[OFF] No ‘lado B’, integrante do Bom Senso diz: ‘Posso ficar seis meses sem jogar’

16/3/2014 10:12

[OFF] No ‘lado B’, integrante do Bom Senso diz: ‘Posso ficar seis meses sem jogar’

Rafael Silva, zagueiro do Nacional-MG, conversa com o L!Net e explica as propostas do Bom Senso. Nesta segunda-feira, ele apresenta seminário ao lado de grandes craques

[OFF] No ‘lado B’, integrante do Bom Senso diz: ‘Posso ficar seis meses sem jogar’
Amigo pessoal de Paulo André, hoje no Shangai Greenland (CHN), o zagueiro Rafael Silva, do Nacional-MG, não é conhecido do grande público, mas é figura preponderante no desenvolvimento do Bom Senso Futebol Clube. Integrante do ‘lado B’ do futebol, como é definido por ele mesmo, o jogador explica os problemas enfrentados por atletas que atuam em clubes de menor expressão.

– Eu sou um bom exemplo do que queremos. Fiz um contrato de cinco meses, entre novembro e o fim de março. O clube ainda não tem a vaga na Série D do Brasileiro, ou seja não tem projeto para o segundo semestre. Se a gente não conseguir a vaga na última rodada do Campeonato Mineiro, faz com que tenhamos que buscar um novo time. Caso não consiga, posso ficar seis, sete meses desempregado – disse.

Nesta segunda-feira, o defensor da equipe de Muriaé é um dos protagonistas no Seminário de Apresentação das Propostas do Bom Senso FC, marcado para São Paulo. Ele explica como será

– Na verdade, vai ser a primeira vez que o Bom Senso vai apresentar o que a gente pensa ser o ideal para o futebol. Vamos trazer as propostas que aumentam os calendários dos clubes menores e falar também sobre o fair play financeiro para que os clubes possam se sustentar e não corram o risco de aumentar as dívidas trabalhistas. Nos últimos cinco anos, a dívida dos clubes aumentou em 70%. É uma mudança grande para o futebol – comentou.

Em conversa com a reportagem do LANCE!Net, o jogador falou sobre as propostas apresentadas pelo Bom Senso e as expectativas do Nacional-MG, que enfrenta o Villa Nova, neste domingo, às 16h, no Estádio Castor Cifuentes, pela 11ª rodada do Campeonato Mineiro.

Confira, abaixo, a entrevista com o atleta:
L!Net: O que deve mudar para beneficiar quem vive o lado B do futebol, como você?


Essa mudança do calendário, que traz aumento de jogos e até uma série a mais no Brasileiro, fazendo com que os times pequenos tenham um calendário maior, facilita muito, porque faz com que o jogador esteja empregado na maior parte do ano, tendo os seus ganhos e aumentando a renda. A outra parte é trazendo um fair play financeiro, que faz com que não tenha risco de um clube ou jogador ficar sem receber.

L!Net: Qual é a sua situação no Nacional-MG?

Eu sou um bom exemplo do que queremos. Fiz um contrato de cinco meses, entre novembro e o fim de março. O clube ainda não tem a vaga na Série D do Brasileiro, ou seja não tem projeto para o segundo semestre. Se a gente não conseguir a vaga na última rodada do Campeonato Mineiro, faz com que tenhamos que buscar um novo time. Caso não consiga, posso ficar seis, sete meses desempregado. É complicado ficar fora do mercado todo esse tempo para retornar só no próximo ano. O Nacional vive uma situação que é ruim para o jogador e para os investidores. Todos têm dificuldades, porque não cria vínculo dentro da cidade. Poderia criar ídolos no clube. É ruim para todos. O futebol se torna um produto não tão prazeroso.

L!Net: Como ingressou no Bom Senso?

Além dos grandes jogadores, como Juninho Pernambucano, Alex, Juan, entre outros, isso foi aumentando, ganhando força e criando o Bom Senso. Sempre que possível, quando estava em São Paulo, eu participava. A gente sempre discutiu a respeito do futebol. Com o passar do tempo, isso foi ganhando força e foi criado o Bom Senso. Sempre participei e tentei ajudar de alguma maneira, passando como é esse lado B do futebol.

L!Net: A ida do Paulo André para a China enfraquece o projeto de alguma maneira?

Na verdade, o Paulo foi o cara que mais colocou a cara na imprensa, mas temos vários jogadores que são tão importantes quanto o Paulo no projeto. Não há um líder no Bom Senso, todos eles são líderes. Tentamos unir as informações, aumentar a aceitação para que tenhamos mudanças no futuro.

L!Net: O que é necessário fazer para que as exigências do Bom Senso sejam atendidas?

Hoje o Bom Senso tenta fazer essa mudança do calendário, trazendo aumento de clubes nas disputas da Série C, D e E. Isso faz com que os clubes não corram o risco de não ter o segundo semestre. Isso deixa os times menores com mais visualizações. Muita gente questiona o fato de jogadores consagrados estarem à frente do Bom Senso. Eles estão apenas tentando ajudar os que estão em baixa no momento, para que possamos crescer dentro da nossa carreira. Se a CBF entender que isso é uma melhoria para o futebol.

