Em 2001, Walter Machado da Silva, carinhosamente conhecido como Silva, o Batuta, retornou à Gávea, onde deixou um legado inigualável. A imagem do jogador nunca será pequena para os apaixonados pelo Flamengo. Para eles, Silva é uma verdadeira obra-prima de Michelangelo, como ilustrou o renomado cronista Nelson Rodrigues.
Silva, um dos mais destacados centroavantes de sua época, brilhou no Flamengo durante a década de 1960. Ele não só se destacou no clube carioca, mas também fez história ao tornar-se o único jogador brasileiro a ser artilheiro do campeonato argentino enquanto jogava no Racing. Infelizmente, ele faleceu em 2020, mas sua conexão com o Flamengo permaneceu forte até o fim.
Notável pela sua habilidade em conquistar o carinho de diversas torcidas, Silva não se apegou a nenhuma delas por muito tempo, mas deixou marcas indeléveis em cada um dos clubes por onde passou. Seu filho, Wallace Silva, ressalta que o Flamengo foi como um pai para ele, recebendo Silva não apenas como jogador, mas também como treinador e funcionário do departamento social após sua aposentadoria.
Os filhos de Silva, Wallace e Waltinho, seguiram os passos do pai e tornaram-se jogadores profissionais, formados na base do Flamengo. Wallace, que atuou como centroavante, e Waltinho, meio-campista, compartilham a história familiar de um pai que sempre estava presente e preparava-os para as dificuldades da carreira no futebol.
O apelido “Batuta” foi dado a Silva por seu estilo único em campo, que combinava força e técnica, fazendo dele um atleta excepcional. Sua trajetória no Flamengo começou em um momento em que o clube enfrentava dificuldades e precisava de ídolos. Silva rapidamente conquistou a torcida, especialmente após uma atuação memorável em um clássico contra o Vasco, destacado por Nelson Rodrigues.
O impacto de Silva no futebol foi de tal magnitude que ele foi convocado para a Copa do Mundo de 1966, jogando ao lado de lendas como Pelé e Jairzinho. Embora tenha enfrentado desafios na Europa, incluindo problemas com visto e racismo, Silva deixou sua marca no Racing, onde se tornou o único jogador brasileiro a ser artilheiro na liga argentina, um feito que se mantém até hoje.
A ligação de Silva com o Racing foi intensa, tendo marcado 20 gols em apenas uma temporada. Ele encantou a torcida com sua técnica refinada e seu estilo de jogo, tornando-se uma figura inesquecível. Apesar de suas conquistas na Argentina, o coração de Silva sempre pertenceu ao Flamengo, onde mais tarde teve a chance de voltar e ser homenageado durante uma visita.
Após sua passagem pelo futebol, Silva se estabeleceu no Rio de Janeiro, onde continuou a ser visto pela Gávea e trabalhou nas categorias de base do Flamengo. Faleceu em 2020, mas seu legado vive através de seus filhos e da história que deixou no futebol. Se estivesse presente para assistir à partida entre Flamengo e Racing, seus filhos afirmam que ele torceria fervorosamente pelo Flamengo, sempre com uma cervejinha ao lado.




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