4/2/2013 14:57
Sobre o Maracanã, o novo e o original, e a moda das arenas
Encomendaram-me um texto sobre o Maracanã, o novo, em comparação com o outro, o antigo, que prefiro chamar de original, e até agora não consegui sair da primeira linha. Pela primeira vez tenho dificuldade em abordar o assunto. O antigo estádio, ou melhor, o original, é de tal maneira parte da história de três gerações, a começar pela minha, que não me sinto confortável para falar dele de modo impessoal.
Começo por admitir que muito de minhas objeções ao novo se deve justamente a tudo que nele tenta negar o original. Não me refiro à volumosa grana gasta na reforma, nem à falta de transparência em tudo que é feito ali. Não me refiro, tampouco, à tentativa de destruir áreas como o Célio de Barros, o Júlio Delamare, a Escola Friedenreich, para que estacionamentos venham a elitizar ainda mais o novo estádio (menos povo na arquibancada, mais automóveis no entorno).
Não me refiro, sequer, à privatização do que, construído há mais de seis décadas, tornou-se um dos símbolos do Rio. Não esperava outra coisa dos homens que cuidam da cidade, do estado e do esporte nestes tempos pré-Copa do Mundo e pré-Jogos Olímpicos. Tudo isso é muito feio, absurdamente feio, de modo que não seria necessário ser impessoal para fazer objeções ao novo.
O que me incomoda é saber que o novo Maracanã pouco terá do original, que por muito tempo foi o maior e o melhor do mundo. É saber que reformá-lo (ou deformá-lo) obedece a uma exigência vinda de fora, de uma Fifa globalizadora, arrogante, poderosa e inconfiável, em nome de uma modernização que a maioria de nós, brasileiros, aplaude como se, com isso, estivéssemos ganhando subindo degraus rumo ao primeiro mundo. O desconfortável, no caso, é ser minoria, é ser, como já disseram, “viúva do Maracanã”, do qual só restou a casca.
A propósito, pelo menos até agora, há um ponto positivo no novo Maracanã em relação a outros estádios que vão sendo construídos para as Copas das Confederações e do Mundo: nossa mania de imitar o que vem de fora ainda não chegou ao ponto de passar a chamá-lo de “arena” em vez de estádio. Marcos de Castro já escreveu artigo condenando esse novo modismo dos construtores de estádios, que, infelizmente, está sendo adorada pela imprensa esportiva. Arena, arena, arena, é a... Deixa pra lá.
2273 visitas - Fonte: ESPN
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