Foto: Márcio Mercante / Agência O Dia


Rio - Os 33 mil ingressos vendidos até o final da tarde de ontem dão o sinal: hoje é dia de casa cheia. E se no Maracanã é bom respeitar o Flamengo, com a arquibancada lotada o bigode fica ainda mais grosso.

Esta noite, às 22h, contra o Bolívar, o Rubro-Negro tem o fator campo como trunfo para vencer a segunda na Libertadores e manter a situação sob controle. Desde a reinauguração do estádio, o time só perdeu três vezes nele e acumula 75,64% de aproveitamento. Nos últimos cinco jogos, foram só vitórias.

Além do retrospecto coletivo, o Flamengo tem o maior artilheiro do Maracanã como arma de fogo: Hernane, que já balançou as redes 20 vezes no estádio. Ao todo, o Rubro-Negro jogou na nova versão da Meca do futebol 26 vezes. Foram 18 vitórias, cinco empates e três derrotas, somente uma este ano.

Desfalques nas laterais

A força do Maracanã, principalmente lotado, pode até compensar os problemas que Jayme de Almeida terá para escalar o time. Leonardo Moura e André Santos, dois dos jogadores mais experientes do grupo, foram vetados, ambos com dores na coxa esquerda. No lugar deles entram Léo e João Paulo, dois estreantes em Libertadores. Mas o clima de harmonia e a expectativa de contar com o grito da Nação servem de tranquilizante.

“Estou muito feliz pela oportunidade. Libertadores é diferente. O jogo é mais pegado, o juiz deixa correr. É isso que eu espero. Mas o jogo será na nossa casa, acho que vamos jogar bem. Espero que a gente consiga a vitória”, disse João Paulo.

Por outro lado, Jayme terá a volta de Elano, recuperado de um problema muscular. A presença do meia serve de contrapeso. Se a João Paulo e Léo falta bagagem, o camisa 7 tem intimidade com a Libertadores, competição que conquistou com o Santos em 2011.

“É um jogador experiente, já ganhou Libertadores, fala bastante e é muito importante na bola parada, que é sempre um lance de perigo. Contra o Emelec foi assim”, disse o goleiro Felipe.

Hernane até treina pênalti, mas não ‘broca’ bem

Com fome de gols, Hernane faz o dever de casa de artilheiro e treina pênaltis. Mas o desempenho do Brocador indica que é melhor deixar outro bater. Ontem, César defendeu pelo menos quatro cobranças do camisa 9. Outras quatro explodiram na trave. Elano teve melhor desempenho.

Na sexta-feira, durante coletivo, Hernane já havia perdido um pênalti, defendido por Paulo Victor. Apesar disso, ele não perde o sangue frio. Numa das cobranças que converteu, ontem, bateu rasteiro, fraquinho, no meio do gol, no estilo Marcelinho Carioca. Quem pegará a bola para bater se o árbitro apontar a marca fatal, só o tempo dirá.

Elano, João Paulo e o zagueiro Samir treinaram cobranças de falta. O primeiro mostrou a precisão de sempre. O segundo alternou gols, chutes perigosos e finalizações ruins. Samir mostrou que tem qualidade.

Visual gera brincadeiras

O novo visual de Jayme de Almeida, agora de bigode, tem sido motivo de brincadeira no grupo. A patente alta do treinador inibe gozações, mas a sua hora, garantem os jogadores, vai chegar.

“Ele está com um bigodinho. Legal! Se quer deixar, é com ele. Respeita o moço (risos). Tem a hora certa de brincar. Na concentração com certeza vai surgir alguma letra”, disse João Paulo.

Felipe seguiu a mesma linha. “A gente dá risada, mas não fala. Achamos que ia ser só no início. Vamos ver o que ele vai lançar, de repente alguma novidade”, observa