Flamengo progredir na Libertadores, terá, no máximo, mais um jogo. Dessa forma, Bruno cumpriria a pena de 12 jogos de suspensão com apenas 10 partidas disponíveis para ele.

O STJD divulgou que o Pleno se reunirá para deliberar sobre cinco processos disciplinares, incluindo quatro recursos voluntários e um Mandado de Garantia. O advogado Michel Assef Filho defendeu o Flamengo, enquanto Ricardo Pieri Nunes representou Bruno Henrique. O vice-presidente do clube, Flávio Araújo Willeman, também esteve presente.

Uma das principais argumentações da defesa foi o pedido de prescrição do caso, sustentando que o tempo consumido para a denúncia compromete a sua validade. Michel Assef enfatizou que o Flamengo está firme em seu compromisso contra qualquer ato de manipulação e que estão lá para apoiar seu atleta e buscar a justiça. Alexandre Vitorino, outro advogado da defesa, destacou que a pretensão punitiva realmente caducou.

No decorrer da sessão, foi discutido que a Procuradoria tem um prazo de 60 dias para apresentar uma denúncia assim que for notificada de um possível ilícito. O auditor Alcindo Guedes, ao final de seu discurso, absolveu Bruno Henrique do artigo 243 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que poderia ter acarretado uma punição de até 720 dias. Contudo, ele condenou o jogador pelo artigo 243-A, aplicando a pena mínima de 12 jogos de suspensão e uma multa de 60 mil reais. Outros membros da comissão apresentaram votos diferentes, mas a pena de 12 jogos e 60 mil reais prevaleceu.

Bruno Henrique foi acusado pelo Ministério Público do Distrito Federal, junto com outras oito pessoas, sendo o fato mais relevante ter supostamente comunicado a seu irmão sobre a expectativa de receber um cartão amarelo durante uma partida específica. Durante essa época, ele já estava pendurado com dois cartões. As apostas feitas por parentes e amigos em cima dessa situação levantaram suspeitas que culminaram na investigação.