O Flamengo, um dos clubes mais tradicionais do Brasil, possui um acervo impressionante com mais de 35 mil itens, refletindo seu rico patrimônio histórico. Nos últimos anos, o clube tem se empenhado em preservar e promover sua história, acumulando troféus, uniformes marcantes e uma infinidade de objetos que fazem parte de sua trajetória de 130 anos. Todo esse vasto patrimônio é cuidadosamente guardado na sede do clube, localizada na Gávea.
Inaugurado há dois anos, o moderno museu do Flamengo expõe apenas uma fração do acervo total. O departamento de patrimônio histórico conta com cerca de 20 profissionais dedicados a zelar por mais de 35 mil peças, das quais 7.071 são troféus. Esse número é constantemente atualizado, refletindo o compromisso do clube em manter sua história viva e acessível ao público.
A missão do departamento de patrimônio histórico foi estabelecida entre 2011 e 2012, mas os primeiros avanços significativos ocorreram entre 2016 e 2017 sob a liderança de Eduardo Vinicius, conhecido como Dudu. Ele foi um colecionador, curador do museu e conselheiro do clube, falecendo em junho de 2024. O modelo do museu como o conhecemos hoje só foi consolidado em 2023, durante a gestão de Rodolfo Landim. Após um período de um museu mais simples, o projeto foi reformulado com um investimento total de R$ 23 milhões, oriundos de uma parceria com uma empresa especializada na administração de museus, além de patrocinadores que contribuíram através de leis de incentivo à cultura.
O trabalho na área de patrimônio histórico do Flamengo não se limita ao museu. Recentemente, o clube lançou coleções especiais, como a Identidade e a Pherusa, que resultam de pesquisas sobre as representações da cultura rubro-negra. Além disso, novas curadorias e murais estão sendo desenvolvidos, como uma homenagem aos 130 anos do clube, destacando figuras marcantes como Adílio, que simboliza a essência flamenguista.
Com uma abordagem inclusiva, o processo de curadoria é caracterizado por diálogo e debate, permitindo que questões relevantes e efêmeras sejam abordadas ao longo do tempo. O Flamengo também se compromete a resgatar e apresentar a memória de diferentes segmentos da sociedade, aumentando a diversidade de suas exposições.
O acervo do clube continua a crescer, recebendo novos itens por meio de doações de torcedores e familiares. O Flamengo adota uma abordagem moderna e profissional na conservação de sua memória, acreditando que essa iniciativa servirá como um legado para o patrimônio esportivo brasileiro como um todo.
O foco do trabalho realizado pelo departamento vai além da proteção dos bens materiais, buscando promover uma memória coletiva do esporte no Brasil. O Flamengo se empenha em conservar sua memória imaterial, contribuindo para o desenvolvimento do campo do patrimônio esportivo e estabelecendo um elo entre a história do clube e a cultura do povo brasileiro.




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