Na semana da Consciência Negra, o Flamengo promoveu um seminário voltado à educação antirracista no Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira (MUHCAB), no Rio de Janeiro. Esta iniciativa é parte de um calendário de ações que o clube mantém ao longo do ano, reafirmando seu compromisso com a causa antirracista. O seminário, intitulado “Valorização da Cultura Negra nos Esportes: Identidade e Desafio”, contou com a presença de representantes de outros clubes, incluindo Athletico-PR, Atlético-MG, Bahia, Botafogo e Vasco, e teve como foco discutir a importância da educação na luta contra o racismo.
Camila Nascimento, gerente de Responsabilidade Social do Flamengo, destacou a importância da educação antirracista como um pilar fundamental dentro da política do clube. O Flamengo acredita que, devido à sua influência e história, pode fazer uma diferença significativa na luta contra o racismo. A iniciativa inclui a promoção de letramento racial nas diversas modalidades esportivas e entre os colaboradores do clube. Além disso, uma cartilha de combate ao racismo foi criada para guiar essas ações.
O Flamengo também deu um passo importante ao modificar seu estatuto, incluindo novos parágrafos que estabelecem o combate ao racismo como uma diretriz para todas as ações do clube. Essa mudança visa fortalecer a conscientização, prevenção e inclusão, enquanto implementa sanções rigorosas para aqueles que praticarem atos racistas. Sócios e funcionários podem enfrentar suspensões ou até expulsões em caso de reincidência, assegurando uma postura firme contra a discriminação.
Embora as iniciativas educacionais estejam se expandindo, existem áreas que ainda precisam ser abordadas, como a inclusão de letramento racial nas camadas mais altas do organograma do Flamengo, incluindo treinamentos para diretores e vice-presidentes, além de ações voltadas para os torcedores. Camila Nascimento mencionou que há um planejamento para abordar essas questões de forma abrangente no futuro.
A política de contratação do Flamengo ainda não incorpora a meta de recrutamento de pessoas negras, mas a gerente de Responsabilidade Social enfatizou a importância de criar oportunidades e espaços para esses indivíduos no esporte. O Flamengo busca um legado em que negros possam ocupar todos os tipos de função, seja como atletas, dirigentes ou torcedores, reconhecendo que essa é uma jornada contínua.
A educação se mostra como uma medida crucial para provocar mudanças comportamentais e impactar as políticas internas do clube, tornando-o um exemplo para outras equipes no Brasil que ainda não se envolveram ativamente com a causa antirracista. Durante o seminário, Yago Feitosa, mestre em Educação das Relações Étnico-Raciais, comentou sobre a importância da parceria entre o clube e a promoção da educação das pessoas.




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