A relação entre o Flamengo e São Judas Tadeu é uma devoção enraizada, marcada por fé, história e momentos decisivos que moldaram a trajetória do clube. Neste sábado (29), milhões de rubro-negros aprofundam suas crenças na esperança de conquistar o quarto título da Libertadores, em um embate contra o Palmeiras, a ser disputado em Lima, no Peru.
Para os torcedores do Flamengo, São Judas Tadeu é muito mais do que um santo: ele se tornou um símbolo de esperança, superação e união dentro da identidade de milhões de apaixonados. A ligação entre o clube e o santo começou na década de 1950, em um período em que o Flamengo atravessava um longo jejum de títulos, não conquistando o Campeonato Carioca desde 1944. Foi então que o Padre Góes, pároco da Igreja de São Judas Tadeu, no Cosme Velho, tomou a iniciativa de interceder espiritualmente: ele celebrou missas com os jogadores, proporcionou momentos de reflexão e encorajou a prática de acender velas e rezar ao santo, convencendo a todos que o título estava ao alcance, desde que a fé os acompanhasse.
Um episódio marcante ocorreu em 2001, durante a final do Campeonato Carioca contra o Vasco. O locutor Washington Rodrigues, conhecido como Apolinho, profetizou, com sua voz inconfundível: "E acaba de chegar São Judas Tadeu". Pouco tempo depois, Petkovic marcou um gol de falta, garantindo a conquista do título e perpetuando a frase na memória da Nação rubro-negra.
Além da história e das vitórias, a devoção a São Judas Tadeu tornou-se um aspecto fundamental da cultura rubro-negra. No vestiário do Flamengo, especialmente em jogos decisivos, é comum a presença de uma imagem do santo, que é respeitosamente utilizada como um ritual de proteção. Essa conexão foi formalizada quando o dia 28 de outubro, dia dedicado a São Judas na Igreja Católica, foi oficialmente declarado "Dia do Flamenguista" por uma lei municipal sancionada em 2007. Torcedores frequentemente lotam a Igreja de São Judas Tadeu, no Cosme Velho, em momentos cruciais, clamando pela vitória do time enquanto renovam sua fé no padroeiro.
Os resultados dessa aliança espiritual não tardaram a se manifestar: o Flamengo conquistou o Campeonato Carioca em 1953 e repetiu o feito em 1954 e 1955, formando um tricampeonato histórico que muitos atribuem à bênção de São Judas Tadeu. Para celebrar a devoção, em dezembro de 1957, o clube realizou uma cerimônia para entronizar a imagem do santo em sua sede na Gávea, um evento conduzido pelo próprio Padre Góes.




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