A novidade no regulamento do Estadual do Rio desta temporada não conta - até o momento - com muitos adeptos. A Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj) prevê que a polêmica regra de salvar um jogador suspenso com o pagamento de multa de R$ 500 será utilizada somente com os medalhões e em fases mais decisivas da competição. Assim, os times pequenos não mexerão no bolso para evitar ganchos. Após cinco rodadas, o artifício mostra pouco interesse: apenas um clube fez o depósito na conta da entidade para fazer valer a medida e, assim, liberar o seu atleta para o compromisso seguinte.

Com recursos escassos, os clubes de menor investimento não veem a medida como prioridade e buscam outra opção dentro do elenco no momento em que o jogador titular for suspenso por três cartões amarelos. A visão do presidente da Fferj Jorge Rabello ganha força com o planejamento de Nova Iguaçu e Quissamã para a sexta rodada da Taça Guanabara.

“Os pequenos já não têm dinheiro, imagina se vão gastar com isso. Os times não vão utilizar, porque não tem sentido. Não perderam Messi ou Neymar e o Pelé já parou de jogar. É coisa normal do futebol: perdeu um jogador, entra outro. É seis por meia dúzia”, destacou o dirigente, que lembra que os chamados clubes grandes podem usar a medida – mas somente em casos específicos. “É possível que seja utilizada com jogadores como Fred ou Seedorf, dependendo da rodada seguinte”.

Nova Iguaçu (com o lateral esquerdo Uallace) e Quissamã (com o meia Bruno Reis) têm problemas por suspensão para a próxima jornada do Campeonato Carioca. Os dois clubes não planejam pagar a multa para contar com os atletas.

Vitor Lima, vice-presidente do Nova Iguaçu, aponta que o pagamento de R$ 500 pode ser realizado pelo clube em uma situação emergencial. No entanto, a diretoria planeja apostar no grupo montado para o campeonato. “Em sua maioria, o time tem nível de jogadores para reposição. É uma medida que respeito, mas sou contrário. A pena da suspensão existe para frear a violência. Fica fácil para o time grande pagar porque tem dinheiro”, opina o cartola.

O Quissamã também não irá “salvar” o meia Bruno Reis, que levou três amarelos após cinco partidas disputadas pelo Carioca. “Não trabalhamos com essa possibilidade de usar o artifício neste momento. Vamos estudar caso a caso e ver até que ponto é necessário usar o recurso em um jogador e correr o risco de perdê-lo novamente para a rodada seguinte”, pontuou Diones Silva, presidente do Quissamã .

Apenas o Boavista vai livrar um jogador de gancho na sexta rodada da Taça Guanabara. Assim como havia feito com Erick Flores no jogo anterior, o clube de Bacaxá irá pagar a multa para escalar o meia Tulio Souza no jogo contra o Nova Iguaçu, às 17h de quinta-feira.

Entre os clubes grandes, Botafogo e Fluminense correm o risco de ver jogadores serem suspensos nesta rodada da Taça Guanabara. Pelo Alvinegro, Bolívar está pendurado. No Tricolor, Digão e Valência já receberam dois cartões amarelos e correm riscos. Resta saber se esses clubes irão querer mexer no bolso para premiar os seus jogadores com uma nova partida, ao invés do já tradicional gancho.