Jamaal foi um dos destaques da vitória do Macaé, com seus 21 pontos, sobre o Flamengo (Foto: Luiz Pires / LNB)


O Flamengo bem que tentou uma reação incrível no fim da partida, mas o clima de Final Four da Liga das Américas e a noite inspirada do Macaé, que acertou 15 bolas de três (57.7%), pesaram e fizeram o líder do NBB conhecer sua quinta derrota na competição, a primeira para o rival em sete confrontos na temporada. Para completar, foi a primeira vez no torneio que os rubro-negros sofreram mais de 100 pontos no mesmo jogo. O placar de 103 a 95 (56 a 36) foi apertado perto dos 16 pontos de diferença que a equipe do técnico José Neto se encontrava no início do último quarto. Porém, em dia de marca inédita do ala Marcelinho, único jogador a chegar a quatro mil pontos na história do Novo Basquete Brasil em 167 exibições, os visitantes podem lamentar por não terem conseguido a virada, após ficarem a quatro pontos do empate, restando 2m48s para o fim.
O revés não muda nada para os rubro-negros na tabela de classificação, mas adia a confirmação do primeiro lugar geral, que virá em caso de duas vitórias nas próximas cinco rodadas. Em compensação, o resultado positivo dá ao Macaé uma vaga entre os 12 primeiros que avançam aos playoffs. O time foi beneficiado pela derrota do Mogi das Cruzes para o Limeira por 81 a 67. A combinação faz com que o Alvianil ocupe a última posição classificatória, com a mesma campanha dos paulistas (11 vitórias e 17 derrotas), mas tendo a vantagem de ter uma partida a menos e a vitória no confronto direto do turno.

Mesmo com um primeiro tempo, onde só anotou dois pontos, Marcelinho se recuperou na etapa final e terminou o clássico carioca como o cestinha com 25 pontos, mas apenas três bolas de três convertidas das 11 tentadas. Seu irmão, Duda Machado, veio logo atrás com 22 pontos, sendo 15 em chutes de fora, e seis assistências. O americano Jamaal também se destacou com 21 pontos.

O Macaé continua na sua briga por uma vaga nos playoffs na próxima quinta-feira, quando viaja até Fortaleza para encarar o Basquete Cearense. Já o Flamengo dá uma pausa para a disputa do torneio mais importante da sua história e só retorna ao NBB no próximo dia 27 de março, quando receberá o Uberlândia, às 20h, no Tijuca.

A PARTIDA

Precisando desesperadamente de uma vitória para não se distanciar da vaga aos playoffs, o Macaé começou querendo impor ao Flamengo a primeira derrota em sete confrontos entre as equipes neste ano.

Para isso, queria se fazer valer do fator casa. E fez. Com sete bolas de três das nove tentadas, o time de Duda, que meteu três delas e fez 12 pontos no período, não demorou a abrir vantagem.

Com um aproveitamento pouco superior a 50% nos arremessos, o Rubro-Negro parecia não estar com o foco necessário dentro de quadra. Apenas Jerome Meyinsse, com oito pontos e três rebotes, e Marquinhos, com cinco pontos, conseguiam pontuar e não deixar que a diferença no primeiro quarto fosse maior (34 a 22).

Insatisfeito com a atuação dos seus comandados, o técnico José Neto mexeu na equipe, colocando Tony Washam e Felício. Mesmo com um bom desempenho da dupla, os visitantes não eram páreo para o Macaé, que tinha, neste momento, Márcio e Jamaal inspirados nos arremessos - ambos tiveram 100% de aproveitamento -, sendo três bolas de fora. Por outro lado, as tentativas de longa distância do Flamengo teimava em não cair, e o placar ia se dilatando até chegar a 20 no intervalo (56 a 36). O que mais chamava a atenção era que grandes pontuadores da equipe, Laprovittola, Marcelinho e Marquinhos anotaram, juntos, 13 pontos no primeiro tempo.

MARCELINHO CRESCE E CHEGA A 4 MIL PONTOS NO NBB

Depois de uma longa conversa no vestiário, o atual líder do NBB e finalista da Liga das Américas voltou à quadra com uma postura diferente. Com dois pontos até então no duelo, Marcelinho chamou a responsabilidade e começou a acertar a mão. Restando 7m08s para o fim do quarto, o camisa 4 anotou mais dois pontos, seu sexto no jogo, e alcançou a incrível marca de quatro mil pontos na história do NBB, em 167 partidas. A marca parece ter feito bem a ele, que foi responsável por 13 pontos no período, mesmo só acertando uma das seis bolas de três tentadas. O Macaé sentiu o baque, e jogadores como Jamaal, Márcio e Duda, que vinham pontuando até então, pararam. Os dois primeiros, inclusive, zeraram. No fim, a vantagem que era de 20 caiu para oito pontos (69 a 61).

Quando parecia que o clube da Gávea havia encontrado o seu jogo, mais duas bolas de três de Macaé (uma de Duda e outra de Jamaal) e uma de dois, também do irmão mais novo de Marcelinho, devolveram a vantagem para dois dígitos (77 a 61), restando 8m20s, obrigando ao técnico José Neto a parar o jogo.

Aos poucos, o Flamengo foi voltando para a partida. As bolas de longa distância, que eram o tormento para os cariocas até então, passaram a cair e viraram solução. No período, foram seis neste fundamento, sendo uma pelas mãos do americano Tony Washam, a 2m48s do fim, que deixou a diferença em apenas quatro pontos (87 a 83), forçando o treinador de Macaé, Léo Costa, a interromper o jogo.

Na volta, o armador Jamaal colocou mais uma de três, a 15ª do Macaé no confronto. No lance seguinte, Laprovittola tentou devolver na mesma moeda, mas a bola laranja não entrou. A sequência foi decisiva para as pretensões rubro-negras. Nem o pedido de tempo de José Neto foi o suficiente para mudar o rumo da primeira vitória em sete partidas na temporada do clube da região Norte-Fluminense sobre o da capital (103 a 95).