O debate acerca do uso de gramados sintéticos no futebol brasileiro voltou a ganhar destaque na última quinta-feira (11). Em um comunicado conjunto, o Palmeiras e outros quatro clubes manifestaram apoio à utilização de campos artificiais, gerando uma resposta do Flamengo que buscou esclarecer o que considera como fatos e fake news nessa discussão. O clube rubro-negro apresentou suas argumentações através de sua conta no Instagram, destacando dados e estudos sobre o tema.

O Flamengo iniciou sua exposição listando os pontos que considera reais. O primeiro fato menciona que o clube fez uma sugestão à Confederação Brasileira de Futebol (CBF), com mais de 20 páginas abordando metodologia de avaliação e recomendações para a evolução dos gramados no Brasil entre 2026 e 2029. Em contraposição, o Flamengo refutou a ideia de que sua proposta seria apenas voltada à remoção dos gramados sintéticos, sem a perspectiva de melhorias para os gramados naturais.

O clube também delineou suas propostas de forma gradual: um processo de substituição dos gramados sintéticos por naturais ou híbridos em um período de dois anos para a Série A e três para a Série B. O Flamengo desmentiu a afirmação de que sua proposta exigia uma mudança imediata que poderia causar prejuízos financeiros para os clubes que já utilizam gramados sintéticos.

Outro ponto importante levantado pelo Flamengo diz respeito aos riscos de lesões. Segundo o clube, estudos indicam que gramados sintéticos podem aumentar a probabilidade de lesões graves, como rupturas de ligamentos e entorses de joelho, em razão da maior tração e impacto nos atletas. O Flamengo criticou a negação dos riscos associados ao uso de superfícies sintéticas, que incluem a presença de microplásticos e substâncias tóxicas.

Em uma montagem postada por eles, foram mostrados jogadores se manifestando contra a superfície sintética, incluindo atletas dos próprios clubes que utilizam gramados artificiais. O Flamengo enfatizou que a maioria dos jogadores se manifestou contra o uso de gramados sintéticos, contrariando a afirmação de que estes não sentiriam os impactos negativos ao jogar nessas superfícies.

O clube ressalta que os gramados sintéticos tendem a aquecer significativamente mais do que a grama natural, o que pode aumentar os riscos de insolação e queimaduras pelo atrito. Eles refutaram a ideia de que sua preocupação com a saúde dos atletas é exagerada, apontando evidências que sustentam suas alegações.

Finalmente, o Flamengo conclui que as principais ligas de futebol ao redor do mundo, como as da Inglaterra, Espanha e Alemanha, estão optando por gramados naturais e que a União Europeia já se comprometeu a banir microplásticos a partir de 2031. O clube repudiou a ideia de que jogadores de alto nível preferem gramados sintéticos, apontando que muitos evitam esse tipo de superfície e defendem seu banimento no contexto do futebol profissional no Brasil.