Alecsandro é o artilheiro do Flamengo na
temporada (Foto: Luiz Carlos Ferreira)
No último domingo, o Flamengo comemorou o título da Taça Guanabara com a vitória por 5 a 3 sobre a Cabofriense em um cenário distante do visto e imaginado até bem pouco tempo. No Maracanã, 4.643 pagantes presenciaram o capitão Léo Moura levantar o troféu. O que gera espanto em relação a temporadas anteriores, já não choca agora, em um 2014 repleto de baixos públicos. Artilheiro do Rubro-Negro no ano, Alecsandro lamenta a baixa frequência e teme que isto vire rotina no futebol nacional. Ele vê como saída para reverter a situação a diminuição do número de partidas e também do valor dos ingressos. No jogo de último domingo, as entradas mais baratas para torcedores e sócio-torcedores eram R$ 60 e R$ 30 (inteiras), respectivamente.
- A gente tem de ter jogos pontuais. Tentar, eu sei que é difícil, fazer como o modelo europeu, em que você joga uma vez na semana. Acho que, com certeza, teria público. Se a gente for fazer uma comparação rápida, a gente teve 4 mil (torcedores) agora. No fim de semana a gente vai ter 10 mil pessoas. Se você juntar, você tem 14 mil pessoas que foram assistir dois jogos. Se fizer uma média, 7 mil por partida. Então, acho que dá para dar uma ajustada na nossa tabela e diminuir o valor dos ingressos. Nenhum clube vive de renda de estádio. O Flamengo mesmo é um clube que arrecada mais de R$ 100 milhões e não vai depender de R$ 30 mil, R$ 40 mil, de ingresso de jogo. Na verdade, os ingressos dos jogos são para pagar as coisas do jogo. Acho que o torcedor precisa ser beneficiado com ingresso mais barato e com jogos mais bem planejados. Menos jogos, com mais qualidade - analisou Alecsandro.
Alecsandro levanta a taça no jogo do último domingo contra a Cabofriense (Foto: Agência Estado)
O atacante, que anotou dois gols no triunfo contra a Cabofriense (os outros foram marcados por Luiz Antonio, Paulinho e Mugni) reconhece que o público acaba influenciado o desempenho do atleta no campo e abala os jogadores. Com nove gols, Alecgol está um atrás de Edmílson, do Vasco, na artilharia do Campeonato Carioca.
- A gente fica chateado, porque sabe que não é a vontade do torcedor não ir ao estádio. A vontade é de ir. Mas o torcedor tem de colocar prioridades. Nós jogamos domingo e tem jogo na quarta, e já é uma semifinal. Aí o torcedor tem de escolher se vai em jogo para levantar a taça ou em uma semifinal. O torcedor tem de escolher por esses motivos, ingresso muito caro e muitos jogos, um atrás do outro. Particularmente sempre gosto de jogar com estádio cheio. Quanto mais cheio, mais eu me empolgo - disse Alecsandro.
Em boa fase no Estadual, ele vive um momento diferente com a equipe na Libertadores. Com chances consideráveis de ver o Flamengo eliminado na primeira fase, Alecsandro tenta usar a experiência para evitar a queda precoce, o que seria algo inédito em sua carreira. Em três torneios continentais já disputados, ele venceu dois, com Internacional e Atlético-MG, e em 2012 foi eliminado nas quartas de final com o Vasco, quando foi derrotado pelo Corinthians, que se sagrou campeão naquele ano.
- Eu joguei três Libertadores. Em duas, eu fui campeão e, em uma, saí nas quartas de final. Espero que esta não seja na primeira fase... A gente tem que jogar como uma final, e a Libertadores tem de ser todos os jogos como final. Acho que esse é o espírito e é assim que nós vamos passar de fase - destacou o artilheiro.
O próximo jogo do Flamengo será na quarta-feira, novamente contra a Cabofriense, desta vez pela semifinal do Carioca, às 22h, no Maracanã. Pela Libertadores, o time terá um duelo decisivo contra o Emelec, em Guayaquil, no dia 2 de abril. O Rubro-Negro é o lanterna do Grupo 7, com quatro pontos e duas rodadas para o fim da primeira fase. Em caso de vitória, o time passaria os equatorianos, que estão em segundo, com seis.
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