Neste domingo (14), o Flamengo enfrentará o Club Atlético Obras Sanitarias de la Nación na fase de grupos da Liga dos Campeões de Basquete da América (BCLA). Apesar do nome que pode parecer controverso à primeira vista, o clube argentino tem uma rica história de tradição e conquistas. Fundado em março de 1917 por 19 funcionários da antiga "Obras Sanitarias de la Nación", a empresa estatal que gere o abastecimento de água e esgoto no país, o clube nasceu com a intenção de proporcionar aos empregados uma oportunidade de praticar esportes e formar um time.
Com o passar do tempo, o Obras Sanitarias transformou-se em um importante clube poliesportivo e cultural. Seu foco predominante em basquete e hóquei lhe conferiu notoriedade, especialmente por conta de sua icônica sede, o Estádio Obras Sanitarias. Conhecido como "El Templo del Rock", esse local é palco de grandes eventos esportivos e shows, consolidando-se como um marco cultural em Buenos Aires. A expansão das atividades esportivas teve início em 1925, com a abertura de um centro esportivo que abrigava diversas modalidades, como futebol, natação e tênis.
Entre as conquistas de destaque do clube está a vitória no campeonato de primeira divisão de rugby em 1953. As glórias continuaram ao longo das décadas, com a inauguração do atual Estádio Obras Sanitarias em 1978 e a implementação de um campo de grama sintética para hóquei em 1980, tornando-se o primeiro clube da América do Sul a ter tal instalação. A equipe de basquete alcançou um feito histórico em 1983 ao conquistar a Copa William Jones, marcando um importante capítulo na trajetória do clube e do esporte argentino.
Os êxitos não pararam por aí: em 2011, o time masculino de basquete venceu a Liga Sul-Americana, e, na temporada 2022/23, a equipe feminina levantou o troféu da Liga Feminina. Assim, o Obras Sanitarias se consolidou como um gigante esportivo e cultural, construindo um legado repleto de conquistas e dinamismo. No entanto, essa trajetória não foi isenta de desafios. Em 2001, durante a grave crise na Argentina, o clube enfrentou dificuldades financeiras e até processos judiciais, precisando se reinventar para sobreviver.
Após um período de reestruturação a partir de 2000, os gestores do clube se concentraram em apoiar não apenas os atletas, mas também suas outras profissões fora do esporte. Essa nova abordagem, embora marcada por dificuldades, estabeleceu as bases para uma transformação significativa. O resultado foi um notável sucesso a partir dos anos seguintes, consolidando o Obras Sanitarias como uma referência no basquete argentino, perpetuando sua influência e prestígio até os dias atuais.




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