O Flamengo deu um passo importante na busca pela implementação do Sistema de Sustentabilidade do Futebol (SSF), um modelo brasileiro de fair play financeiro que está sendo desenvolvido pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF). O clube apresentou uma série de propostas com o objetivo de melhorar a governança e a responsabilidade fiscal no futebol nacional. Luiz Eduardo Baptista, presidente do Flamengo, destacou que a discussão desse tema é fundamental para o fortalecimento da modalidade no Brasil.
Durante as negociações, Baptista parabenizou a CBF por abordar um assunto tão relevante e mencionou que a atual situação do futebol brasileiro demanda mudanças urgentes. Segundo ele, o desempenho esportivo é intimamente ligado a uma administração eficiente fora de campo e que a implementação de um sistema fiscal é vital para a evolução dos clubes.
O dirigente ressaltou que, embora o modelo europeu de fair play financeiro sirva de inspiração, ele precisa ser adaptado às particularidades do Brasil. Ele chamou a atenção para a presença de clubes em recuperação judicial e a existência de Sociedades Anônimas do Futebol (SAFs), características que diferem consideravelmente do cenário europeu.
Entre as propostas do Flamengo, destacam-se restrições a clubes em recuperação judicial, um controle rigoroso dos custos, o bloqueio de brechas contábeis e a criação de indicadores de caixa mínimo. Além disso, o clube sugere a adoção de ratings de governança e sanções esportivas severas, como perda de pontos e restrições nas janelas de transferências.
Baptista também mencionou a formação de um grupo interno no Flamengo, liderado por Marcos Motta, para tratar dessas questões, e enfatizou a importância de um conjunto de regras padronizadas para todos os clubes. Para ele, é essencial que haja punições imediatas para aqueles que não cumprirem as normas, assegurando que as consequências sejam aplicadas de forma justa.
Outro ponto abordado foi a proposta de um "Teste de Proprietários e Dirigentes", que estabeleceria critérios de idoneidade e capacidade financeira para novos dirigentes de clubes. Além disso, o Flamengo defende a proibição do uso de gramados artificiais em competições profissionais, apontando que isso cria desigualdades financeiras e impacta a saúde dos atletas.
O presidente do Flamengo citou a reestruturação financeira que o clube passou nos últimos anos como um exemplo de boa governança. Ele lembrou que, em 2012, a dívida do Flamengo era três vezes o seu faturamento anual, e a transformação ocorrida desde então é um testemunho de que a disciplina financeira pode trazer bons resultados.
Finalizando, Baptista reiterou a importância de um sistema sustentável e equilibrado para o futebol brasileiro, enfatizando que as mudanças estruturais, ainda que custosas, são essenciais para a evolução do esporte no país. Ele reafirmou o compromisso do Flamengo em participar ativamente das discussões sobre o SSF e a importância da iniciativa da CBF em estabelecer um modelo nacional de fair play financeiro.




Comentários do Facebook -