Entre tropeços e glórias ao longo das últimas décadas, o Flamengo completa um marco diante do Emelec, no confronto decisivo, desta quarta, pela Taça Libertadores. Sem poder perder, o Rubro-Negro faz nesta quarta-feira seu jogo de número 100 na competição. Com 24% de chance de classificação no Grupo 7, o clube se complicou na missão de passar às oitavas de final e, agora, precisa pelo menos empatar com os equatorianos, em Guayaquil, para não sucumbir na primeira fase.
Calejados de outras 11 participações, os rubro-negros se acostumaram a viver altos e baixos na aventura de conquistar a América. Em 99 jogos, são 52 vitórias, 21 empates e 26 derrotas, segundo o site Fla Estatística. O Flamengo é a quinta equipe brasileira com maior quilometragem no torneio, atrás apenas de Cruzeiro, com 14 participações, Palmeiras e Grêmio, com 15, e São Paulo, com 16. Bagagem repleta de boas e más lembranças ao longo dos anos.
Relembre momentos marcantes do Flamengo na disputa da Libertadores:
VIOLÊNCIA E GLÓRIA
O degrau mais alto alcançado pelos rubro-negros ainda hoje enche os torcedores de orgulho. Entretanto, para eternizarem a conquista da Libertadores de 1981, a legião comandada por Zico sofreu em campo. De todas as formas possíveis. A decisão contra o Cobreloa, disputada em três jogos, que o diga. No primeiro duelo, vitória do Flamengo, por 2 a 1, no Maracanã. Na partida disputada no Chile, Mario Soto, zagueiro do Cobreloa, jogou a partida com uma pedra na mão, agredindo jogadores do Flamengo. Lico e Adílio saíram de campo sangrando e os rubro-negros não evitaram a derrota por 1 a 0. Desta vez em campo neutro, o terceiro confronto coroaria o camisa 10 rubro-negro. Zico marcou os gols da vitória por 2 a 0, em Montevidéu, e garantiu o título.
A GRANDE POLÊMICA
A decisão do Brasileirão, de 1980, entre Flamengo e Atlético-MG - vitória rubro-negra por 3 a 2 na finalíssima, no Maracanã - ajudou a apimentar o já explosivo duelo entre cariocas e mineiros. Na disputa da Libertadores do ano seguinte, os dois clubes estavam no mesmo grupo se digladiaram pela liderança, afinal, o regulamento daquele ano previa avanço de apenas um clube por grupo. O equilíbrio na primeira fase forçou a marcação de um novo jogo desempate entre ambos, desta vez em campo neutro. Os mais de 70 mil torcedores presentes no estádio Serrá Dourada, em Goiás, presenciaram um show de expulsões no Atlético-MG, cinco no total. Resultado: sem número mínimo de jogadores em campo, o time mineiro foi declarado perdedor, e a partida foi encerrada aos 37 minutos do primeiro tempo.
O MAIOR VEXAME
A vitória fora de casa por 4 a 2 sobre o América-MEX, no primeiro jogo das oitavas de final da Libertadores de 2008 deu moral o Flamengo. A equipe voltava ao Rio com uma larga vantagem no bolso e um pé na próxima fase. Em clima de festa pela conquista do Carioca daquele ano e pela despedida de Joel Santana (que iria comandar a África do Sul na Copa do Mundo), Obina, Renato Augusto, Diego Tardelli e o goleiro Bruno foram ovacionados pela torcida no Maracanã. O clima festivo, no entanto, desviou o foco do elenco, que tirou o pé do acelerador. Esqueda e Cabañas trataram de emendar um histórico 3 a 0, sendo dois gols assinados pelo carrasco gorducho paraguaio no maior vexame rubro-negro na competição.
A MAIOR GOLEADA APLICADA
Apesar do empate no número de pontos com os colombianos do América de Cali e Atlético Nacional - que também se classificaram - o Flamengo se classificou em primeiro do grupo 7 da Libertadores de 1993. Nas oitavas, o adversário foi o frágil Minerven-VEL. O jogo disputado no Maracanã foi um passeio e coroou a maior goleada rubro-negra na competição. Com incríveis 8 a 2, Morales (contra), Marcelinho Carioca, Gaúcho, Nélio, Gottardo, Marquinhos, Djalminha e Nilson pavimentaram o caminho às quartas de final.
A MAIOR GOLEADA SOFRIDA
Nem só de boas atuações e títulos vivem os clubes da Libertadores. O Flamengo já teve o dissabor de ser goleado. O pior revés rubro-negro aconteceu na edição de 1984. Naquele ano, o goleiro Fillol saiu de campo atordoado com a derrota por 5 a 1 para o Grêmio, no triangular do grupo B na segunda fase do torneio, que acabou garantindo a classificação gaúcha à decisão. Apesar da experiência de Adílio e Andrade em campo, o técnico Zagallo pouco pôde mudar o rumo do jogo. No fim, o Flamengo não resistiu e caiu no Olímpico, em Porto Alegre.
TRÊS VEZES ZICO
Os torcedores rubro-negros guardam um carinho especial pela Libertadores de 1981. Não apenas pela glória da conquista do título, mas pelo desfile de Zico, no auge da carreira. Artilheiro daquela edição do torneio, com 11 gols, o Galinho foi o principal nome da vitória do Flamengo por 4 a 2 sobre o Cerro Porteño, ainda pela primeira fase, no estádio Defensores del Chaco, no Paraguai. A atuação irretocável do camisa 10 ao marcar três gols na mesma partida rendeu um hat-trick na carreira do maior ídolo rubro-negro.
AGONIA E ADEUS
Uma combinação de resultados colocaria o Flamengo nas oitavas de final da Libertadores de 2012. O time comandado por Joel Santana virou os olhares ao Lanús, adversário da última rodada da fase de grupos, e os ouvidos ao duelo entre Olimpia e Emelec, no Paraguai. Ronaldinho Gaúcho, Vagner Love e o restante do time fizeram o deve de casa: venceram por 3 a 0, com gols de Welinton, Deivid e Luiz Antonio, no Engenhão. A partida foi encerrada, mas era preciso ainda um empate em Assunção para que a vaga fosse assegurada. Torcedores e jogadores festejaram quando, já nos acréscimos, o Olimpia buscou a igualdade por 2 a 2. No entanto, os deuses do futebol intervieram. Aos 47 minutos do segundo tempo, Quiñonez fez o terceiro do Emelec e causou um drama coletivo no Rio de Janeiro.
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