11/3/2014 14:59
Reeleito na Ferj, Rubens Lopes ataca tentativa de racha de clubes grandes
Candidato único, atual presidente se mantém no cargo por aclamação, por mais quatro anos, um dia depois de anúncio de oposição por parte de Fla, Flu e Vasco
O presidente da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj), Rubens Lopes, foi reeleito no início da tarde desta terça-feira na sede da entidade, por aclamação. A sessão foi realizada desta forma, sem a necessidade de contagem de cédulas, porque a chapa "União do Rio de Janeiro" foi a única inscrita e homologada para o pleito. Nem todos, porém, foram favoráveis à decisão. Flamengo, Fluminense e Vasco emitiram uma nota oficial conjunta na noite de segunda-feira pedindo mudanças nas práticas da Federação e declarando não apoiar a reeleição do atual mandatário, que está na cadeira desde 2007 e, agora, ficará até 2018.
O Tricolor não mandou representante ao pleito. O assessor especial da presidência Marcelo Penha, que também é membro da comissão eleitoral da entidade, não compareceu. O diretor jurídico Bernardo Accioly e o advogado Fernando Lamar representaram Flamengo e Vasco respectivamente. Presidente do Botafogo, Maurício Assumpção também marcou presença. Foi dele, inclusive, o pedido pela eleição de Rubens Lopes por aclamação.
Ao término da eleição, o diretor jurídico do Flamengo disse que faria questão de registrar o voto contrário, mas não obteve sucesso.
- Surpreendentemente tomamos conhecimento de um documento que tem algumas colocações bastante equivocadas. O documento subscrito por Flamengo, Fluminense e Vasco, em relação a esse último, bastante surpreso, uma vez que o presidente (Roberto Dinamite) assinou a candidatura dessa chapa de livre e espontânea vontade.
Nos vemos diante de um problema eminentemente político cujo foco eu não posso dizer que seja a melhoria do futebol do Rio. O documento comete alguns enganos - disse Rubinho após a vitória.
Apesar do clima desconfortável por conta do racha às vésperas da sessão, a sessão transcorreu tranquilamente. Mas Lopes, que continuará tendo como vice-presidente geral José Luiz Martinelli, usou o seu discurso de posse para responder ao repúdio de Flamengo, Fluminense e Vasco. Rubinho citou ainda a alta do preço dos ingressos como motivo para o pouco público do Carioca deste ano.
- Espero que esses clubes revejam suas posições, apareçam, apresentem projetos, sem o egoísmo de se focar somente no próprio umbigo. Vamos olhar o conjunto e aí sim vamos dar passos consideráveis. O público não está indo, mas jogo quarta à noite, com time reserva, chovendo, interessa a quem? Ingressos caros, fora da realidade do torcedor, jogo quarta e domingo com ingressos nesses preços. São preços perversos, elitistas. Já acabou a geral, acabou a arquibancada, e estamos tirando o torcedor dos estádios. Pelos preços, pelos horários desajustados, talvez também pela forma do campeonato. Não somos impermeáveis às mudanças, mas é preciso que sejam feitas com fundamento e não só pelos interesses de quem quer um paredão de fuzilamento - afirmou.
Presidente do Madureira, Elias Duba leu uma carta de repúdio dos demais clubes à nota oficial de Flamengo, Fluminense e Vasco, a qual, segundo ele, teve "conteúdo recheado de delírios e maledicências que de forma nenhuma traduz o comportamento da Ferj".
O mandatário alvinegro, Maurício Assumpção, explicou o porquê de não ter se juntado à tentativa de racha dos outros grandes clubes do Rio.
- Em nenhum momento fui convidado a participar de reunião nenhuma. Os presidentes têm meus telefones pessoais e não há desculpa nenhuma para eu não ter sido convidado. Mas se tivesse sido, não aceitaria. Quando você vai para uma batalha escolhe muito bem seus aliados. Eles sabiam que eu não iria assinar. O Botafogo hoje sabe com quem pode ou não contar. O Botafogo tem problemas sérios hoje com alguns desses clubes - afirmou.
