No julgamento realizado na última segunda-feira (10), o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) deu continuidade à análise do caso do atacante Bruno Henrique, do Flamengo. A defesa do jogador apresentou um recurso que teve suporte parcial do Auditor-Relator Marco Aurélio Choy. A audiência foi suspensa após um dos auditores solicitar vista do processo, logo após o voto do relator, que decidiu não aplicar os artigos 243 e 243-A do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), optando apenas pela aplicação do artigo 191, que prevê uma penalidade mais leve.
A próxima reunião do Tribunal está agendada para quinta-feira (13), às 15h, quando será tomada a decisão final sobre a condenação do jogador. Após a sessão, o advogado Michel Assef se manifestou de forma otimista sobre a posição do relator, que rejeitou a alegação de prescrição, mas afastou a aplicação das normas que caracterizariam a conduta de Bruno Henrique como contrária à ética esportiva ou deliberadamente prejudicial ao Flamengo.
Assef argumentou que a questão da prescrição foi amplamente debatida e culminou em uma análise sobre o mérito do caso. O relator decidiu por afastar a aplicação dos artigos 243 e 243-A e preferiu aplicar o artigo 191, que a defesa considerou uma de suas teses subsidiárias. Mesmo defendendo a absolvição do atleta com base na questão da informação privilegiada, o advogado enfatizou que a manipulação de um jogo, que é o que se considera grave no CBJD, não ocorreu. Assim, ele afirmou que não houve prática artificial para beneficiar alguém fora do campo.
O advogado também elogiou a presença de Bruno Henrique na audiência, considerando que isso demonstrou respeito ao processo da justiça desportiva. Ele ressaltou que tentar forçar um terceiro cartão amarelo não é ilegal, pois se configura dentro das regras do jogo, e, portanto, não pode ser considerado uma atitude antidesportiva.
Bruno Henrique foi denunciado pelo Ministério Público do Distrito Federal em junho, juntamente com seu irmão, Wander Nunes Pinto, e mais sete pessoas. A acusação sustenta que o jogador teria avisado ao irmão sobre a intenção de receber um cartão amarelo durante uma partida contra o Santos, no Estádio Mané Garrincha, em Brasília, em novembro de 2023, quando já estava sob risco com dois cartões no Campeonato Brasileiro. O volume de apostas feitas por Wander e outros próximos levantou suspeitas nas casas de apostas em relação ao cartão amarelo do atacante.
A investigação, que teve início em agosto de 2023 pela Polícia Federal, culminou em buscas na casa de Bruno Henrique e outros suspeitos em novembro, resultando em seu indiciamento em abril deste ano. O julgamento inicial previu uma punição de suspensão por 12 jogos e uma multa, mas a defesa apresentou um recurso, que será avaliado na sessão de quinta-feira (13).




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