O advogado de Bruno Henrique, Alexandre Vitorino, concedeu uma entrevista à ESPN na qual discutiu o recente julgamento do atleta do Flamengo. Na decisão, ocorrida nesta quinta-feira (13), a punição que impunha 12 jogos de suspensão ao jogador foi revogada, embora ele tenha sido multado em R$ 100 mil. Vitorino avaliou o resultado do julgamento como “positivo”, mas questionou a manutenção da multa.

Vitorino defendeu que Bruno deveria ter sido absolvido completamente e elucidou seu ponto de vista sobre a decisão do tribunal. “O Bruno Henrique foi processado por comportamentos que não se encaixam na narrativa de manipulação de apostas. O que se alegou é que ele cometeu uma prática antidesportiva, mas o STJD afirmou corretamente que não houve violação a essa proibição. A decisão indica que, no máximo, poderia haver uma vulneração menor ao regulamento da competição, mas não ao código efetivo”, explicou.

Na visão do advogado, o tribunal deveria ter considerado que não houve qualquer violação ao regulamento. Ele destacou uma conversa entre Bruno e seu irmão: “No dia 28 de agosto, houve uma mensagem relacionada ao jogo contra o Santos, mas, em 16 de outubro, Bruno repreendeu seu irmão por essa intenção de fazer apostas. Ele se opôs ao comportamento do irmão, que atuou de forma individual.”

Embora tenha havido investigações e julgamentos, Vitorino revelou que Bruno estava confiante quanto ao desfecho do caso. “Quando as mensagens da polícia federal chegaram, foi possível demonstrar que os diálogos com seu irmão não mostraram uma dinâmica que se confirmou em campo. O argumento central era que ele precisaria receber o terceiro cartão amarelo contra o Santos, mas, na verdade, ele acabou tomando o cartão contra o Atlético-MG”, comentou.

Vitorino ressaltou ainda que o jogador foi assediado pelo irmão, mas resistiu a fornecer informações precisas sobre cartões. “Importante é que, em 16 de outubro de 2023 — 14 dias antes do jogo —, ele deu claramente uma contraordem e fez uma repreensão ao irmão quando questionado sobre a possibilidade de tomar o terceiro cartão”, adicionou.

O advogado concluiu que este caso evidencia a necessidade de atualização do código de justiça desportiva no Brasil, para incluir comportamentos relacionados à manipulação pontual de resultados. Ele também observou que a situação de Bruno não deve ser comparada à de outros atletas que foram condenados por combinar apostas, destacando que “Bruno Henrique não recebeu um único centavo por qualquer tratativa que tenha sido realizada”.

Bruno Henrique, de 34 anos, havia sido indiciado por supostamente ter forçado a obtenção de um cartão amarelo e beneficiado apostadores em uma partida contra o Santos, e já tinha recebido a suspensão e multa em setembro deste ano. Agora, com a decisão do tribunal em seu favor, o jogador está liberado para atuar, ajudando o Flamengo nos desafios finais da temporada, incluindo a final da CONMEBOL Libertadores marcada para 29 de novembro em Lima, Peru, contra o Palmeiras.

Os próximos jogos do Flamengo são: Sport (F) - 15/11, 18h30 (de Brasília) - Brasileirão; Fluminense (F) - 19/11, 21h30 (de Brasília) - Brasileirão; Red Bull Bragantino (C) - 22/11, 21h30 (de Brasília) - Brasileirão.