O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) está prestes a decidir, nesta segunda-feira (10), o recurso interposto pelo atacante Bruno Henrique, do Flamengo. O julgamento ocorrerá no Pleno do Tribunal, que representa a última instância da Justiça Desportiva. Bruno foi punido em setembro pela 1ª Comissão Disciplinar, sendo condenado a 12 jogos de suspensão e uma multa de R$ 60 mil, devido à prática de forçar um cartão amarelo e beneficiar apostadores durante a partida contra o Santos, realizada no Estádio Mané Garrincha, pelo Campeonato Brasileiro de 2023. Desde o dia 13 de setembro, o jogador tem permanecido em campo graças a um efeito suspensivo concedido pelo STJD.
O julgamento, que estava previsto para ocorrer no dia 30 de outubro, foi adiado devido a questões de segurança pública, resultantes de uma operação no Rio de Janeiro que levou o Tribunal a suspender suas sessões no período programado. Além de Bruno Henrique, o STJD também puniu quatro atletas amadores envolvidos em apostas durante a mesma partida. Entre eles, estão Wander Nunes Pinto Junior, irmão do atacante, com uma suspensão de 12 jogos; Claudinei Vitor Mosquete Bassan, com 14 partidas; e Andryl Sales Nascimento dos Reis e Douglas Ribeiro Pina Barcelos, ambos suspensos por seis jogos. Caso o Pleno acolha o recurso da defesa, Bruno pode ser considerado inocente. No entanto, se o Tribunal indeferir o pedido, ele terá que cumprir a pena de 12 jogos imediatamente.
A Procuradoria do STJD também apresentou um recurso buscando aumentar a pena de Bruno Henrique. Se a suspensão for mantida, o camisa 27 poderá desfalcar o Flamengo para o restante da temporada. Inicialmente, a condenação é somente para competições nacionais, mas há precedentes em que a CBF indica à FIFA a internacionalização da pena. Se este processo ocorrer antes do dia 29, Bruno Henrique poderá ficar de fora da final da Libertadores contra o Palmeiras. O Flamengo ainda tem sete jogos agendados até o término da temporada — seis pelo Brasileirão e um pela decisão continental. Caso o Rubro-Negro conquiste a Libertadores, essa contagem pode aumentar para até dez partidas, pois haverá a possibilidade de disputar o Intercontinental em dezembro.
A defesa do jogador argumentou durante o julgamento que o Flamengo não foi prejudicado pelo cartão recebido, sustentando que o próprio clube orientou Bruno a forçar a advertência para cumprir uma suspensão automática contra o Fortaleza. O Tribunal considerou o atleta inocente em relação às acusações de busca de benefício pessoal e de causar prejuízo ao clube. A Procuradoria do STJD, no entanto, justificou que Bruno obteve, sim, vantagem ao comunicar familiares sobre a possibilidade de receber o terceiro cartão amarelo, além de ressaltar que o ocorrido prejudicou a imagem do clube, podendo influenciar seu valor de mercado. Se o Pleno acolher as alegações da acusação, a pena de Bruno Henrique pode aumentar para até dois anos.
O jogador foi denunciado pelo Ministério Público do Distrito Federal em junho, junto a seu irmão e mais sete pessoas. A acusação aponta que Bruno teria avisado ao irmão sobre a expectativa de receber um cartão amarelo na partida contra o Santos. Essa informação gerou suspeitas em relação às apostas feitas por Wander e outros familiares no cartão do atleta. Mensagens extraídas do celular de seu irmão foram utilizadas como base para a denúncia. Em 4 de setembro, Bruno Henrique foi condenado pelo STJD por manipulação de resultados, resultando em uma pena de 12 jogos de suspensão e uma multa de R$ 60 mil.
Uma das principais linhas de defesa do atacante, apresentada pelos advogados Michel Assef Filho e Alexandre Vitorino, foi o pedido de prescrição do caso, que não foi aceito pelo Tribunal. Insatisfeita com a decisão, a defesa recorreu, e o julgamento foi remarcado para hoje, após o adiamento anterior. Atualmente, Bruno Henrique segue atuando por conta do efeito suspensivo concedido pelo STJD.




Comentários do Facebook -