L!Net: Você tem 30 anos. Crê que a sua geração verá as mudanças pedidas pelo Bom Senso?

A gente torce e espera que sim. Vamos tentar pressionar para que essas mudanças sejam feitas. Muitos dos que estão brigando por essas mudanças não vão presenciá-las. A gente torce que os atletas mais jovens tenham este benefício.

L!Net: Como será o seminário do dia 17?

Na verdade, vai ser a primeira vez que o Bom Senso vai apresentar o que a gente pensa ser o ideal para o futebol. Vamos trazer as propostas que aumentam os calendários dos clubes menores e falar também sobre o fair play financeiro para que os clubes possam se sustentar e não corram o risco de aumentar as dívidas trabalhistas. Nos últimos cinco anos, a dívida dos clubes aumentou em 70%. É uma mudança grande para o futebol.

L!Net: Como seria feito o fair play financeiro?

O fair play financeiro se resume em montar uma empresa que fiscalizaria os clubes para que eles possam ter um controle melhor dos seus ganhos. Hoje existe isso em Portugal, na Espanha. O clube, se não quitar todas as dívidas até o fim do ano, não pode entrar em um novo campeonato. É necessário montar algo que realmente funcione. Não adianta determinar um projeto que possa ser burlado. O futebol tem que melhorar.

L!Net: Como avalia a gestão do José Maria Marin?

É complicado falar da CBF. Eles estão tentando, de alguma maneira, buscar melhorias para o futebol. O Bom Senso não está contra a CBF, ele tenta buscar, de comum acordo, melhorias para o futebol brasileiro. Temos o melhor futebol do mundo para muitos. A nossa arquibancada é a 18ª do mundo em público. É ruim para o futebol brasileiro.

L!Net: Essas melhorias podem fazer com que os estádios voltem a ficar cheios?

Sem dúvidas. Os times pequenos buscam grandes ídolos de alguns clubes, com idade mais elevada, para atrair público. Eles são ídolos. Quando o Juninho Pernambucano estava jogando, o público era um. Sem ele, o público era outro. Quando a gente reduz o calendário dos times grandes, por exemplo, dando tempo para que exista uma pré-temporada benfeita, você não precisa poupar os ídolos. Isso atrai a torcida. O time pequeno, que joga três, quatro meses, não cria identidade com o torcedor, porque os atletas têm que buscar outro clube. O custo financeiro é muito alto. Os patrocinadores, por conta do calendário pequeno, não fazem investimentos elevados. O futebol se torna um produto defasado.

L!Net: Por que o Bom Senso não foi adiante com a tentativa de greve no Brasileiro do ano passado?

De alguma maneira, temos que chamar a atenção para passar o lado dos jogadores. Temos direito de mostrar o que a gente acha e pensa. O Bom Senso não quer prejudicar ninguém. Fomos buscar junto à parte jurídica e vimos que não adianta paralisar e prejudicar clubes, patrocinadores. São pessoas que estão buscando uma melhoria no futebol. Se a gente perde essas pessoas, se torna um tiro no pé. Precisamos tomar atitudes que sejam para a melhoria do futebol.

L!Net: O que você diz para aqueles que criticam o Bom Senso?

Tem muitas pessoas que criticam o Bom Senso e as informações. Talvez eles não tenham lido e entendido os conceitos do Bom Senso. Estamos buscando melhoria, algo bom para o futebol, para os jogadores, empresários, torcida e patrocinadores. Tentamos fazer com que o nosso futebol seja de primeiro mundo.

L!Net: Como avalia a campanha do Nacional-MG?

Quando chegamos ao Nacional-MG, a diretoria colocou como primeiro projeto chegar à Série D. Hoje nós temos a possibilidade grande de sair da zona de rebaixamento e ficar muito próximos da Série D. O clube construiu um estádio novo e moderno, buscando um calendário grande. Como somos um clube novo na cidade, estamos criando identificação com o torcedor. Seria injusto a gente não dar um calendário para eles. Estamos focados em fazer uma grande partida para que possamos sair dessa zona incômoda.

L!Net: O Nacional investiu bastante e pode ser que não tenha um calendário extenso.

Para o clube é muito ruim. Se o clube fechas as portas e encerra as suas atividades no meio do ano, e só retomar em novembro, perde todo o entrosamento. Os atletas que estão aqui não devem permanecer. A torcida deixa os seus ídolos. O clube sempre sai atrás. Para competirmos com grandes clubes, é claro que é difícil comparar com Atlético e Cruzeiro, fica difícil. Quando você tem o calendário cheio, você prepara o time para um, dois anos. Você sabe quais são as melhores peças para montar o grupo.

752 visitas - Fonte: Lancenet!


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