Recentemente, o Flamengo submeteu à CBF um conjunto de propostas com vistas à criação do Sistema de Sustentabilidade do Futebol (SSF), um modelo brasileiro de fair play financeiro que está sendo discutido por uma comissão da entidade. Durante a apresentação de suas propostas, o jornalista Sérgio Xavier Filho fez algumas reflexões sobre a postura do clube, destacando que, na sua visão, o Flamengo e outros times estão mais preocupados com seus problemas individuais do que com a busca de soluções conjuntas.
No programa "Seleção Sportv", Sérgio Xavier Filho questionou o fato de o Flamengo não estar buscando um diálogo mais aberto com os demais dirigentes dos clubes brasileiros. Segundo ele, é vital que os times se unam para enfrentar os desafios do futebol nacional. O jornalista argumentou que a falta de colaboração entre os clubes gera uma situação em que cada um tenta resolver seus próprios problemas de forma isolada, o que considera uma "grande burrice". Ele exemplificou as boas práticas de união em ligas como as inglesas e americanas, onde problemas são resolvidos coletivamente.
Entre as propostas apresentadas pelo Flamengo, destaca-se a necessidade de impor restrições a clubes em recuperação judicial, além de estabelecer um controle rigoroso sobre os custos e fechar brechas contábeis. O clube também sugere a criação de indicadores de caixa mínimo e a limitação de transações entre partes relacionadas. Para garantir a eficácia dessas medidas, propõe sanções esportivas, como perda de pontos e restrições nas janelas de transferência.
Em sua explanação, o presidente do Flamengo enfatizou a importância de um arcabouço comum que padronize as regras para todos os clubes. Ele mencionou que atualmente, as equipes estão em estágios distintos, o que torna a comparação e a aplicação das regras desiguais. Para ele, é crucial que haja consequências imediatas para os clubes que não cumprirem as diretrizes estabelecidas. Perdas de pontos e rebaixamentos em caso de reincidências poderiam ser formas de garantir a adesão às normas.
Outra proposta significativa é a implementação de um "Teste de Proprietários e Dirigentes" baseado na idoneidade e capacidade financeira. O Flamengo também defende a proibição do uso de gramados artificiais em competições profissionais, alegando que isso gera um custo desproporcional para os clubes e pode impactar a saúde dos atletas.
Luiz Eduardo Baptista, presidente do Flamengo, usou a trajetória recente do clube como um exemplo de reestruturação financeira e governança. Ele destacou que o Flamengo, que em 2012 estava em uma situação financeira crítica, conseguiu se reerguer ao adotar um rigoroso controle fiscal e de gastos. Hoje, o clube é visto como um modelo a ser seguido por outros, que muitas vezes relutam em enfrentar os desafios financeiros necessários para este tipo de reestruturação.
Além disso, Baptista ressaltou a necessidade de um sistema que contemple mecanismos de transição e punições ao longo da temporada. Ele defendeu que os clubes não deveriam ser avaliados apenas no final do ano, mas sim periodicamente, de forma a garantir uma gestão mais responsável ao longo do tempo. A criação de um ambiente mais equilibrado e competitivo no futebol brasileiro é, segundo ele, fundamental para o fortalecimento do esporte como um todo.
Sobre a situação financeira do Flamengo, o presidente frisou que o clube está prestes a alcançar o maior faturamento de sua história, mas ressaltou que a gestão responsável deve ser mantida mesmo diante da busca por títulos. Ele enfatizou que o desempenho financeiro permite ao Flamengo honrar suas obrigações e ainda investir em seu elenco.
O Flamengo reafirmou seu compromisso em participar ativamente das discussões sobre o Sistema de Sustentabilidade do Futebol e elogiou a CBF pela iniciativa de implementar um modelo de Fair Play Financeiro no Brasil.




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