E-mails mostram que Vitória tentou parcelar dívida com o Furacão por Léo

10/3/2014 18:30

E-mails mostram que Vitória tentou parcelar dívida com o Furacão por Léo

GloboEsporte.com tem acesso a e-mails trocados entre dirigentes, nos quais clube baiano justifica atraso na devolução do R$ 1,5 milhão: problema com patrocínio

E-mails mostram que Vitória tentou parcelar dívida com o Furacão por Léo
O dinheiro depositado na conta do Vitória pelo Atlético-PR para adquirir os direitos econômicos e federativos do lateral Léo no fim de 2013 agitou os bastidores dos dois clubes no início deste ano. Apesar de negar publicamente a dívida com o Furacão, a diretoria do Rubro-Negro baiano tentou resolver a questão amigavelmente e devolver a quantia - que hoje afirma não ter o dever de ressarcir -, antes de a assessoria jurídica da equipe paranaense entrar com uma queixa crime na 9ª Vara de Relações Cons. Civis e Comerciais de Salvador acusando o Vitória de apropriação indébita de R$ 1,5 milhão.

O GloboEsporte.com teve acesso a e-mails trocados por dirigentes e representantes jurídicos de Vitória e Atlético-PR. Nas mensagens trocadas, pessoas ligadas ao time baiano tentam parcelar o valor depositado pelo Atlético-PR em 12 vezes, com a primeira parcela sendo paga em março. Uma carta assinada pelo diretor-financeiro do time baiano, José Perdiz, expõe que o Rubro-Negro planejava devolver o R$ 1,5 milhão com a parcela do patrocínio da Caixa, que entraria nos cofres do Leão no início deste ano. No entanto, o vencimento de uma certidão negativa impediu que o Vitória tivesse acesso ao dinheiro e, por consequência, devolvesse o valor dos direitos de Léo ao Furacão.

As negociações para que o Atlético-PR tivesse de volta o dinheiro depositado por Léo começaram em janeiro. Em troca de e-mails, advogados do Furacão cobraram a devolução da quantia. Em resposta, o superintendente de futebol do clube baiano, Mario Silva, pediu os números da conta e agência do time paranaense para que o valor de R$ 1,5 milhão fosse depositado. A mensagem também foi encaminhada para o presidente do Vitória, Carlos Falcão, o diretor de futebol do clube, Raimundo Queiroz, e o vice-presidente rubro-negro, Epifânio Carneiro.

Em fevereiro, foi a vez de o diretor jurídico do Vitória, Manoel Machado, entrar em contato com representantes do Atlético-PR. Na mensagem, o dirigente solicita o parcelamento da quantia a ser devolvida ao Furacão.

- Gostaria que o colega consultasse o Atlético-PR quanto a uma proposta para quitação em doze parcelas iguais de R$ 125.000,00, a primeira em março – diz o documento enviado por Manoel Machado.
A diretoria do Atlético-PR, contudo, negou o acordo.

- A proposta não foi aceita. Pagamos à vista R$1.500.000,00 há mais de dois meses e querem pagar o mesmo valor, sem qualquer juros ou correção, em 12 vezes... É inaceitável - diz um dos advogados do clube paranaense no e-mail.

Foi proposto ainda que o Vitória devolvesse a quantia ao Atlético-PR em duas parcelas, com o valor corrigido.

- No máximo, estaríamos dispostos a parcelar em duas vezes, com atualização do valor e a devolução das custas judiciais do processo já pagas pelo Atlético-PR - informou a Assessoria Jurídica do Atlético-PR.

Um dia após a troca de e-mails, o Furacão ingressou com a queixa crime contra a diretoria do Vitória.

Em março, o diretor-financeiro José Perdiz enviou uma carta ao Atlético-PR na qual pede desculpas pela demora na resolução da questão e garante que fará o pagamento assim que o valor do patrocínio da Caixa for depositado nas contas do Vitória.
- Estava tudo acertado para recebermos até o dia 30.01.2014, a 3ª parcela do contrato de patrocínio firmado com a Caixa Econômica Federal, com a qual iríamos efetuar a devolução ao Atlético.

Nesta 2ª feira, fomos surpreendidos com a recusa da Receita Federal do Brasil em proceder a renovação da Certidão de Regularidade com a Previdência Social do Esporte Clube Vitória (...). Ato contínuo, acionamos nosso corpo jurídico, com a finalidade de avaliar e resolver a questão. Porém, as providencias demandarão algum tempo (...). Diante do exposto, pedimos desculpas pela impossibilidade do cumprimento do prazo inicialmente acordado. Porém, estamos adotando todas as medidas legais necessárias para solucionar o problema, para que possamos obter a certidão, a fim de que o Vitória volte ao seu curso normal de funcionamento e possamos receber a parcela do patrocínio da Caixa em atraso e façamos a devolução do recurso – diz o documento enviado por Perdiz.

Em dezembro do ano passado, o Atlético-PR, clube que o lateral Léo defendeu na última temporada, tentou exercer o direito de compra de 50% do passe do jogador, mas perdeu a batalha para o Fla, que pagou R$ 2 milhões pelo atleta. No entanto, o clube paranaense havia comunicado o Vitória sobre o interesse em adquirir parte do jogador e chegou a pagar por isso. O clube do Paraná depositou R$ 1 milhão e 500 mil na conta do Vitória, conforme estipulado em contrato. O GloboEsporte.com teve acesso a documentos que comprovam o pagamento do valor feito no dia 26 de dezembro de 2013. A notificação de que desejava exercer o poder de compra foi feita pelos paranaenses três dias antes. Mesmo com o fracasso do negócio, o Vitória não devolveu o dinheiro depositado ao Furacão.