Na nota oficial emitida pelos clubes há referências à falta de transparência, pedindo a divulgação do estatuto da entidade no site oficial, convocação de eleições com "calendário claro, que permita a formação de chapas, discussão de propostas", e publicação de balancetes trimestrais. Os clubes pedem ainda a discussão do orçamento da Ferj com participação obrigatória dos quatro grandes, que também deveriam poder, segundo a nota oficial, indicar membros do Conselho Fiscal.
Mesmo por telefone a Ferj não informou os nomes dos integrantes da chapa única para a eleição antes do pleito, tampouco forneceu os capítulos do estatuto que tratam do tema, se limitando a publicar as regras para homologação de chapas previstas no artigo 32 em seu site oficial.
Rubens Lopes rebateu a acusação:
O Estatuto da Ferj foi divulgado no site para que todos o conhecessem de modo claro. O debate aberto foi realizado na ocasião da sua aprovação. Se existir alguma proposta de alteração deste ou daquele artigo, evidente que será colocado em discussão.
Agora, fundamental é que mantenhamos as regras do regime democrático. Esse estatuto foi debatido e votado por todos nessa assembleia, incluindo Flamengo, Fluminense e Vasco. A votação no arbitral é nominal! Por conseguinte, uma votação formal. A votação é feita com direito de todos discutirem, opinarem, votarem.
No sistema eleitoral da Ferj, clubes das Séries A, B e C de profissionais, além de amadores da capital e ligas municipais, têm direito a voto. Para homologação das chapas, é necessário o apoio formal de três integrantes de cada uma das categorias. Como somente Flamengo e Fluminense não assinaram apoio à chapa "União do Rio de Janeiro" tornou-se impossível a inscrição de chapas concorrentes. O peso do voto de um clube da Série A é seis; da Série B, quatro; da C, peso dois; ligas e clubes amadores da capital têm voto peso um.
Quando assumiu a Ferj, em 2007, o atual presidente também foi eleito por aclamação, mas em situação bastante distinta. Na ocasião, a atual diretoria lutava para barrar uma intervenção do Ministério Público e o pleito chegou a ser "invadido" por um delegado e escolta policial, além do então interventor nomeado pela Justiça, Hekel Raposo, que apreendeu as cédulas de votação.
Havia duas chapas inscritas, a de Lopes e a de José Luiz Martinelli, hoje vice-presidente da Ferj. A pedido de Eurico Miranda, então presidente do Vasco e aliado de Lopes, Martinelli retirou sua chapa na ocasião e permitiu a eleição por aclamação, já que não havia cédulas. Outro que integrou a mesa na eleição em 2007 foi o então mediador José Teixeira Fernandes, que convocou a eleição na época em meio a uma confusão jurídica e hoje é presidente do Tribunal de Justiça Desportiva do Rio (TJD-RJ). A eleição determinou todos os vices e também membros de suplentes do Conselho Fiscal da entidade.
Rubinho rebateu ainda outras questões levantadas pelos clubes, como as cotas de televisão, jogos fora do Rio e a mudança no regulamento do Carioca deste ano. O presidente da Ferj deixou claro que quem decide o regulamento são as próprias entidades.
- Talvez isso tudo se deva aos representantes que aqui comparecem, que não estão à altura dos seus presidentes. A última vez que o presidente do Fluminense esteve aqui em um arbitral foi em novembro de 2011. Lamento esses equívocos - concluiu.
Ex-presidente do Conselho Fiscal do Flamengo, Leonardo Ribeiro foi reeleito para a presidência do Conselho Fiscal da Ferj. Ele foi à reunião acompanhado do antigo secretário geral do conselho fiscal do Flamengo, Julio Cesar Barros, e de Gonçalo Veronese, membro da oposição no conselho atual.
825 visitas - Fonte: Globoesporte
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