O recém-empossado CEO do Grêmio, Alex Leitão, expressou críticas contundentes à abordagem do Flamengo nas discussões sobre direitos comerciais no futebol brasileiro. Em uma declaração à “Zero Hora”, ele destacou que o Flamengo aspira a transformar o Campeonato Brasileiro em um modelo similar ao da Bundesliga, almejando um domínio similar ao do Bayern de Munique na Alemanha. “O que o presidente do Flamengo deseja é que o Brasileirão se torne uma Bundesliga, onde o Flamengo se torne o Bayern de Munique. De cada dez campeonatos, ele quer ganhar nove. Isso é legítimo”, afirmou.
Em 2023, o Flamengo se tornará o primeiro clube brasileiro a alcançar a marca de R$ 2 bilhões em receitas em uma única temporada. Embora a expectativa inicial da diretoria fosse de R$ 1,8 bilhão, os resultados financeiros foram impulsionados pela premiação da CONMEBOL Libertadores e pela participação na Copa Intercontinental. O clube carioca já havia se destacado em 2022 ao ser o primeiro a ultrapassar R$ 1 bilhão em faturamento, uma façanha que se repetiu em 2023 e está prevista para ocorrer novamente em 2024. Ao lado do Flamengo, apenas Corinthians e Palmeiras conseguiram alcançar esses números significativos na última temporada.
De acordo com Guilherme Bellintani, ex-presidente do Bahia e atual CEO da Squadra Sports, a principal diferença no futebol brasileiro não reside apenas entre modelos de gestão, mas entre clubes bem administrados e mal administrados. “Para mim, existem quatro categorias: SAF bem gerida, SAF mal gerida, clube associativo bem gerido e clube associativo mal gerido. O sucesso do Flamengo pode ser atribuído a sua combinação de recursos abundantes e uma estrutura organizacional sólida”, avalia Bellintani.
Bellintani também observou que os clubes grandes e organizados têm tendência de dominar cada vez mais o cenário nacional nos próximos anos. “A superioridade de clubes como o Flamengo é resultado de um equilíbrio financeiro e de uma estrutura robusta”, complementou. Moises Assayag, sócio diretor da Channel Associados e especialista em finanças esportivas, acrescentou que a gestão do Flamengo se tornou um exemplo a ser seguido. “Estamos falando de uma gestão que se firmou como referência no futebol brasileiro, especialmente em termos de profissionalização e boas práticas de governança”, afirmou.
O Flamengo, segundo Assayag, fez uma escolha ousada ao priorizar a redução de dívidas ao longo de alguns anos, permitindo que seus fundamentos financeiros se recuperassem antes de buscar títulos. Essa abordagem, embora desafiadora, demonstrou que, no médio e longo prazos, vale a pena. Recentemente, o Flamengo e o Palmeiras foram indicados ao prêmio de melhor clube do mundo, concorrendo com 14 outras equipes, incluindo Bayern de Munique, Barcelona, Chelsea e PSG, no Globe Soccer Awards. O vencedor será anunciado em uma cerimônia em Dubai, marcada para 28 de dezembro.
Thiago Freitas, COO da Roc Nation Sports no Brasil, destacou que clubes bem administrados tendem a gerar mais receitas e, consequentemente, formar melhores equipes. “Com maior superávit, esses clubes podem acessar atletas de alto nível e, assim, aumentar suas chances de vitória”, concluiu.




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