O diretor-jurídico do Vitória, Manoel Machado, foi procurado para comentar os e-mails trocados com representantes do Atlético-PR. No entanto, o dirigente não atendeu as ligações feitas pela equipe do GloboEsporte.com.

Na tarde desta segunda-feira, o Vitória divulgou em seu site oficial uma nota em que, mais uma vez, nega que tenha que devolver o valor depositado pelo Atlético-PR por Léo. No documento, a diretoria do clube baiano culpa o Furacão pelo fracasso nas negociações com o lateral, questiona a origem do dinheiro depositado e afirma que ‘aceitou discutir administrativamente a possibilidade de recomprar’ os direitos de Léo do clube paranaense.


No texto, o Vitória alega que o dinheiro depositado pelo Atlético-PR seria referente a 50% dos direitos econômicos de Léo, enquanto o Flamengo teria adquirido o restante de tais direitos. Contudo, na notificação enviada pelo Furação ao Leão baiano, foi exposto que, segundo o contrato assinado entre as partes, a quantia de R$ 1,5 milhão diria respeito aos direitos federativos e metade dos direitos econômicos do lateral.

Confira a nota divulgada pelo Vitória na íntegra

"O ECV- Esporte Clube Vitoria, tendo em vista notícia publicada na imprensa, sobre uma ação de cobrança relativa a um possível debito existente junto ao CAP- Clube Atlético Paranaense, apesar de ainda não ter conhecimento oficial do processo, vem esclarecer, ao público esportivo em geral e a torcida do Vitoria em especial, a realidade dos fatos:

1- Em 04/02/2013, o ECV celebrou contrato de empréstimo do atleta “Leo" (Leonardo Moreira Morais) com o CAP, estabelecendo, neste mesmo contrato, uma clausula de preferência para aquisição de 50% dos direitos econômicos do atleta, pelo valor inicial de R$1.500.000,00 (hum milhão e quinhentos mil reais) estabelecendo, também, que caso houvesse uma proposta superior a esse valor, o CAP para fazer valer seu direito, deveria igualar o valor da proposta recebida.

2-Em 18/12/2013, o ECV recebeu proposta oficial oferecendo R$2.000.000,00 (dois milhões de reais) pela outra metade dos direitos econômicos do atleta. Proposta imediatamente comunicada ao CAP, conforme determinado no contrato, ficando, por consequência, estabelecido como valor referencial de aquisição do percentual de 50% dos direitos econômicos pelo CAP, o mesmo valor proposto por esse Clube.

3- Não obstante, o CAP ter sido previamente comunicado do novo montante a ser depositado, em 26/12/2013 foi efetuado um deposito no valor de R$1.500.000,00 (hum milhão e quinhentos mil reais) na conta corrente do ECV, tendo sido novamente notificado o CAP, para complementar o valor, conforme estabelecido no contrato firmado, complementação que não foi efetuada.

4- Concomitantemente as tratativas referentes à negociação dos direitos econômicos do atleta, tomamos conhecimento que o CAP, surpreendentemente, não celebrou nenhum contrato de trabalho com o atleta “Leo”, nem apresentou qualquer documentação que comprovasse a relação de trabalho com o clube.

5. Em 05/01/2014 recebemos a informação que o atleta diante da inércia do CAP, optou por transferir-se para o Flamengo, que veio, posteriormente, a adquirir a outra metade dos direitos econômicos do atleta, conforme proposta feita ao ECV.

6- O atleta então celebrou seu contrato com o Flamengo, o ECV liberou o atleta e a transação com o Flamengo foi concluída.

7-Posteriormente foi o ECV informado que o CAP desejava cancelar unilateralmente o negócio já realizado, isto é, a aquisição dos 50% dos direitos econômicos e que dessa forma não faria o depósito complementar dos R$ 500.000,00 restantes.

8 - O ECV por acreditar na valorização do atleta, aceitou discutir administrativamente a possibilidade de recomprar, na integralidade, a participação do CAP no atleta, em condições a serem pactuadas pelas partes, ou, ainda, de instrumentalizar a cessão parcial dos direitos econômicos, ficando detentor do percentual dos direitos econômicos, relativo ao valor em aberto.

9 - O ECV esclarece que, em nenhum momento e sob nenhuma circunstância, foi informado que os recursos utilizados pelo CAP para aquisição parcial dos direitos econômicos do atleta “Leo” pertenciam de fato, conforme extrato divulgado pela imprensa na última sexta-feira, a CAP S/A Arena dos Paranaenses, empresa não integrante da relação contratual.

10 - Ressaltamos que durante todo período cronológico da realização dos fatos acima narrados, o ECV procurou estabelecer um amplo canal de diálogo com o clube paranaense, buscando por todas as vias possíveis, resolver a pendência de forma negociada, tendo sido surpreendido com o ajuizamento de processo judicial.

11- O ECV reitera que cumpriu rigorosamente o que determinava o contrato e a legislação vigente. Restando, nesse momento, aguardar o teor da ação impetrada, para que possa provar na Justiça a lisura dos procedimentos adotados pelo Clube, comprovando a inexistência dos débitos alegados, passando a exigir, também, judicialmente, a cobrança dos valores que ainda lhe são devidos, bem como fazer valer seus direitos, relativos a reparação de possíveis danos morais e materiais ao clube, aos seus dirigentes, que possam advir, em razão do ajuizamento de ações indevidas e despropositadas ou de denúncias caluniosas.

Salvador, 10 de março de 2014.
Esporte Clube Vitória
Carlos Sergio Falcão
Presidente do Conselho Diretor"

1100 visitas - Fonte: Globoesporte


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